Houve um tempo em que eu dizia o que pensava sem reservas. Hoje, não mais. Não porque me falta coragem, mas por aprender a medir as palavras, não para agradar, mas para minha autoproteção. O maior vilão, porém, não é o politicamente correto.
É que, quando algumas pessoas chegam perto o suficiente para conhecer minhas fraquezas, algumas escolhem usar essa intimidade contra mim. Sentem-se no direito de criticar minha forma de viver ou questionar minhas postagens. Minha vontade de falar abertamente sobre o que penso nunca foi tão grande, mas, se o faço, sei que as consequências podem ser devastadoras. Serei chamada de tudo: antipatriota, elitista, ou que “tenho síndrome de vira-lata”.
Desde a Copa de 2010, o brilho do futebol brasileiro se quebrou para mim, e me forçar a assistir é tóxico. Mas o que realmente me incomoda é perceber que hoje sou obrigada a filtrar tudo o que escrevo, não só por causa disso, mas porque o espaço para desabafar, para ser autêntica, foi tomado por censura disfarçada de sensibilidade. Quantas vezes já precisei apagar textos porque alguém que me magoou se sentiu “atingido” quando finalmente expus a verdade que engoli em silêncio?
Fico em silêncio quando me ferem com má-fé ou preconceito. Não porque consinta, mas porque cansa lutar contra pessoas que se vitimizam ao serem confrontadas. E quando reajo, sou a desequilibrada, a errada. Sou forçada a pedir desculpas por algo que nunca fiz.
Graças a Deus, não sou perfeita. Cometo “erros ortográficos”, e esses, ao menos, podem ser corrigidos. Furos na narrativa? Isso se conserta com reescrita. Mas ser preconceituoso? Isso é mais profundo e muito mais difícil de consertar. Não tenho vergonha de dizer que prefiro errar na escrita do que compactuar com atitudes homofóbicas ou preconceituosas.
Eu sempre aceitei que minha escrita carrega minha essência. Talvez não seja para todos, e tudo bem. Mas sei que aqueles que realmente entendem o que faço, aqueles que leem “Primeiros Erros” ou outras histórias minhas, sabem que escrevo com verdade, com o coração. Escrevo sobre o amor entre iguais, e isso sempre será minha bandeira.
Podem me criticar, apontar meus erros. Que minha história, cheia de “erros ortográficos”, cresça, alcance mais pessoas e encontre leitores que não somente compreendem, mas celebram essa jornada. Meu objetivo nunca foi agradar a todos. Quero tocar corações, quero ser fiel a mim mesma.
O blog é meu espaço. Aqui, eu crio, desabafo e celebro minha liberdade. E, sim, aqui falo do jeito que quiser.
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