Remoer

A superfície se reinventa, os ventos são outros. O mar é o mesmo, as ondas sempre quebram à beira-mar e apagam os corações desenhados com gravetos, desfaz promessas, como também leva para bem além do horizonte as dores mais profundas. Elas não são capazes, porém, de arrancar de mim essa minha compulsão por remoer as escolhas equivocadas que me trouxeram até aqui. Eu poderia ser mais feliz… ou não. E esse “não saber” se mostra um verdadeiro martírio. O ato de me perdoar se inviabiliza porque fui responsável pelas decisões que me conduziram de mãos dadas rumo ao precipício e da inevitável queda, até que tudo à minha volta fosse escuridão. O sol continua a brilhar, o tempo não para e a culpa, ah, ela nunca deixa de me sussurrar motivos pelos quais toda e qualquer luta perde o sentido, o resto já perdeu.


Curitiba, 29 de janeiro de 2024.

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