RPN | CHORA MAIS, CASAL SEBOSO/FLAMENGO CAMPEÃO

 

Edu Meirelles cantarola o hino do Flamengo enquanto se arruma para ir trabalhar. Há quase um ano tem um item a mais no protocolo: as máscaras. As preferidas dele são as do time do coração e o desejo dele, não só dele como de todos, é que a vacina demonstre eficácia e mesmo que nada volte a ser como antes, a vida retome o ritmo, abraços sejam permitidos e todos possam celebrar.
           — Com essa doença eu não brinco. — Edu Meirelles diz a si enquanto lê notícias sobre decreto de lockdown em algumas localidades e recorde de mortes num só dia. — É, a vida tem cada surpresa. Em 2019 eu reclamava de barriga cheia, era feliz e nem sabia.
        A RPN optou por reprisar novelas antigas e disponibilizar o acervo no aplicativo da RPNPLAY para os noveleiros de plantão, exibir séries e documentários e os programas clássicos que vão ao ar adaptaram-se aos protocolos de saúde, visando sempre o bem-estar coletivo. 
Noviça topou reformular o Melhor com Noviça para se adequar ao momento atual e até que haja vacina e a pandemia fique sob controle, nada de plateia. Rubão apresenta o Programa do Rubão em casa.
    Os telejornais da emissora fazem uma cobertura digna, séria, esclarecedora, mas jamais sensacionalista e apocalíptica. A equipe do Vinte Horas está trabalhando para iniciar uma série de reportagens sobre as mudanças provocadas pela COVID-19 no Brasil e no mundo. Elas irão ao ar em março, quando completar um ano do decreto da OMS. Outra série de reportagens prevista para março é sobre a crise hídrica no Paraná, que levou ao rodízio de água para evitar um colapso que deixe as torneiras dos paranaenses sem água.
        Em 2019, quando o rubro-negro ergueu a taça e conquistou a América, os estádios de todo o mundo ainda estavam cheios, torcedores saíam às ruas para comemorar um título esperado por mais de três décadas. Crianças, jovens, adultos e idosos dançavam e pulavam em trios elétricos, blocos de carnaval arrastavam milhares de foliões, os tradicionais desfiles das escolas de samba sempre encantavam a multidão nos sambódromos. Mickey Mouse nunca se cansava de tirar fotos com os amigos vindos de todos os lugares do mundo, no ano-novo milhares aguardavam a queima de fogos nas areias de Copacabana ou na Avenida Paulista; vestibulandos deleitavam-se no ritualístico banho de lama após a divulgação da lista de aprovados. Entretanto, tudo mudou...
        Ouviu-se falar de um “novo normal”, desse camarada que desordenou todo o tabuleiro, deixando as peças avoadas e desorientadas, alternando-se entre sentimentos muito extremos de medo, angústia, incerteza, por vezes até a própria negação, sintoma do luto, do arrefecer daquele mundo que costumávamos conhecer. 
Desde então, a esperança se concentra na perspectiva de uma vacina eficaz e enquanto não há vislumbre de tempos melhores, a colaboração mais significativa que se pode fazer é cumprir as determinações e se informar por fontes idôneas, não acreditar em compartilhamentos de grupos de WhatsApp, quanto mais em notícias de duvidosa procedência que se propagam nas redes sociais e prestam um desserviço a toda a sociedade.
        Edu Meirelles, enquanto dirige para o trabalho e ouve música, se lembra de que quando o Flamengo ganhou o campeonato em 2019, os planos eram tantos: programar-se para assistir à eventual final da Libertadores de 2020 no Maracanã (que infelizmente não teve o rubro-negro como um dos finalistas), garantir a presença em mais um Mundial de Clubes no Catar (os egípcios mandaram bem), queria ele que o pai estivesse vivo para presenciar o time do coração vivendo um momento histórico. Se o saudoso Sr. Meirelles não tivesse falecido tão jovem, estaria no grupo de risco do novo Coronavírus e o apresentador estaria sem o ver há um ano, algo triste e impensável.
        Por mais que Edu Meirelles esteja sempre em contato com a família e os amigos, mora sozinho e sente saudade dos tempos em que organizava churrasco para os amigos ou quando Rubão o convidava para passar alguns dias em Angra dos Reis, de viajar nas férias. Ainda não havia visitado Acapulco — e estava nos planos dele para 2020 — e agora não sabe se algum dia poderá fazê-lo. 
Procura sorrir, ser o brincalhão da redação; nem todos os seus amigos são flamenguistas, mas alguns têm simpatia pelo time porque, querendo ou não, enquanto a política separa, o futebol une. A rivalidade fica em campo, fora dele o desejo sincero é que todas as equipes continuem trabalhando para sustentar um legado, dar oportunidades para muitos talentos serem valorizados e em tempos tão melancólicos tragam alegria, nem que seja pelas ondas do rádio, pela tela da televisão, do computador ou de um dispositivo móvel. 
O bem mais precioso que uma equipe de futebol é a torcida. Ela. O maior patrimônio de todos. A décima-segunda camisa. O coração que pulsa a cada lance, que grita, ri, chora, vibra, comemora, dá bronca e nunca desiste.

