O documento em branco me encarava em dúvida, convidativo, confiante, consistente em suas súplicas. Quaisquer tentativas de negar o óbvio colaboravam apenas para evitar um confronto direto com algumas histórias que não acabaram de todo. Para andar de mãos dadas com o presente era preciso fazer às pazes com o que ficou para trás. Eu ainda te queria tanto quanto antes. Atrevo-me a dizer que muito, muito mais. Aquela sensação de finalmente estar em casa de volta. Sua voz é o meu ponto fraco, eu me derreto. Quando você me abraça e o silêncio é agradável, não um peso a erguer muro entre um coração e outro. Nessa essência de abraço apertado e ternura ímpar agradeço muito por nunca ter desistido de acreditar que o tempo nunca se atrasa e neste momento não há outro lugar em que desejemos estar. Quero seus carinhos, ouvir suas histórias, perder-me no seu olhar, ter liberdade para falar sobre qualquer assunto, para descalçar os sapatos, para deitar-me ao seu lado e sonhar antes de fechar os olhos, ir para o paraíso e voltar. Que as nossas esperas terminem sempre com o encontro de olhares. Eu nunca te tirei do meu coração, só segui a vida porque era preciso; você fez o mesmo, era uma demonstração também de amor próprio, pois não importaria o quanto você tentasse me ajudar se não partisse de mim o desejo de progredir e é assim que quero ver você, lutando pela vida, por você, pela sede de sonhar que não cede. Ainda tenho medo do futuro, mas enquanto ele não chegar, faço questão de te fazer feliz hoje, talvez amanhã e quem sabe em muitos outros amanhãs, só se chora um adeus quando o trem vai embora da estação. Antes, não.
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