RPN | A SAIDEIRA É POR CONTA DO MEIRELLES

 

Mascote da RPN veste o manto rubro-negro (Reprodução: criação pessoal da Mary)

É a primeira vez que um vídeo motivacional da Lulu não dá zica. Sim, ela preparou um vídeo especial para motivar o Flamengo a voltar a uma final de Libertadores após 38 anos — motivo de alegria para qualquer flamenguista que se preze e para esta flamenguista que os escreve.

Música: Vamo pulá - Sandy & Júnior. 
A contagem regressiva é embalada pelas cores do Flamengo, com Lulu alternando imagens do Gabigol fazendo gols e da torcida vibrando com cartazes estampados com "HOJE TEM GOL DO GABIGOL" (Neymar já ficou no passado, né?). O único problema é que Lulu insiste que o Pelé — ilustre aniversariante de hoje — jogou no Flamengo, mesmo após o Papá já ter explicado que o Rei vestiu a camisa do Santos. Mas, ao menos, ela incluiu imagens de grandes craques que já passaram pelo maior time do Brasil, como o Zico.

A cada lance do Flamengo contra o Grêmio, reciclado do jogo de ida, onde, sim, roubaram três gols do Mengão, aparece a turma do Chaves assistindo televisão na casa da D. Florinda — imagens extraídas do episódio do radinho do Quico. Quando o Flamengo balança a rede, Lulu usa a cena em que o Seu Madruga comemora a ida para Acapulco. Um, dois, três, quatro, cinco gols! A torcida explode em alegria nas arquibancadas, e para finalizar, trechos da segunda parte do episódio “Venda da Vila”, com todos reunidos no pátio em clima de festa.

A parte que arranca risadas é uma entrevista do Cristiano Ronaldo — retirada após um jogo da Liga dos Campeões — com uma legenda hilária: "Sou flanenguista de coração, jogaria de graça e por amor, amo o Flamengo, melhor time do mundo, merece o hexa, super merece, tá ligado? Merece muito. O Flamengo mora no meu coração, meu sonho é terminar a carreira lá..." E, claro, Lulu continua insistindo em escrever flanenguista (seu contador de gafes já ultrapassou o limite?).

Nem Mick Jagger escapou! Lulu montou uma cena onde ele veste uma camiseta do Grêmio, enquanto o Gato Aquiles — aquele gatinho simpático da Copa da Rússia — aparece comendo no prato decorado com uma bandeirinha do Flamengo.

Se Lulu não mostrasse o bumbum não seria ela, mas dessa vez o cobre com uma bandeira do Flamengo, fazendo o sinal de paz e amor. Para fechar o vídeo motivacional que já entra para os autos da internet como um dos top 10 gafes da Lulu, ela se insere numa montagem comemorando um gol no Maracanã. COM CARINHO, DA LULU#PRACIMADELESFLAMENGO


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Hoje, os principais medalhões da RPN se reuniram na emissora por um motivo especial: Edu Meirelles, flamenguista assumido e mestre em fazer apostas, prometeu pagar o goró para todos caso o Flamengo goleasse o Grêmio. Por outro lado, se o rubro-negro perdesse, ele trabalharia por uma semana usando uma camiseta do tricolor gaúcho. Com a promessa selada, começou a expectativa.

Desde as nove da noite, o pré-jogo dominava a programação para quem não tinha acesso ao canal pago. Edu, com seu carisma característico, atraiu uma audiência fiel. Enquanto isso, nos grupos de WhatsApp da redação, o burburinho era geral: todos comentavam o vídeo motivacional da Lulu e especulavam se a noite terminaria com brindes ou com o Edu trajando a camisa do rival.

Rubão, narrador oficial das partidas da seleção e de ocasiões especiais, estava no comando. Desta vez, Vivaldo não marcou presença, mas nem por isso faltou animação na RPN. O primeiro tempo foi morno, cheio de tensão, mas no segundo tempo, o Flamengo veio para tudo ou nada. O resultado? Uma goleada histórica sobre o Grêmio, garantindo o Mengão como finalista brasileiro na Copa Libertadores.
Nem é preciso dizer que, no quinto gol do Flamengo, a redação já estava em festa. Os colegas mal podiam esperar pelo brinde prometido pelo anfitrião da noite. Uma vitória memorável, digna de todo flamenguista apaixonado.

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Edu Meirelles não conseguiu conter a emoção e desabou em prantos assim que o árbitro encerrou a partida.

— Caraca, quando o Flamengo foi para uma final de Libertadores, eu era só um moleque... Não acredito que minhas filhas terão a chance de ver isso... — disse ele, ainda tomado pela emoção.

