Aline abre o jogo...
Tita está apaixonada por Adolfo. Renega, desconversa, mas as borboletas no estômago não mentem. Ela até abraça a barriga, disfarça o sorriso, tenta mudar de assunto, porém está inevitável. Ninguém em sã consciência quer voltar a ir à aula por estar com ‘saudades’ da escola. Adolfo está metido nisso.
Ela está assustada. Deve ser a primeira vez na vida que está gostando de um garoto e mal sabe como agir. Fala com medo, como se fosse um pecado se apaixonar, beijar na boca, essas coisas, mas eu sei (e acho que qualquer um que está longe percebe): um não vive sem o outro. Pensam que só porque não somos adultos que não sabemos amar. Estão enganados. O amor nunca ditou tempo certo pra acontecer. Eles nem sequer imaginavam que iriam se apaixonar...
Tita acha que ele implica com ela por detestá-la (traumas do primário) e nem imagina que é um estranho modo que Adolfo encontrou pra poder continuar perto dela, para ver a amada reagir.
Garotos nessa idade são assim mesmo, meio bobos, meio chatos, mas muito inocentes, por mais que por boa parte do tempo ajam como perfeitos idiotas. Estão crescendo como nós. Não são tão crianças, ainda não são adolescentes e muito longe estão de ser adultos.
Nós estamos enfrentando essa fase complicada, caminhando nessa corda bamba de anseios, sensações e metamorfoses, porém precisamos aprender sozinhos, afinal, não poderemos nos esconder atrás das pernas dos nossos pais sempre que sentirmos medo e a vergonha nos assolar. A ideia é tentar lidar com isso da melhor forma possível e eu compreendo que a Tita esteja encabulada.
A Meire, com todo respeito, é uma bruxa. Ô mãezinha mais implicante e sem paciência, sem diálogo, sem coração, mal amada.
Entendo que talvez ela seja assim porque a vida não lhe foi muito gentil, mas precisava mesmo descarregar todo ódio em uma pobre criança como a Tita? Que culpa minha amiguinha tem de ser fruto de um romance que não deu certo?
A vida prossegue, oras. Você nunca sabe quando pode se apaixonar de novo e dessa vez ser diferente. Tem coisas que só mesmo vivendo pra entender. Minha mãe sempre me diz isso quando estou deprê.
Tita estava tão angustiada, precisando desabafar e algo dentro do meu coração me disse pra voltar de viagem um pouco antes e convidá-la para pousar aqui em casa. Mal cheguei e Adolfo me telefonou umas 100 vezes pra avisar que também chegou e queria notícias da Tita.
Os dois se abrem comigo, então me sinto amada por saber que eles confiam em mim e nada mais justo que ajuda-los. As coisas também estão bastante confusas para Adolfo.
Sabem o que é mais lindo nessa história toda? Adolfo também está apaixonado por Tita. Eles fariam um casal legal. Nisso eu aposto.
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