20/2/2021 | Flamengo x Internacional: domingo marcado por tensão, apostas e bastidores

No último domingo, quem estava de plantão fez questão de assistir ao clássico do ano: Flamengo x Internacional. Dois gigantes em busca de um título. Enquanto os gaúchos não levantavam a taça desde 1979, os rubro-negros perseguiam o bicampeonato na era dos pontos corridos. Para quem não sabe, o Brasileirão adota esse sistema desde 2003, com os times jogando contra todos em turno e returno, vencendo quem acumular mais pontos. Em caso de empate, o critério de desempate é o saldo de gols. Como era de se esperar, a RPN se organizou para cobrir mais esse campeão de audiência.
Com a vitória, o Flamengo alcançou a liderança na penúltima rodada. Agora, precisaria vencer o São Paulo ou torcer por um tropeço do Internacional. Logo depois do Vinte Horas, entrou no ar o pré-jogo comandado por Rubão, já que partidas históricas, emocionantes e dramáticas como essa são com ele. Enquanto o Internacional recebia o Corinthians no Beira Rio, os são-paulinos no Morumbi lutavam pela última vaga direta para a Libertadores.

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Todas as partidas começaram no mesmo horário, e a expectativa estava na parte de cima da tabela. Enquanto isso, os rebaixados apenas cumpriam tabela. Para aumentar a tensão, o mascote dos eventos esportivos — um cachorrinho assoprando uma buzina — aparecia no cantinho da tela sempre que saía um gol. Para flamenguistas e colorados, apreensão total.
O Internacional seria campeão se vencesse o Corinthians e o Flamengo perdesse ou empatasse contra o São Paulo. Qualquer outra combinação daria o título ao time carioca. Até o apito final, tudo estava indefinido. 
— E o Brasileirão segue indefinido... Vai ser emoção até o último momento... É para quem tem coração forte! — anunciou Rubão após o fim do primeiro tempo.

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Enquanto Rubão comandava a transmissão, Edu Meirelles, que ficou na redação, acompanhava tudo pelo celular, além da partida no Beira Rio. O bonitão, como já sabemos, ama apostar (mesmo que depois tente escapar de cumprir o que promete). Convicto da vitória do Flamengo, disse que descoloriria os cabelos e os tingiria de rosa, igual ao Gabigol, caso o Internacional se tornasse campeão. Ele até mencionou aquele torcedor que pagou a multa para o jogador Rodinei entrar em campo. Porém, como sabemos, Rodinei foi expulso por uma falta que não deixou dúvidas: cartão vermelho direto.

