Ingenuidade da catarata seletiva e moral.
Por maioria de votos, pechada de aberração.
Correr para caber naquele espaço é inútil,
Todos já tiveram a sua primeira impressão.
Diante do espelho o que vejo é uma garota,
Apenas uma garota como outra qualquer,
Pois mesmo sem me tratarem como gente,
É isso o que eu sou, um sopro de vida,
É isso o que eu sou, apenas uma garota.
Post-its invisíveis carimbam a reputação.
Estranha, esquisita, indigna de compaixão.
Atrasada demais para estar entre os legais.
Para ser parte da galera, engessada demais.
A vida seria mais leve se eu soubesse ser normal,
Se suspirasse de desejo pelos galãs da telinha,
Se conseguisse gostar daquela novelinha,
Se soubesse como rebolar e ser descolada,
Se por uma fagulha de tempo eu
não fosse eu...
Não importa que eu mude o meu penteado,
Que eu renove todo o meu guarda-roupa,
Não importa que eu aprenda a usar as gírias,
Que eu faça de conta que não sou quem eu sou,
Eles já escolheram como querem me julgar.
Não importa o que faça, não há mobilidade.
Não importa o que diga, serei arremedada.
Não importa mais, já é tarde, tarde demais.
A primeira impressão é uma só e de mim, a pior.
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