27 de abril | Dia do Engraxate

Dia do Engraxate: a história, a resistência e os novos caminhos

No dia 27 de abril, celebramos o Dia do Engraxate, homenageando esses trabalhadores que, com seus bancos 🪑, escovas e ceras, marcaram presença nas ruas e praças das cidades brasileiras. Mas como surgiu essa profissão? E por que essa data?

A origem da profissão
A atividade de engraxar sapatos começou a ganhar força no século XIX, com a popularização dos sapatos de couro 👞, especialmente entre a elite urbana. No Brasil, ser engraxate se tornou uma alternativa de trabalho para muitas crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, principalmente nas grandes cidades. Era comum ver engraxates em frente a hotéis, estações de trem 🚂, bancos e repartições públicas.

Por que 27 de abril?
O 27 de abril foi escolhido em homenagem à criação da primeira associação de engraxates no Brasil, que aconteceu em meados do século XX. A data reconhece a importância desses profissionais na construção da memória urbana e no fortalecimento da cultura do trabalho informal. Em alguns lugares, também se associa a celebrações religiosas ligadas a São Jorge ✨, padroeiro dos trabalhadores humildes em algumas tradições.

Uma profissão em extinção?
Com as mudanças no mercado de trabalho, a modernização dos calçados e o surgimento de novos hábitos de consumo (como o uso de tênis e materiais sintéticos), o ofício de engraxate foi diminuindo ao longo dos anos. Hoje, existem poucos profissionais atuando nas grandes cidades, geralmente em locais tradicionais, como rodoviárias, praças centrais 🏙️ e áreas turísticas.

Apesar da redução, a profissão ainda resiste como símbolo de luta, dignidade e memória viva de um Brasil popular e trabalhador.

Mais do que um serviço, o trabalho dos engraxates é parte da história social do país. Celebrar essa data é também reconhecer a importância dos trabalhadores informais e reforçar a necessidade de políticas que garantam dignidade e oportunidades para todos.

Editorial OCDM |Quando a beleza mata: reflexões sobre a estética do retrocesso


Há quatro anos, li uma reportagem sobre o retorno das calças de cintura baixa, impulsionado pelo revival da estética Y2K. Para muitas de nós, mulheres que cresceram naquela época, esse revival traz à tona um ciclo de padrões antigos que continuam a afetar a forma como somos vistas. 

A obsessão por cabelo liso extremo e um corpo esquelético ainda ressoam como uma ditadura silenciosa, que levou muitas de nós a adoecer na tentativa de atender a esses padrões. O número do manequim, como sempre, continua sendo o critério de aceitação, e isso é preocupante.

Houve uma lufada de esperança com o advento do movimento body positive, que prega a autoaceitação do próprio corpo, nos ajudando a expandir nossas percepções sobre beleza e valor. Parecia que o mundo estava demonstrando uma transformação profunda em relação a isso, que nesses tempos sombrios, a resistência se levantaria em favor de uma realidade mais saudável, onde cada uma seria seu próprio padrão.

A ideia aqui não é demonizar a busca por uma melhor qualidade de vida e bem-estar. É sobre refletir que o retorno da tendência Y2K veio com mais força, trazendo de volta não só as calças de cintura baixa e a ditadura do cabelo liso, mas também uma forma sorrateira de aprisionar a mulher, frear seu empoderamento e minar sua autoestima.

Não é coincidência. Naomi Wolf, em seu livro O Mito da Beleza, já apontava que os padrões de beleza muitas vezes se intensificam justamente quando as mulheres conquistam avanços sociais. Segundo Wolf, quando as mulheres ameaçam romper barreiras e ocupar espaços antes negados, o sistema responde criando novas formas de controle — e a beleza, nesse cenário, se transforma em mais uma prisão.

Até mesmo os critérios para ser considerada magra são mais cruéis do que há duas décadas: hoje, é preciso parecer um cadáver ambulante com shape de academia. Não à toa, a “canetinha mágica” se popularizou mais do que deveria. Embora tenha um propósito legítimo no tratamento do diabetes, seu uso foi banalizado, graças à exposição de artistas que são mais valorizadas na mídia pela "boa forma" do que pela mensagem que deveriam deixar aos fãs.