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A paixão de Edu pelo Flamengo é clara, mas ele mantém respeito pelos outros times no ar. Ainda assim, sempre faz questão de pedir aos fãs rubro-negros que consumam conteúdo de veículos que joguem limpo, sem bairrismos. Afinal, existe uma parcela da imprensa marrom que ganha atenção apenas falando mal do Mais Querido.
Nesse contexto surge Amanda Salvini, uma figura polêmica. Oriunda de uma família de classe média alta, ela ingressou numa faculdade privada aos 17 anos e rapidamente conseguiu uma vaga de estágio em Brasília, algo raro para muitos universitários da região. Casou-se com um repórter de Brasília muito mais velho, e um político — hoje preso por corrupção — foi o padrinho do casamento. Usando suas conexões, Salvini iniciou sua carreira, aproveitando os ventos do anti-petismo e do Fora Dilma para se destacar.
Depois de um divórcio em 2017, começou a namorar Alan Ricetti, um comunicador esportivo. Apesar de inicialmente negarem o relacionamento, ele foi confirmado durante a pandemia. Amanda Salvini, que idolatra o Palmeiras e odeia o Flamengo, se tornou uma figura venerada em seu canal de jornalismo rival à RPN, enquanto seus colegas — em tom quase de reverência — a chamam de "Mandi".
Mesmo com tanta exposição e "costa quente", as comparações inevitáveis surgem. Ceci Paternostro, por exemplo, tem um perfil totalmente diferente: com interesses diversos, ética exemplar e foco no compromisso com o público, construiu sua carreira sem depender de ninguém.

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Agora, a jornalista Amanda Salvini, conhecida por sua fama de antipática e mal-humorada, tenta adotar um novo figurino para os holofotes. Esquerdista, vegana, ouvinte de funk, e politicamente correta (mesmo que forçado), tenta desvincular-se da Amanda Salvini do passado, como se fosse uma sósia dela mesma. Apesar de sua pose atual, é evidente que ela pouco se importa com racismo, machismo ou direitos LGBTQIA+. No fundo, parece mais interessada em seguir tendências e chamar atenção. Mas, ao menos, mantém um visual tradicional. 
Salvini não poupa internautas: é grosseira ao responder críticas e chega a bloquear quem a contradiz. Sua opinião é a única válida, e não há espaço para discordância. Mesmo assim, tornou-se musa de um cantor de MPB que escreveu uma música para ela, alimentando seu já conhecido ego. Se não fosse pelo choque de egos, seria a alma gêmea perfeita de Tino Cavalli — que, apesar de posar como heterossexual em público, vive um romance com Léo Ponche, apesar do casamento de fachada com uma influencer. Todos sabem do relacionamento, mas Tino não assume devido ao medo de perder espaço na TV.
O marido de Salvini, Alan Ricetti, idolatra a esposa em suas aparições no programa esportivo. Quando não é ele, algum dos colegas encontra uma forma de mencioná-la. Quem busca uma análise esportiva de verdade, entretanto, sintonizou no canal errado. O casal, parte de um grupo de comunicação que apoiou abertamente o governo da direita, agora enfrenta ataques dos governistas e tenta emplacar em qualquer segmento, inclusive programas veganos com feministas radicais que encontram "apologias a estupro" até em comerciais de ração.
Nem mesmo colegas da mídia a suportam. Hanna Fonseca, por exemplo, já deixou claro sua falta de paciência com Salvini, que parece determinada a ocupar a bancada da RPN, vislumbrando o lugar de Ceci Paternostro e, talvez, até conquistar o coração de Edu Meirelles. Contudo, Ceci segue fazendo um trabalho impecável e não há planos de substituí-la, a menos que ela decida sair ou precise se ausentar. Mesmo assim, dentro do grupo existem várias jornalistas competentes que facilmente superariam Salvini no quesito profissionalismo.
Enquanto Salvini e Ricetti tentam se vender como o casal perfeito, a verdade é que não convencem. Já quando Edu Meirelles aparece publicamente ao lado de qualquer mulher, o público vai à loucura querendo saber se o relacionamento é sério.
Noviça, atenta e esperta, nunca permitiria que seu "muso eterno" caísse nos braços de uma oportunista. No pior dos cenários, até poderia aceitá-lo com alguém como Luciana Andrade, cuja personalidade difícil é compensada pelo talento inegável. Afinal, quando o público odeia uma vilã, é sinal de que a atriz fez seu trabalho com maestria.