— Pensei que você estivesse chorando porque ia sair zerado hoje, rapá... — brincou Rubão, enquanto abraçava o amigo. Logo depois, ele passou a bola para os comentaristas, que começaram a organizar uma mesa-redonda. O foco, claro, seria analisar cada detalhe do jogo e destacar a festa que prometia tomar conta de Santiago, com o brasileiro representando o país na final.

Edu limpou as lágrimas, mas continuava visivelmente emocionado.

— Sabia que contra o River seria difícil, mas flamenguista é flamenguista nas horas boas e ruins. Nada paga o preço dessa emoção, é única... Nem caiu minha ficha... Não acredito que vi isso acontecendo. Todo mundo sabe que eu não sou flamenguista de ocasião, que torço até nas marés mais baixas, mas hoje... a emoção foi grande demais. Ainda bem que meu coração é forte!

— Se o Flamengo tivesse que ser campeão, seria, rapá. Futebol se decide dentro de campo — reforçou Rubão, com sua confiança característica.

— Também espero que, um dia, minhas filhas tenham a chance de ver o Brasil sendo campeão e sintam a mesma alegria que a gente sentiu em 94 e 2002 — completou Edu.

— 2022 estava quase aí...

Agora, imagine só quando o Flamengo se consagrar campeão brasileiro. A turma da RPN já pode começar a agendar o churrasco e o pagode. Meirelles que vá preparando a playlist cheia de clássicos: Art PopularRaça NegraKatinguelêExaltasambaFundo de Quintal, e, claro, não pode faltar os flashbacks da disco music.

Ainda falta um mês para a grande final, um momento especial para todos os flamenguistas. Afinal, voltar a uma final de Libertadores depois de 38 anos não é pouca coisa. Apesar da euforia, ninguém subestima o adversário, porque no futebol tudo se decide dentro de campo — e cada segundo da partida promete uma montanha-russa de emoções.

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A noite foi de intensas comemorações, e Edu Meirelles, mesmo sem entrar em campo, sentia a energia dos amigos assim que chegou ao estacionamento. Foi quando Ceci Paternostro, Renata, Lilly, Luís Carlos e até Noviça o surpreenderam com ovadas. 

 — Qual é, gente? — gesticulava Edu, surpreso e já tentando escapar do ataque.

A turma, no entanto, não dava trégua. Jaqueline, a alguns carros de distância, filmava tudo, gargalhando ao fundo enquanto transmitia a zoeira ao vivo no Instagram da chefa. 

 — Vocês são uns sacanas! — protestava o bonitão, parecendo um aniversariante escolar, todo coberto de ovo, farinha, ketchup e mostarda. — Querem goró na faixa, mas olha só o estado em que me deixam...

A coroação do caos veio com Rubão, que surgiu do nada carregando um balde cheio de água. 

 — Rá! — exclamou Rubão, jogando a água em Edu e segurando o balde vazio como troféu. — O melhor ficou pro final! 

 — Sacanas! — gritou Edu, ainda mais encharcado. 

 — Bora pra Balada da Saudade? — sugeriu Rubão. 

 — Nesse estado? — retrucou Edu, indignado. 

 — A gente vai na frente, e depois o problema é contigo.

Lógico que a turma foi antes. Era uma noite de quarta-feira, mas Rubão já tinha fechado a boate para o festerê. Enquanto Edu corria para um banho rápido, o resto do time já estava na pista, curtindo os hits que faziam sucesso anos atrás. A sequência mais especial, claro, ficou por conta das músicas que marcaram a Copa de 2002, desde Zeca Pagodinho até os famosos tuch-tuchs. O DJ caprichava na mixagem e ninguém ficava parado.

— Nossa, eu dancei muuuuuuuito na época que ia pra balada todo fim de semana... — suspirou Ceci Paternostro, quando tocou Lady - Modjo. — Saudade dos meus 18 anos...

— Me fez lembrar tanto a época de Diário de um Universitário... Melhor novela jovem que já vi na vida. Tinha orgulho de ser da geração raiz. Muitas vezes, fugia para cá imaginando que encontraria a turma da novela. Era tão moleca ainda, menor de idade... Achava encantador dançar sob as luzes dos estrobos, usando a identidade da irmã mais velha de alguma amiga. Todo mundo deslumbrado, dançando, e depois cheio de assunto para comentar na segunda-feira... Só quem viveu sabe como aqueles tempos pareciam bons.