Para quem viveu aqueles tempos horríveis, tem sido pavoroso estar no meio desse fogo cruzado de cobranças e pressões. Como se ser mulher já não fosse tortuoso o bastante — enfrentando o medo constante de ser violentada e vivendo num mundo feito para os homens —, o controle sobre nossos corpos se mostra um atentado contra a criatividade e a autenticidade.

Ser extremamente magra é promessa de felicidade? Bem, é isso que nos vendem não só nas revistas, mas impõem nas redes sociais, no círculo de amizades, nos produtos midiáticos, silenciando as vozes sensatas que propõem uma reflexão mais séria do retrato de uma sociedade frívola, imediatista e pautada em pilares frágeis.

Sucumbir à moda da magreza extrema é assinar um acordo de rendição, cuja moeda de troca pode ser o próprio sopro de vida.

Clean girls: minimalismo do retrocesso


Essa nova onda não acontece isoladamente. Outra face moderna dessa tentativa de controle é a tendência “clean girl”, que começou a ganhar força nas redes sociais entre 2021 e 2022, especialmente no TikTok. Inspirada na estética minimalista, de aparência “natural” e “perfeita sem esforço”, a clean girl é a mulher de pele impecável, cabelo alinhado, roupas básicas e aparência polida — mas tudo isso exige tempo, dinheiro e, claro, muita disciplina estética para manter o “ar de naturalidade” que, no fundo, é artificial.

A exigência não é só estética: é também comportamental. A clean girl precisa ser discreta, sorridente, elegante, silenciosa. Precisa parecer saudável, mas sem exagero. Sensual, mas jamais vulgar. Uma reconstrução moderna da boa moça dos anos 1950 — que deveria agradar os homens sem jamais ameaçá-los.

Essa estética, aparentemente inofensiva, tem raízes na construção de um padrão inatingível e superficial de perfeição, que mais uma vez coloca as mulheres como objetos a serem admirados por sua aparência, principalmente por seus pares masculinos.

A romantização da "clean girl" reforça um estereótipo de beleza que, como outras tendências anteriores, limita a autonomia da mulher. Embora em tese ela pareça representar empoderamento e autossuficiência, no fundo, carrega consigo a pressão de atender aos padrões de um "modelo" desejado e aceito pela sociedade, em grande parte controlado pelos interesses de consumo e imagem.

Ao se comparar a essas representações midiáticas, as mulheres se veem forçadas a lutar pela aprovação masculina, perpetuando a ideia de que seu valor está atrelado à sua aparência e à sua capacidade de agradar aos outros, um reflexo de como o patriarcado ainda opera nas pequenas e grandes narrativas da cultura contemporânea.

A abordagem crítica dessa tendência não é sobre criticar quem adota esse estilo, mas refletir sobre os efeitos dessa pressão estética que, como afirma Naomi Wolf em O Mito da Beleza, está diretamente ligada ao controle da imagem feminina, algo que nos é imposto desde a adolescência e que, com o tempo, vai se enraizando em nossas mentes como um ideal a ser perseguido a todo custo.

Ao mesmo tempo em que algumas mulheres são seduzidas pela estética clean girl, uma reação conservadora se fortalece, empurrando-as novamente para papéis tradicionais e muitas vezes opressores. Como falado por Susan Faludi em Backlash: The Undeclared War Against American Women, a cada avanço significativo das mulheres, surge uma tentativa de retroceder suas conquistas, disfarçada de escolha e glamour. A tendência clean girl, assim como o culto das 'trad wives', é uma das várias formas de minar a autonomia feminina e a verdadeira liberdade.

Engajamento e irresponsabilidade: quando a desinformação coloca a vida em risco 


A responsabilidade dos influenciadores nas redes sociais é um tópico crucial, especialmente quando consideramos como suas postagens contribuem para a perpetuação de padrões estéticos prejudiciais. Muitos promovem dietas e rotinas de exercícios sem respaldo científico, alimentando a desinformação e colocando os seguidores sob uma pressão desnecessária para atingir o "corpo perfeito". 

Em O Mito da Beleza, Naomi Wolf discute como a mídia e a sociedade impõem padrões inatingíveis às mulheres, sendo esses influenciadores um reflexo disso. As promessas de transformação rápida ignoram as reais necessidades de bem-estar físico e emocional.

