Antes de
quaisquer motivações, esta história iniciou por influência de outras. Memórias
e acasos. Reencontros, redescobertas, reconciliações. Promessas cumpridas e
desfeitas, arrependimentos e rompantes de coragem. Perdas e ganhos, sorrisos
tristes e lágrimas alegres, mãos que se unem e se soltam, abraços que fazem
qualquer adendo se tornar dispensável. Se não for o exato retrato da realidade
nua e crua, é, sem dúvida alguma, um repensar significativo de existências que
se convergem, se entrelaçam e procuram a sua voz.
A construção
de parágrafos, capítulos e volumes obedece a todos os rituais para que o
sentido não se perca numa teia de ilusões. Composta por olhares distintos,
estendendo o sentido de representatividade e diversidade, sobretudo porque o
fator humanidade fala mais alto do que os modismos, convencionalismos e
críticos ácidos. Estes últimos nem sempre são justos e tampouco devem se sustentar
na empáfia de serem os donos da verdade — às vezes destruir um sonho é mais proveitoso
do que edificar um terreno que se constrói lentamente e sofre baques
incorrigíveis, as tendências vêm e vão e o moralismo é hipócrita por excelência.
Dedos indicadores
em riste, lábios rígidos, olhos estreitos. A personificação do ódio que na
maioria das vezes se desenvolve sem uma razão lógica. Duelar com ele é duas
vezes perder. É melhor não saber, não se igualar a quem precisa matar sonhos
para se manter de pé, quem enxerga maldade onde não há, o outro como uma ameaça
ao que quer que seja, quem nem se permite um olhar mais atento e um exercício
franco de empatia.
De tantos
impostores se passarem por ele, o amor é temido. Um elemento que torna essa
história única dentre tantas, por mais que não seja incrivelmente original, é o
amor. Tão somente ele, desdobrado em infinitas formas de demonstrar, sentir,
escrever, porque dividido em infinitésimas fagulhas, não perde o sentido nem a
direção, quanto mais o propósito. Multiplica-se pelo espaço. Se não for
ignorado, é capaz de operar os mais emocionantes milagres e curar os corações
quebrantados por tantos dissabores.
Haverá um
ponto final para que as cortinas se fechem, mas essa história nunca terá fim de
verdade, porque ela é talhada no amor. Dentre as poucas certezas das quais me
aposso, a mais notável é a de que o amor não morre nunca, não quando é
verdadeiro, não mesmo, porque ele é a representação mais louvável do infinito.
Essas aventuras (ou desventuras) são o recorte escolhido de um ponto de
conflito onde cada personagem será tocado e útil para o desenvolvimento do
enredo.
Sabendo disso,
posso adormecer mais tranquila. As críticas de araque se findam na falsa imparcialidade
para jogar sal na roseira alheia, arrancando os brotos com uma violência ímpar,
porque querem colher pranto, pouco se importam com os rastros de destruição que
deixam, desde que matem um sonho.
No entanto, e
se esse sonho vencer o ódio? As linhas nos dirão se sim ou não. Em todo caso,
as reticências encerram essas modestas reflexões...
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