Vem agosto e continua frio

 

Voltei, mas meio desanimada de tirar as fotos porque embora o pior do frio já tenha passado, ainda vai demorar para colocar o cobertor grande no armário. Apontam as projeções que teremos três frentes frias neste mês e outras ondas de frio, talvez não tão intensas quanto esta, mas ainda assim significativas.
Para quem espera pela chuva para evitar até um possível racionamento de energia, as notícias não são nada animadoras, em julho choveu pouquíssimo e a preocupação é se as chuvas de fato voltarão a cair com regularidade. Lendo algumas fontes, dizem que por enquanto as projeções não são boas, se estamos mesmo numa fase mais seca devido à Oscilação Interdecadal do Pacífico, não se sabe quando entraremos de volta no ciclo mais chuvoso porque estaríamos (ou estamos) no ciclo seco.
A preocupação grande com esse frio extremo é com pessoas em situação de rua porque em todo inverno moradores de rua morrem literalmente de frio, os animais de rua também estão vulneráveis, a incidência de infecções respiratórias também é muito maior, o risco de doenças cardíacas aumenta quando as temperaturas despencam e, claro, as geadas, pois uma geada forte prejudica as plantações: café, soja, arroz, milho, trigo… e o prejuízo surte efeito no nosso bolso!
Como vocês devem ter visto na imprensa e nos registros das redes sociais, essa onda de frio foi histórica por conta dos recordes de temperatura até no Sudeste e, quem diria, no Norte do país, até eles sentiram a friagem. Aqui em Curitiba tinha uma pequena possibilidade de neve/chuva congelada, mas o tempo virou na terça-feira e desde a quarta-feira o vento gelado e forte abaixou as temperaturas, o céu ficou azul e tomamos sopa para nos mantermos aquecidos, três cobertores, três blusas, duas meias e até bolsa de água quente, já que não moramos em casa para acender o fogão a lenha nem temos ar-condicionado (que deixa a conta de luz lá nas alturas no verão pra refrescar e no inverno pra aquecer). Em General Carneiro o frio foi bem mais punk, −7° é histórico, se geou até em Matinhos, litoral, sabe-se que o frio veio com tudo.
O mais irônico aqui na América do Sul é que embora tenha nevado aqui no Sul do país, na Argentina as pistas de esqui estão fechadas porque a quantidade de neve não é suficiente para a prática. Bem, para quem sonha em conhecer Bariloche com a intenção de ver neve, pode bater aquela frustração, mas se a pessoa vai para turistar, vale a pena. Eu nem imaginava que Bariloche também é point no verão. Muito curioso pensar que no inverno o sol nasce quase 10 da manhã lá porque a localidade segue o fuso horário de Buenos Aires, por isso o “desajuste” e no verão o sol se põe quase 10 da noite, ou seja, dá para aproveitar bastante a luz solar e se divertir muito.
Eu adoraria ver neve? Sim e muito. Nunca vi pessoalmente nem nada, porém o inverno não é minha estação do ano favorita, sou mais a primavera. 
Eu pensei que nessa onda de frio Bariloche teria até problema de acumulado de neve (porque também causa transtornos, fechamento de aeroportos, queda no fornecimento de luz, pistas perigosas para dirigir e tantos outros perigos) e como essa massa de ar polar veio do sul da Argentina, impactou Buenos Aires, o Uruguai, o Sul do Brasil, Sudeste, tendo efeitos até no sul da Bahia… e em Bariloche não foi noticiado nada que eu saiba sobre uma nevada intensa. Lá, dependendo do ocorrido, pode ter nevada tardia em outubro e até em novembro porque a amplitude térmica é meio grande, pode ter uma mínima abaixo de 10º e uma máxima de 30°, porém agora é mais comum que as mínimas sejam negativas e as máximas não aumentem muito, é alta temporada de inverno.
Resta a dúvida se nas projeções para agosto as ondas de frio serão moderadas ou fortes porque se parar para pensar no verão, podemos projetar um verão muito quente. Não sou especialista, só curiosa.
Ontem foi hora de recordar os 30 anos da nevada histórica em Mar del Plata, na Argentina. Vale a pena dar uma olhadinha na reportagem da MetSul, caso você não domine o espanhol, pois o registro é bem interessante, as condições foram favoráveis para o evento e embora tenha sido histórico, a nevada ficou mais restrita ao Rio Grande do Sul, não sendo tão significativa em Santa Catarina e (acredito eu) que menos ainda no Paraná porque sabemos que a onda de frio de 1975 é sempre muito lembrada por nós curitibanos porque nevou aqui e muitas pessoas fizeram os registros, mas mesmo quem não fotografou ou filmou, mas tem uma boa memória, se recorda desse dia, pois em 2013 há controvérsias, se tivesse nevado de fato na minha rua eu teria filmado, fotografado, já tinha um smartphone e com certeza teria postado no Facebook, se rolou foi uma chuva congelada, entretanto, em algumas localidades da Região Metropolitana vimos flocos de neve, no Parque Barigui também e no ano passado teve registro em Tijucas do Sul e alguns bairros mais afastados daqui de Curitiba, só que no outro dia fez sol. Ainda assim, quem realmente quer ver neve aqui no Sul precisa tentar a sorte nas serras gaúcha e catarinense e ainda assim é difícil prever neve no longo prazo, é preciso saber se na previsão a longo prazo existem condições climáticas que favoreçam. Se você quiser vir a Curitiba, venha, no entanto te recomendo a não criar expectativas sobre nevar. Venha conhecer nossos pontos turísticos, nossas araucárias, nossos tubos de ônibus, nossa gente, talvez você sinta um friozinho, só que neve é quase raro.
A SANEPAR vai divulgar nos próximos dias se retoma aquele rodízio mais severo de 36/36 (36 horas com água e 36 sem) ou se mantém o esquema atual, posto que o índice dos reservatórios abaixou e até setembro ainda não vem chuva e com a possibilidade cada vez mais forte de termos La Niña na primavera e no verão 2021/2022, as perspectivas não são nada boas, porém ainda não se sabe a intensidade do fenômeno, se será fraco ou intenso porque a La Niña e o El Niño se comportam de formas diferentes em cada localidade, em algumas há chuvas e temperaturas acima da média, em outros, menos chuva e temperaturas abaixo da média.
De qualquer forma o que se espera é que nem que leve algum tempo — porque teria de chover uma quantidade extraordinária para acabar com o rodízio e recuperar os prejuízos dessa seca prolongada —, a chuva volte a cair com regularidade e que além do consumo mais consciente de água e energia, também saibamos nos preparar para viver em tempos de estiagem, por isso a importância de entender o comportamento do clima de onde moramos, pois ele influencia sim e muito nas nossas vidas, muito mais do que poderíamos imaginar. 
Que agosto, apesar de frio, seja doce! Um excelente mês, muita saúde, muitas notícias boas e muita gratidão.

último dia de julho, um ano sem Chaves

screenshot congelado


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