Nos Estados Unidos, por exemplo, um estudo realizado pela Pew Research Center em 2019 revelou que apenas 24% das mulheres preferem ser donas de casa em vez de trabalharem fora, o que demonstra que a maioria das mulheres prefere a independência profissional. A visão de uma "trad wife" não só retrocede o papel feminino, mas também nega a ideia de que as mulheres podem, e devem, ter escolhas livres sobre suas vidas e seus destinos.

O retorno da moda Y2K e a nostalgia da magreza extrema


Nos anos 2000, a internet ainda engatinhava, mas já começava a formar comunidades que giravam em torno da glorificação da magreza extrema. Blogs e fóruns “pro-Ana” (anorexia) e “pro-Mia” (bulimia) espalhavam “diários” de dietas absurdamente restritivas e incentivavam jovens a atingir padrões impossíveis. A estética exaltava clavículas saltadas, ossos do quadril aparentes, barriga seca e coxas separadas — como se tudo isso fosse sinônimo de beleza e sucesso. Pior: associava o corpo gordo a ideias de fracasso, preguiça e falta de valor.

Essa mentalidade, ainda que aparentemente esquecida por algum tempo, nunca desapareceu. Apenas mudou de máscara. E agora, com a volta da moda Y2K, vemos ressurreições dessas referências perigosas sob o pretexto da nostalgia: o retorno da calça de cós baixo, da cultura da magreza extrema como um "padrão estético desejável", das roupas feitas para corpos quase infantis.

Hoje, diferentemente dos anos 2000, existem mecanismos nas redes sociais que tentam sinalizar quando alguém procura por termos ligados a transtornos alimentares, sugerindo ajuda profissional. Mas o culto à magreza continua sendo onipresente — só que agora se disfarça no discurso da “vida saudável”. E aí entra outro problema: a avalanche de desinformação propagada por falsos especialistas.

No Brasil, por exemplo, uma pesquisa de 2021 realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que 48% das mulheres brasileiras têm alguma insatisfação com seu peso. Isso se reflete também em dados alarmantes sobre transtornos alimentares, que afetam especialmente mulheres jovens. 

Segundo o Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, a prevalência de transtornos alimentares, como anorexia e bulimia, aumentou significativamente nos últimos anos, com a pressão para alcançar um corpo magro sendo um dos fatores de risco.

A cada deslizar de dedo, somos bombardeadas por dicas de nutrição vindas de influenciadores sem qualquer formação séria na área. Pessoas que usam seus seguidores como aval de credibilidade, vendem dietas milagrosas, cursos de emagrecimento duvidosos e se autopromovem como se popularidade fosse sinônimo de competência. Isso não apenas perpetua o ciclo de insatisfação corporal, mas também coloca em risco a saúde de quem, sem saber, confia em promessas sem embasamento.

A escritora Roxane Gay, em seu livro "Fome: Uma autobiografia do meu corpo", traz um relato profundo sobre como a cultura da magreza destrói a autoestima e como a pressão social molda o relacionamento que mulheres têm com seus corpos desde a infância. A obra de Gay serve como alerta: não é sobre "escolha pessoal", é sobre sobrevivência num mundo que, a cada década, inventa novas formas de controlar nossos corpos e nossos sonhos.

O espetáculo do mau-caratismo e a indústria da culpa


Com o crescimento das redes sociais, um novo tipo de mercado floresceu: o da transformação pessoal instantânea. Só que, por trás da promessa de "vida saudável", "autoestima elevada" e "corpo dos sonhos", o que se consolidou foi uma indústria bilionária baseada na culpa feminina.

Influenciadores sem formação adequada — que misturam dicas vagas de nutrição, coaching motivacional e estética — vendem a ideia de que a felicidade e o sucesso são alcançados através do corpo magro, tonificado e “perfeito”. Mas, para isso, é preciso consumir: consumir suplementos, consumir cursos, consumir rotinas extenuantes, consumir a ilusão de que a transformação é uma questão puramente de "força de vontade".

A escritora Bell Hooks, em seu livro "O feminismo é para todo mundo", já alertava que a sociedade capitaliza sobre as inseguranças das mulheres, transformando cada etapa da vida feminina em mais um produto a ser vendido. Segundo Hooks, enquanto a mídia reforça padrões inalcançáveis de beleza e sucesso, cria também uma demanda infindável por soluções mágicas — soluções que, no fundo, alimentam o sistema em vez de libertar quem consome.

