Curitiba, 25 de novembro de 2015.♥
No livro da vida não deve ter ocupado mais do que um ou dois capítulos. Não se adia a hora de viver, esse recurso é indisponível, mas ler o que se passou pode ajudar um pouco a entender o contexto.
Os anos ensinam a ler além das linhas. Ler em silêncio. O brilho e também o desvio de um olhar. As lágrimas. Os olhos fechados. As falanges das mãos que se encontram em outras falanges procurando o caminho de casa e desembocando em si mesmas. As metáforas. As palavras pela metade que nunca são meramente interrupções são, não obstante, trechos que exigem atenção.
Ler o coração de alguém exige sensibilidade, sobretudo por tomar tanto cuidado ao carregar consigo num frasco invisível um presente rico por excelência e incondicionalmente valioso.
Ter o amor e ao mesmo tempo ele não ser amor por conta das várias intercessões, deixando nas páginas do livro da vida muitas dúvidas em vez de conclusões, sendo um dos motivos pelos quais viver é o caminho, porque determinados esclarecimentos se satisfazem com entendimento, não diria exatamente conformação, mas algo próximo à tranquilidade. Saber esperar, a virtude mais requisitada. Viver traz consigo a coragem.
O livro da vida não aceita rascunhos, no entanto abre espaço para retratações. Não se pode reescrever, já foi registrado, mas pode-se tentar de novo. Tudo isso é ser vida, ser sonho. Tudo isso é ser... E ser às vezes não precisa de complementação.
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