Dessensibilizar

Coccinella, mascote do OCDM ♥

 

Dessensibilizar o corpo, que tal

Está na hora do medo entender quem comanda a parada. Tremer diante da primeira ameaça e correr para debaixo dos cobertores sempre será mais tentador do que enfrentar. Isolar-me de todos e viver o dilema travado entre a vontade de ser encontrada e o desejo de permanecer escondida, exilada, eu sei lá. Devo ter perdido aquele traquejo natural de fazer amizades num estalar de dedos.

Fazer amizades não é nenhum bicho de sete cabeças e cem mil tentáculos gosmentos e peçonhentos, diz respeito a outros fatores; empenho, reciprocidade, sintonia, respeito, afinidades, lealdade, respeito e mais uma cláusula que deveria ser incluída com urgência: num eventual fim, seja lá o que tenha havido, seguir o próprio caminho sem apelar para campanhas vitimistas, fofocas, mentiras e vinganças que deixariam a quinta série com vergonha alheia. 

Amizade também é um amor que dói. E como dói. Coração partido por um amor proibido e impossível nos esgota, um ponto final abrupto numa história repleta de potencial dispensa longas explanações, contudo, perder um amigo sempre é aquela ferida que leva um bocado de tempo para cicatrizar, sobretudo quando não sabemos o porquê tudo aconteceu e o afastamento soa afrontoso. Seria melhor conversar, talvez não, castigar um coração já machucado se mostra desnecessário. 

Duvido haver prerrogativa mais ladra de sopro vital do que a estagnação, a ausência de movimentação abre vagas para a oficina do diabo receber novos funcionários e manter as coisas como são enquanto lhe convém. Se me faço entender e sou entendida — podendo ser afetada pelos ruídos de comunicação e ter o discurso distorcido —, de que importa justificar se quem me exige firulas desconhecer a aplicação da palavra empatia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Muito obrigada pela visita ao OCDM, espero que você tenha gostado do conteúdo e ele tenha sido útil, agradável, edificante, inspirador. Obrigada por compartilhar comigo o que de mais precioso você poderia me oferecer: seu tempo. Um forte abraço. Volte sempre, pois as páginas deste caderno estão abertas para te receber. ♥

Mary Recomenda | Querida Kitty - Anne Frank

  Hoje é sexta-feira e nada como sextar acompanhando o Mary Recomenda. Na edição de hoje, nossa convidada especial é Anne Frank e sua Queri...