O resultado desse espetáculo é perverso: as mulheres são levadas a crer que o problema está nelas — na falta de disciplina, na suposta "preguiça", no "não querer o suficiente" — quando, na verdade, o verdadeiro problema é um sistema inteiro que lucra com a nossa eterna sensação de insuficiência.

A "energia feminina" vendida como mansidão, a "cara de rica" traduzida em cabelos lambidos e peles impecáveis, a ideia de que uma mulher valiosa é a que melhor performa esses padrões: tudo isso não é liberdade de escolha. É marketing.
É capitalismo travestido de autocuidado.

Movimento Body Positive: uma resposta à opressão estética


Diante da pressão incessante para atender a padrões irreais, surgiu uma reação poderosa: o movimento Body Positive. Originado no final dos anos 1990 e fortalecido na década de 2010, o body positive propõe uma visão radical: todo corpo é digno de respeito e representação, independentemente de seu tamanho, forma, cor, idade ou capacidade.

Essa filosofia surge como uma recusa direta à lógica de que a autoestima feminina deve ser condicionada à aceitação ou aprovação alheia. Ao contrário, prega que autoestima é um direito inegociável.

A ativista e escritora Sonya Renee Taylor, autora de "The Body Is Not an Apology" (em tradução livre, "O Corpo Não é um Pedido de Desculpas"), reforça que o amor-próprio não é apenas um ato individual, mas também uma postura política que combate sistemas de opressão que se alimentam da nossa autocrítica.

O movimento body positive não nega a importância de cuidar da saúde. O que ele contesta é a ideia de que saúde tem um padrão estético único, e que a felicidade está condicionada a esse molde.
Amar e respeitar o próprio corpo não significa desistir de si mesma — significa, sim, recusar a narrativa de que apenas um tipo de corpo é válido.

Apesar das tentativas do mercado de esvaziar o movimento e transformá-lo em mais uma vitrine de consumo, sua raiz continua forte: um chamado para que mulheres sejam donas de si, de sua história e de sua própria imagem.

Ter vivido a dor dos transtornos alimentares nos anos 2000 e, agora, ver novas formas de opressão surgirem, só reforça em mim a certeza de que precisamos resistir.
A pressão para nos moldarmos a padrões inatingíveis não traz a felicidade que prometem; apenas esvazia sonhos, silencia revoluções interiores e nos afasta de quem somos.
Cada vez que recusamos essa imposição, reafirmamos que nossa existência vale mais do que caber em moldes sufocantes.
A beleza está em resistir. A liberdade, em ser.

Diante de tantas armadilhas disfarçadas de tendência, é preciso coragem para enxergar além da estética e reivindicar o direito de existir fora das expectativas que nos impõem.

A beleza verdadeira não está em caber nos moldes de cada nova moda, mas em resistir, questionar e cuidar de si com honestidade, sem se render às pressões silenciosas que vendem submissão como escolha. Não devemos mais aceitar que o padrão mude como estratégia de contenção social.

O corpo, a voz e o destino pertencem a quem os habita — e a liberdade nunca esteve na aprovação dos outros, mas na nossa própria aceitação.

26 de abril | Dia da Empregada Doméstica

 

Você sabia que no dia 27 de abril é celebrado o Dia da Empregada Doméstica? Essa data, muitas vezes ignorada no calendário, tem uma origem tocante e uma personagem real por trás: Santa Zita, padroeira das empregadas domésticas. Acredite, a história dela parece saída de um daqueles cadernos antigos onde a gente anotava tudo o que tocava o coração.

A mulher que transformou trabalho em oração

Santa Zita nasceu por volta do ano 1218, na cidade de Lucca, na Itália. Aos 12 anos, já estava empregada como doméstica numa casa nobre, onde trabalhou por quase 50 anos. Mas o que a torna especial não é o tempo de serviço, e sim a maneira como ela encarava cada tarefa: com humildade, fé e um coração voltado para o bem.

Enquanto outros podiam ver "só uma criada", Zita via a chance de servir a Deus com cada vassourada, cada pão assado, cada roupa dobrada. E entre uma tarefa e outra, nunca deixava de ajudar os mais pobres da cidade.

Curiosidade que parece lenda (mas é tradição!)

Reza a lenda que um dia, Zita saiu escondida para levar pão aos famintos, mas foi pega no flagra pelo patrão. Quando ele a confrontou e pediu para ver o que escondia no avental, os pães haviam se transformado em flores. Sim, flores. Um milagre que muitos dizem ter sido o primeiro sinal da sua santidade.

