(Dos tempos do WNBM) - Lava poética de um vulcão ansioso (Santa não sou!)


"Não sou santa, não tem nada a ver com moralidade ou coisa do tipo. Prender-me a um estereótipo é limitar possibilidades, beijar mentiras, ser marionete fugaz de uma idealização que no longo prazo sufoca, atormenta, não beneficia. As reticências bem que servem para não crer que tudo é definitivo além da morte que é — dependendo da sua crença — a continuação da vida em outra esfera, outra conotação a qual meu entendimento prefere não fazer observações. 

Prefiro a quietude da minha timidez explosiva, os versos que nunca foram lidos em voz alta, mas já ocuparam um grande espaço lá no alto da garganta, os choros reprimidos pelo orgulho ou pelo cansaço porque derrubar lágrimas por causas em vão é desperdiçar um valioso bem, sufocar a respiração com soluços por quem não merece um olhar. 

Vou me declarar... algum dia eu vou... É certo que quando o sol nascer de noite e as estrelas povoarem o meu dia, eu não terei por que temer. 

Encaixo-me nessa confusão de fazer o ser vir a ter mais importância que a inatingível perfeição, que tomou conta de cada uma dessas linhas que nunca te entreguei pessoalmente, no caso de meu corpo se contorcer contra o seu e nem o vento nos incomodar. Faria de você o meu melhor amigo para sussurrar ao pé do ouvido alguns segredos que não disse a mais ninguém. 

É fato que brinco de dar formas às nuvens e me distraio de vez em quando, lembrando de coisas bobas e rindo sozinha, incrédula demais para charlatanismos baratos, para afirmar que esse texto diz quem sou porque não diz, é apenas um texto escrito em primeira pessoa, ancorado em alguma baía triste por aí como aquele barco pequenino sacolejando em um mar furioso, inclemente. 

Hoje pode não ser o dia para grandes aventuras, não aquelas de exercer os efeitos da adrenalina num corpo esguio e desacostumado ao perigo. Pode ser um dia em que um abraço de surpresa valha mais que mil beijos molhados, mais que discursos bem elaborados. 

Pode ser também que eu não queira passar por todo aquele ritual tradicional aos apaixonados, tudo que quero é que meu coração bata mais forte e lembre-me que estou viva e ainda posso sentir com toda a magnitude inerente que ainda sou um vulcão ansioso, uma mulher que ama e não sabe menos do que isso, não ama menos do que antes nem mais do que pode suportar, mas ama à sua maneira, ama porque é o seu caminho, porque na rota de fuga encontrou um bom motivo para ficar. 

Estou em busca do meu, sobretudo quando digo que não. Ainda quero sentir o gosto doce de me refletir no olhar de outro, quem sabe o seu ou de alguém cujo rosto não desenhei, nem sei descrever. 

Sou um pesadelo para quem me idealiza e uma dúvida ao seu pragmatismo metódico e intransferível. Estive pensando a respeito e gostaria de um minuto da sua atenção... Quem sabe um dia... Quando o dia for noite e seu braço for o meu ancoradouro."

 By Mary <3

P.S. - Hoje estou inspirada para escrever sobre temas que não estão nas minhas fics, portanto vou aproveitar para colocar minha criatividade em ação e espero que alguém venha a ler ou até gostar. Obrigada pela atenção!

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