1 ano depois da 2ª fase...


Há um ano, leoa, você estava naquele aeroporto de braços dados com o amor, literalmente. Ninguém sabia que você estava completamente apaixonada. Você desconversava porque tinha medo de perder tudo outra vez e não ter a mesma garra de antes pra superar. Você tinha medo de se encontrar e de gostar do que via, gostar mais de você do que de ser a Judy porque tinha consciência que a fama ia acabar, a beleza iria embora e de tudo, o que restaria? 

Bem lá no fundo você vivia de modo que não tivesse tempo nem paciência de pensar nisso, embora um dia a vida lhe colocasse contra a parede, não é mesmo?

O amor te salvou, você sabe. Havia duas alternativas, tentadoras, cada qual com seus 'prós e contras', tudo questão de momento, de ser honesta quanto as prioridades. O amor não era, mas o cupido revirou tudo. Talvez você não tivesse ideia que a 'vela de aniversário' iria fazer seu coração bater mais forte e te ganhar aos poucos, ao todo.

Admito que há um ano eu escolheria FAMA. De boa, eu tinha e tenho meus motivos para isso, porém eu sabia que para você era melhor fazer às pazes com o AMOR e ser a leoa dele que mesmo vacilando era quem te entendia, lhe arrancava os mais lindos sorrisos, te aceitava como era, fazendo com que a prerrogativa de largar a carreira como JP soasse naturalmente, uma vontade sua, jamais forçada. Você arriscou muito mais que mudar de cidade, de emprego e de casa. Você decidiu ser você.

A Fernanda precisava te encontrar para que você tivesse alguém com quem compartilhar a dor da decepção; alguém que por não estar tão próxima podia ver as coisas como elas eram e o futuro que esperava por você, apesar de que quando estamos em crise, a autopiedade nos abraça e preenche o coração com tantos pessimismos que torna a convivência com os outros extremamente insuportável e só mesmo os grandes amigos, as pessoas que nos amam realmente ficam do nosso lado, aturam nosso mau-humor, nossa descrença até por vezes descabida.

Amiga vai pra balada, vai sim. Te convida mesmo que você diga não ou mesmo não possa ir. Amiga é aquela que vai te ver chorar e além de te dar colo, vai ser também aquela que vai falar na sua cara o que está errado, afinal não tem nada mais intragável que gente duas caras, que te diz lindezas quando está tudo bem e depois te fere de forma que perdoar se torna totalmente em vão porque você sabe, nem todos merecem segunda chance.

Amiga é aquela que vai te procurar mesmo quando a secretária eletrônica estiver desligada, quando você almeja se esconder do mundo para o assunto morrer, ainda que na prática não seja exatamente assim.

Você não sabia por que se aventurou a viajar com a Fer comendo e cantarolando nos seus ouvidos até Guaratuba. Ao chegar lá, você foi acolhida em um lar de verdade, para que conhecesse o amor, o amor de pai que te fez perdoar o seu e entender que ele era um pobre coitado manipulado pela víbora. Ele nunca te enxergou porque ela não deixou, porque ela sabia do seu brilho e não queria que ninguém mais reconhecesse. A Lílian também despertou em você o instinto materno, te fez sorrir, até tentar ver a vida com mais leveza e curtir as férias, por que não?

Você fez coisas que nunca cogitava, como dançar Ragatanga na escola da Lílian. Não se nega o pedido de uma criança, jamais. Com limites, claro. Você se viu nela, então faria de tudo pra que ela não passasse por nem 1/4 do que você passou na vida, mesmo sem querer. Lá no colégio você fez uma acareação com o passado que já lhe trouxe tantas saudades, dúvidas, mágoas sendo enterrado para que seus pensamentos acompanhassem os passos largos do presente.

(CONTINUA)

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