Por que ela virou padroeira das empregadas domésticas?

Zita foi canonizada em 1696, mas já era vista como santa muito antes disso, principalmente entre os pobres e os trabalhadores domésticos. Afinal, quem melhor para proteger quem vive do cuidado e da labuta dentro de casas que não são as suas?

Até hoje, na cidade de Lucca, o corpo dela está conservado na Basílica de San Frediano. E pasme: ele está quase intacto, o que muitos veem como mais um sinal da sua santidade.

O Brasil e a longa estrada do reconhecimento

A profissão de empregada doméstica no Brasil carrega séculos de desigualdade. Mesmo sendo uma das funções mais antigas e necessárias, por muito tempo ela foi informal, mal remunerada e cheia de abusos disfarçados de “tradição”. Só em 2013, com a chamada “PEC das Domésticas”, é que a legislação começou a garantir direitos como jornada de trabalho, hora extra, férias e FGTS.

Ainda hoje, milhares de mulheres — majoritariamente negras — enfrentam preconceito, desvalorização e condições precárias. Homenagear Santa Zita é também refletir sobre isso. 

Que tal reconhecer o trabalho com dignidade todos os dias? Conversar, escutar, perguntar como a pessoa está — parece simples, mas é raro. Presentear com um café especial ou uma flor nesse dia pode parecer pequeno, mas carrega muito afeto.

Santa Zita nos ensina que trabalho também é oração

No fim das contas, Santa Zita não virou santa porque fazia milagres. Ela virou santa porque transformou o que parecia pequeno — um avental sujo, um pão repartido, uma oração sussurrada — em algo gigante. Ela nos lembra que o que a gente faz com amor nunca passa despercebido.

Mary Recomenda | Anorexia, diário de uma adolescente - Dominique Brand

 

Título: Anorexia, diário de uma adolescente

Autora: Dominique Brand
Editora: Elevação
Ano de publicação: 2003
Total de páginas: 221

25 de Abril | Dia Internacional de Conscientização sobre Alienação Parental 🧠💔

 


Existem datas que não pedem celebração, mas sim reflexão. O Dia Internacional de Conscientização sobre Alienação Parental, lembrado em 25 de abril, é uma dessas ocasiões. Um lembrete doloroso, porém necessário, de que o amor entre pais e filhos não deveria ser vítima de disputas emocionais, jurídicas ou vaidades. Em tempos de discursos inflamados, é preciso escutar o silêncio das crianças que têm seus laços afetivos cortados — não pela vida, mas por decisões adultas.


O que é a Alienação Parental?

Alienação parental é um termo utilizado para descrever a manipulação psicológica feita por um dos responsáveis (ou ambos, em alguns casos), visando afastar a criança do outro genitor. Isso pode ocorrer por meio de falas, atitudes, mentiras ou omissões que distorcem a imagem de um dos pais, avós ou qualquer figura de afeto.

🧷 Exemplos comuns incluem:

  • Impedir ou dificultar visitas;

  • Desvalorizar ou ridicularizar o outro genitor na frente da criança;

  • Criar falsas memórias ou histórias negativas;

  • Manipular sentimentos com chantagens emocionais.

O impacto disso na saúde mental da criança pode ser devastador: insegurança, ansiedade, baixa autoestima, dificuldade de estabelecer vínculos duradouros e até depressão.


O Caso da Meire em Simplesmente Tita

Pode parecer só ficção, mas a história de Simplesmente Tita é, infelizmente, o retrato de muitas famílias. Meire, a mãe de Tita, impede o pai, Félix, de manter qualquer contato com a filha, mesmo quando a menina deseja vê-lo. Ao longo da história, a criança cresce envolta em meias-verdades, ressentimentos e dúvidas sobre o próprio valor — como se o amor tivesse sido cancelado por decreto.

A série propõe uma reflexão não somente sobre o sofrimento dos pais alienados, mas sobre o impacto disso nas crianças, que crescem com buracos na alma que nem sempre o tempo cura.


Curiosidades e informações importantes

📜 No Brasil, a alienação parental é crime. A Lei 12.318/2010 prevê punições para quem comete esse tipo de conduta.

🧠 A psicologia infantil reconhece a alienação parental como uma forma de abuso emocional. Especialistas alertam para os danos psicológicos a longo prazo.

