A vida não vai estender o tapete vermelho para ninguém. Eu diria que o mais adequado é que eu mesma (recomendo a você também…) costure os próprios tecidos, plante o próprio jardim e faça tudo com carinho, amor, dedicação, que se entregue mesmo porque o maior risco é ouvir um não e isso não vai matar. Dói sim, mas não mata, só nos leva a linha reta, apesar de que sinceramente são as linhas tortas que dão todo sentido a isso aqui.
Se minha vida fosse o que sonhei desde menina, a essa hora eu estaria vivendo aquelas idealizações feitas antes de dormir, quando eu ainda me julgava capaz de conquistar o mundo, provavelmente eu seria tão feliz que até dormir seria uma perda de tempo. Utopia. Isso não existe. No fundo, todos procuramos por algo que nos faça querer viver porque quando acordamos dos nossos sonhos, mais precisamente lá no final da infância e o perlimpimpim fica só naqueles livrinhos coloridos que nos alfabetizaram, buscamos mais que a aprovação no colégio; torcemos por amor e amamos, sim, querendo ser amados em troca, queremos liberdade, um caminho que não seja em vão, uma crença que não decepcione, um amigo que jamais abandone.
Perdemos. Um fato, estamos perdendo sempre, o tempo todo. Vida, quando deixamos de lutar. Sinceridade, quando precisamos conceder para viver em paz. Sorrisos, quando choramos por causas em vão. Amor, quando optamos em viver acomodados e não arriscar nada, não virar a mesa, não gritar com toda força quando tudo vai mal porque, definitivamente, não somos marionetes, não somos bobos a ponto de acreditar que existem pessoas perfeitas. O que existe e eu posso te comprovar, são pessoas que tentam passar essa ideia de tudo estar as 1000 maravilhas.
Resultado disso? Frustração.
Não de quem vê, mas de quem tenta viver isso literalmente. Às vezes eu soo ácida por reagir ao ódio e defender-me dos agressores. Cresci fazendo sempre as vontades alheias, vivendo para os outros, aguentando calada as piadas de mau gosto, opiniões que não pedi sobre assuntos que não lhes competia, além de ser subestimada, é claro. Hipócritas, exigiram de mim a perfeição que jamais tiveram, mas era sempre mais cômodo palpitar a vida alheia.
Eu poderia não estar aqui. Por algum motivo mais forte estou, quer goste, quer não. Não é fácil viver por mim porque há quem não aceite, quem critique, quem queira se intrometer e julgar. Para isso dedos não faltam, mas muitos nesse jogo estúpido se esquecem de olhar para si. Convém. Não sabem o quanto.
Posso estar longe de ser Cinderela, porém sou, sim, uma princesa. Não tenho títulos de nobreza, tampouco pertenço a alguma linhagem distinta, nunca foi sobre isso. Só estou tentando sobreviver a um mundo hostil sem perder a sanidade, acreditar no amor em tempos nos quais os sentimentos têm sido tão banalizados, escrever histórias que gostaria de ler, me expressar por meio da arte e, quem sabe, motivar outras pessoas a desengavetarem seus sonhos e viverem intensamente. Não estou disposta a puxar tapete de ninguém, apenas me defendo quando atacada.
A vida não vai estender o tapete vermelho para ninguém. Nem para mim, nem para você, no alto da sua soberba displicente, julgando-se superior, jogando tão sujo, desperdiçando tanto tempo à iniquidade, não espere que eu caia na sua emboscada, um dia você receberá em triplo tudo que me desejou.
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