fetiches
afáveis e cálidos braços envolvem-me
respirações entrecortadas,
o olhar cúmplice depois do beijo,
as continuações,
as roupas vão ficando pelo chão,
seus dedos tocam uma canção,
sou apenas sua.
estamos em casa.
se nuvens derramam lágrimas furibundas
e ventos tempestuosos prenunciam perigos, não tememos.
nós já protagonizamos esta cena diversas vezes,
no entanto, nossos personagens tinham nomes distintos,
os cenários de outrora são nossas
"saudades do que afirmamos nunca ter vivido".
estamos em casa.
se nós sempre nos reconhecemos
em meio ao turbilhão de deveres mundanos,
sabe-se que o esquecimento nunca apagou as impressões
que nos reconectam àquela parte da nossa essência
— tão necessária para que o ritmo do processo de evolução não enfraqueça —,
tampouco o apreço responsável
por tão memoráveis encontros de almas, corpos e intenções.
estamos em casa.
toques sagram reencontros e sanam tão doloridas ausências,
fecho os olhos e continuo sonhando,
após uma vida de tombos e desencontros
eis o sim para o sonho que hoje faz da realidade a poesia
porque ela é a sensível ilustradora
dessa história que nunca terá fim,
apenas breves intervalos entre os atos.
estamos em casa.
- fetiches
Curitiba, 06 de julho de 2022.
Meu planeta de cores está em #4 no ranking de poesia
Boa noite, tudo bem aí do outro lado? Espero que sim e que se não estiver, não se desespere, pois tudo passa. Aproveitei para passar aqui e registrar que meu novo livro de poesias, Meu planeta de cores, conseguiu alcançar a quarta colocação no ranking de poesia, uma surpresa grata, posto que em matéria de divulgação estou ciente que deixo a desejar, todavia, todas as pessoas que passarem pelo livro, votando ou não, gostando ou não, são bem-vindas e o crescimento, embora pequeno ao ver de alguns, é grande para mim. Deve-se celebrar todas as pequenas conquistas, todas, todas elas. E cá estou, mas de saída também estou. Tenha uma linda e abençoada semana, a gente se vê no próximo post. =)
segundas chances em quatro versos 🩷
certas rupturas são, na verdade mais pura,
aberturas de caminhos,
para viver um sonho jamais escrito,
o amor que eu havia dado por perdido.
— segundas chances em quatro versos 🩷
deserto
adversidades e provações somam-se
os amigos, por sua vez, somem
máscaras e promessas desfazem-se
não pretendo implorar para que fiquem
o caminho é pela sombra
não tem atalho de volta
se para os lados eu olhar
apenas a mim mesma irei encontrar
foi sempre assim
a quem eu tanto tentei enganar
senão a mim?
- deserto
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