📈 Cresce o número de processos relacionados ao tema. Muitos casos são judicializados, o que torna ainda mais difícil a solução amigável.

💬 Frases comuns da alienação parental disfarçam abuso:

  • “Seu pai te abandonou!”

  • “Sua mãe não quis saber de você.”

  • “Se você gostar do seu pai, vai me magoar.”


Como ajudar ou agir em casos de alienação parental?

🔍 Informe-se: conhecimento é a melhor forma de prevenção.
👂 Escute: Crianças não têm culpa nem devem ser escudos emocionais.
📣 Denuncie: Se você conhece um caso, acione o Conselho Tutelar ou o Ministério Público.
💜 Apoie projetos que incentivem a guarda compartilhada com respeito e diálogo.
📝 Incentive narrativas como a de Tita, que trazem esse debate de forma sensível e realista.


Conclusão

No dia 25 de abril, não se trata somente de lembrar a existência de um problema, mas de olhar para as consequências que ele deixa nas almas pequenas. A alienação parental é uma ferida invisível, mas com efeitos profundos. Que este dia nos inspire a sermos adultos melhores, mais conscientes e menos egoístas — para nenhuma criança crescer acreditando que o amor pode ser sequestrado.


Referências (ABNT)

BRASIL. Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010. Dispõe sobre a alienação parental e altera o art. 236 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 ago. 2010.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Alienação Parental: Uma Visão Psicológica. Brasília, 2016. Disponível em: https://site.cfp.org.br/publicacao/alienacao-parental-uma-visao-psicologica/. Acesso em: 23 abr. 2025.

25 de abril | Dia Mundial de Combate à Malária


Você sabia que, em pleno século XXI, uma simples picada de mosquito ainda mata mais de 600 mil pessoas por ano?

Parece surreal, mas essa é a realidade da malária, uma doença evitável, tratável e que ainda assombra milhões de famílias ao redor do mundo. No Dia Mundial de Luta Contra a Malária, celebrado em 25 de abril, a proposta é clara: lembrar, mobilizar e agir.

🦟 O que é a Malária?

A malária é uma doença infecciosa grave, causada por parasitas do gênero Plasmodium. A transmissão ocorre através da picada da fêmea do mosquito Anopheles. Os sintomas aparecem geralmente de 10 a 15 dias após a infecção e incluem:

  • Febre alta e recorrente

  • Calafrios intensos

  • Suor em excesso

  • Dores de cabeça e no corpo

  • Náuseas e vômitos

Sem tratamento rápido e adequado, pode evoluir para formas letais — especialmente em crianças pequenas, gestantes e pessoas com baixa imunidade.

🌎 Crise global com raízes locais

A malária atinge principalmente países da África Subsaariana, partes da Ásia e da América Latina. Mas a doença não é só um desafio médico — é também um reflexo de desigualdade: onde falta saneamento, educação e acesso à saúde, sobra risco.

Segundo o Relatório Mundial da OMS (2023), o combate à malária só será vencido com uma abordagem integrada:

✅ Diagnóstico precoce
✅ Tratamento gratuito e eficaz
✅ Pulverização ambiental
✅ Redes de proteção com inseticida

Cada estratégia salva vidas e precisa chegar a quem mais precisa.

🇧🇷 E no Brasil, como estamos?

Por aqui, o maior foco da malária está na Região Amazônica. Apesar disso, o Brasil vem registrando quedas importantes no número de casos, fruto de vigilância ativa, agentes de saúde engajados e acesso facilitado a exames e medicamentos.

O Sistema Único de Saúde (SUS) garante tratamento gratuito, e campanhas educativas tentam frear o avanço em áreas de mata e rios.
Mas o alerta segue aceso: desmatamento, migração e mudanças climáticas podem reacender surtos.

🙌 Como ajudar?

  • Espalhe informação: poste, fale, corrija fake news.

  • 🧰 Apoie projetos de saúde que atuam em comunidades vulneráveis.

  • 🏛️ Cobrança cidadã: pressione por políticas públicas que priorizem prevenção.

  • 👩‍⚕️ Valorize os agentes de saúde: são eles que enfrentam o risco cara a cara, todos os dias.

💡 Malária é desigualdade com nome científico

A malária não é só um problema de saúde — é um sintoma de tudo o que ainda falta no mundo: dignidade, estrutura, justiça social.
Enquanto houver gente morrendo por uma picada de mosquito, ainda temos muito a fazer.