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Enquanto tudo isso acontece nos bastidores, Edu Meirelles estava focado nas partidas decisivas do campeonato. Com olhos vidrados na tela, entre temor e esperança, sonhava com o momento em que pudesse comemorar mais um título do Flamengo.

Grupo do WhatsApp

Edu Meirelles (áudio) — Pera lá, cara. Tá de sacanagem. O jogo nem acabou. Não vou cair em arapuca da RPN, não.

Rubão 😅😅😅😅😅

Edu Meirelles (áudio) — Só porque não teve carnaval querem me fazer de bobo da corte, vá sonhando! Eu pago a aposta, mas SE o Internacional ganhar, SE ele ganhar. Agora me zoar para ter pauta para o seu programa... Pô, Rubão, você já foi mais criativo.

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Embora o Flamengo tivesse maior posse de bola e melhor aproveitamento que o São Paulo, acabou derrotado por 2 a 1 no Morumbi. Mesmo assim, ainda havia esperança: bastava um gol do Corinthians contra o Internacional ou um empate no Beira Rio para o Mengão levar a taça.
Na transmissão, Rubão, com toda sua experiência, sabia que momentos como esse são raros. Um título decidido nos acréscimos e completamente indefinido até o apito final. Dois palanques foram montados — um em São Paulo, outro em Porto Alegre —, e os jogadores e comissão técnica do Flamengo ficaram atentos ao desfecho do jogo no Beira Rio.
— Olha lá o Gabigol, Gabigol tá nervoso, Gabigol tá apreensivo, Gabigol representa toda a nação rubro-negra... Minutos emocionantes, minutos dramáticos, minutos intermináveis, segundos que se arrastam enquanto o... ACABOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOU!

Sobe som: Hino do Flamengo.

— Pode chorar, flamenguista, pode soltar o grito na garganta, pode pular, pode aumentar o volume... FLAMENGO CAMPEÃO BRASILEIROOOOOOOOOOOO! E que temporada, que temporada complicada. E bota complicada. O Flamengo iniciou o ano de 2020 prometendo repetir 2019 e começou bem, venceu a Supercopa do Brasil, a Recopa Sul-Americana, mostrou que não estava dormindo no ponto. Mas então veio a pandemia, a indefinição, a angústia...

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No canto da redação, Edu Meirelles cobria o rosto e chorava. Era um misto de alívio por não precisar cumprir a aposta e de alegria pela conquista do time do coração em meio a tempos tão difíceis.
— Esse time que sofreu eliminações precoces, foi subestimado, atacado, desacreditado, mas não desistiu. Lutou com bravura até o último minuto, batalhou, acreditou e levou a melhor...
Logo após, surge a zoeira.

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Luís Carlos 👍

Edu Meirelles ???

Luís Carlos ???

Edu Meirelles (áudio) — Cara, o vidente L está com a agenda muito lotada? Porque eu quero saber das suas previsões para 2021. Tudo bem que você deu uma barrigada feia em relação ao Paraná Clube, mas acho que nem você previu o fiasco do Palmeiras no Mundial.

Luís Carlos Já comprou o descolorante?

Edu Meirelles (áudio) — Que mané descolorante, cara. Se liga. O Mengo levou a taça. Eu pagaria a prenda SE o Inter tivesse ganhado. Não vem com sacanagem para cima de mim que eu não sou nenhum trouxa. Eu já sabia, só queria tirar onda com a galera.

Luís Carlos Você sempre na malandragem, com a bocarra que tem, sempre dá um jeitinho de apostar e fugir, né? Quando sabe que o couro vai comer, arreda o pé.

Edu Meirelles (áudio) — Pô, distorcer a minha voz é sacanagem. Depois o sacana e fanfarrão sou eu. Vai vendo, mané. Só não te dou uns sopapos por causa do isolamento, mas comigo ninguém tira onda.

Luís Carlos Consulte o VAR.

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Enquanto isso, no Instagram, Edu Meirelles preferiu não afrontar o casal entojado que torceu contra o Flamengo. Em vez disso, publicou um #tbt que levou seus seguidores a 1981, escrevendo uma emocionante carta ao pai.

E assim termina a primeira parte do #aceitaquedóismenoscasalseboso.

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