Ela fez uma pausa, pensativa, e completou: — Claro que nem tudo era perfeito, longe disso. Hoje eu vejo o quanto a gente romantizava muita coisa, e também como havia tantas limitações. Mas, falando por mim, acho que era uma época em que me sentia feliz... muito feliz. Releio os livros daquela novela quando fico deprimida. A animação deles foi o que me incentivou a querer fazer faculdade, sabia? A Lenita até me inspirou a ser veterinária. Sinto saudade de correr para casa e ver a novela, daquelas músicas, de tudo aquilo...

— Tem no YouTube? — perguntou Ceci, interessada.

— Tem, sim.

— Vou colocar na minha lista de sugestões pra assistir... — decidiu Ceci.

Depois de um momento, Ceci puxou pela memória e questionou, curiosa: — Por acaso é a novela do André? Era André o nome dele? Um cara bem fanfarrão, sem noção, que só aprontava?

Jaqueline riu e confirmou. — Ele mesmo!

As duas caíram na gargalhada.

— Apesar de os casais chamarem atenção, o André sozinho causava... e como causava. Na época, confesso que eu tinha uma quedinha por ele...

— Quando dava, eu assistia essa novela, mas não sempre. E toda turma que se preze tem um André — brincou Ceci.

Jaqueline concordou, meneando a cabeça e já procurando no celular um gif do André para enviar à Cecília.

— Procura no canal da RPN Novelas Antigas. Tem a lista completa, todos os capítulos sem cortes. Não são muito longos. Dá pra assistir uns dois ou três numa noite antes de dormir. Volta e meia eu revejo para matar a saudade. Sei lá, pode parecer bobo, mas aqueles anos foram a melhor época da minha vida. Se pudesse, voltaria para eles.

Ela deu um sorriso melancólico e concluiu: — Claro que entendo que nem tudo era bom ou fácil. Mas a música... ah, ela tem um poder. Me leva para onde meu coração queria estar.

Ceci caiu no riso ao receber os gifs do André. — Ele mesmo!

— Continua um gato... — admitiu Jaqueline, mostrando no Instagram algumas fotos do rapaz na praia. — Ele não atua mais, mas até hoje tem gente que o reconhece como o André. Se bobear, tem gente que nem sabe o verdadeiro nome dele.


***

Edu Meirelles, já limpo e cheirosinho, se divertiu enquanto, sentado em uma mesinha com Luís Carlos e Rubão, relembrava a partida com emoção. Que dia!

Rubão já havia custeado as despesas da noitada, mas as surpresas para Meirelles não pararam por aí. Depois que a galera dançou, curtiu, relembrou os velhos tempos, tirou muitas fotos e gravou vídeos para os stories, chegou a hora de ir embora. Edu, sem querer correr o risco de parar no xadrez por calote, dirigiu-se ao caixa para pagar a conta. Para sua surpresa, a atendente sorriu: — Cortesia da casa.

Edu franziu o cenho, confuso. — Boa noite! — Boa noite!

Ao sair da balada, foi novamente surpreendido. Ceci e Renata estavam segurando um bolo branco e começaram um coro de parabéns. Enquanto isso, Rubão e Noviça, escondidos atrás de carros, esguicharam suco de groselha com pistolinhas em sua direção e recomeçaram as ovadas. Não adiantou o bonitão tentar fugir; a turma toda o seguiu com entusiasmo, enquanto Jaqueline filmava tudo, gargalhando ao fundo.

— Dá um sorriso, pô! — pediu Rubão, rindo. — Depois dessa sacanagem? — retrucou Meirelles, fingindo indignação. — O aniversariante tem direito a um desejo... — provocou Renata, rindo.

Edu tentou levantar a mão para sinalizar “nem pense nisso”, mas foi tarde demais. Ceci e Renata jogaram o que seria uma torta improvisada com espuma de barbear direto no rosto dele, gargalhando sem parar.

— Vou guardar tudo isso, seus sacanas. No aniversário de vocês, podem se preparar para a revanche! — avisou Meirelles, com um sorriso entre o cômico e o ameaçador.

— Por gentileza, tem alguém sóbrio por aqui? — perguntou Noviça.

Pelo jeito, nem Jaqueline. Ainda bem que Rubão, sempre preparado, havia acionado uma van da RPN para levar todos de volta para casa — a mesma que os conduziu até a balada, vale lembrar.

Não é todo dia que o time do coração do âncora mais gato da televisão chega à final de um torneio tão relevante. A ocasião mereceu — e recebeu — uma celebração à altura, porque, sejamos sinceros, se não tiver zoeira, não é a RPN.

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