Neste 25 de abril, escolha o lado da vida. Compartilhe conhecimento. Mantenha a luta viva.


Referência:
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório mundial sobre a malária 2023. Genebra: OMS, 2023. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240079313. Acesso em: 22 abr. 2025.


Referência (ABNT):
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório mundial sobre a malária 2023. Genebra: OMS, 2023. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240079313. Acesso em: 22 abr. 2025.

25 de abril | Dia do DNA 🧬

 

🧬 Introdução: A vida em espiral — um convite ao encantamento

Em um mundo de descobertas aceleradas, onde a ciência muitas vezes parece fria e distante, hoje celebramos uma estrutura que nos lembra da poesia escondida nos bastidores da biologia: o DNA. No Dia do DNA, comemorado em 25 de abril, abrimos espaço não somente para a ciência, mas para a admiração. Afinal, há algo profundamente humano em saber que somos feitos de letras, pares e curvas — e que, mesmo com tanta complexidade, cada um de nós é singular. 💜


🔬 O que é o DNA?

DNA é a sigla para ácido desoxirribonucleico. Ele é uma molécula em formato de dupla hélice responsável por armazenar todas as informações genéticas de um ser vivo. É como se fosse o manual de instruções da vida: está presente em todas as células e determina características como cor dos olhos, tipo sanguíneo, altura, propensão a doenças e muito mais.

A estrutura do DNA foi descoberta em 25 de abril de 1953, quando os cientistas James Watson e Francis Crick, com base em estudos de Rosalind Franklin, publicaram um artigo na revista Nature explicando o modelo de dupla hélice.


🧪 Por que essa descoberta foi tão importante?

A identificação da estrutura do DNA permitiu avanços gigantescos nas áreas de:

  • Genética: entender como as características são transmitidas de geração em geração.

  • Medicina: possibilitou o desenvolvimento da engenharia genética e de tratamentos personalizados.

  • Biotecnologia: abriu portas para a clonagem, modificação genética de plantas e diagnósticos moleculares.

  • Criminologia: permitiu a identificação de pessoas por testes de DNA.


🧬 Curiosidades que talvez você não saiba:

  • O corpo humano tem cerca de 3 bilhões de pares de bases nitrogenadas no DNA.

  • Se esticássemos todo o DNA de uma só célula, ele teria 2 metros de comprimento.

  • Apesar de termos 99,9% do DNA igual entre todos os seres humanos, os 0,1% restante é o que nos torna únicos.

  • O DNA humano é 60% parecido com o do mosquito e 85% com o do rato.


👩‍🏫 Como a genética está presente no nosso dia a dia?

Mesmo sem perceber, a genética está por toda parte:

  • Em testes de ancestralidade (aqueles famosos kits de DNA)

  • Nos tratamentos médicos personalizados

  • Na agricultura (plantas resistentes a pragas)

  • Em investigações criminais

  • E até nos filmes de ficção científica que nos fazem sonhar (ou temer) sobre o futuro da humanidade


💬 A espiral que nos conecta

Celebrar o Dia do DNA é celebrar a própria vida. É reconhecer que a ciência tem alma, e que entender como somos feitos é, também, entender como podemos evoluir — como indivíduos e como sociedade. Que possamos valorizar o conhecimento e torná-lo acessível, sem esquecer que cada descoberta científica é, antes de tudo, uma descoberta sobre nós mesmos.

Continue acompanhando o OCDM para mais reflexões sobre ciência, sociedade e tudo o que toca o coração e a mente. 💜


📚 Referências (Norma ABNT):

WATSON, James; CRICK, Francis. Molecular structure of nucleic acids: a structure for deoxyribose nucleic acid. Nature, v. 171, p. 737-738, 1953.

FRANKLIN, Rosalind; GOSLING, Raymond. Molecular configuration in sodium thymonucleate. Nature, v. 171, p. 740-741, 1953.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Genética e saúde pública. Genebra: OMS, 2023. Disponível em: https://www.who.int/genomics/public/geneticdiseases/en/. Acesso em: 24 abr. 2025.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. Genética. Disponível em: https://www.inca.gov.br/assuntos/genetica. Acesso em: 24 abr. 2025.

3 de maio | Dia do Pau-brasil

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