os galhos outrora secos e finos
florescem entre as cinzas
desenho corações em vidros embaçados
cansada de olhar para o passado
fechei o livro, lá não me reconheço mais
presa ao redor das imensas muralhas
erguidas no auge da desesperança
posso sentir o encanto ao amanhecer
a sabedoria dialoga na plenitude
por ora basta a coragem de viver
os dias de sol iluminam o meu caminho
tapumes ladeiam toda a imensidão
metamorfoses não alardeiam seus progressos
um casulo improvisado é o meu lar
desobedeço a muitos critérios do tal padrão
a sociedade tenta estourar a bolha de sabão
para, com isso, me fazer parar de sonhar,
resistência testada até os limites
atalhos equivocados conduziram-me ao inferno
os erros ensinam-me para onde não voltar
os medos não passam de monstros superestimados
você é quem me enxerga em meio à multidão
no abraço onde cabe todo amor do mundo
de mãos dadas encontramos o caminho de casa
seu trem desembarca na minha estação
desvendo o seu olhar e ele diz que você veio para ficar
ainda há tempo para a primavera
enquanto não chega o final feliz, você me espera?
Curitiba, 20 de março de 2023.
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