(Dos tempos do WNBM) No silêncio do seu quarto


Enquanto é dia você segura a barra com esse sorriso no rosto, cumprindo com as obrigações, aconselhando, observando. Quem te encontra assim nem imagina o que esconde esse coração, as lágrimas que você chora todos os dias quando entra no seu quarto e se fecha em seu mundinho, olhando no espelho e se odiando, machucando a si mesma e o coração de Deus quando diz que se odeia, que queria ter "aquela beleza" que faz muitos homens perderem a cabeça. Você ase desdobra em mil, já não acredita mais quando alguém diz que você é legal. Todos que "te amavam" partiram. Aqueles que diziam que você é linda, inteligente e excepcional apenas estavam de fossa por outra, usando a você como escudo para ferí-las, mas olha só quem se feriu: VOCÊ. Ninguém sabe o quanto foi difícil ouvir aquilo tudo e engolir a seco a falta de caráter. Você sonhou, alguém partiu na sua frente e traiu sua confiança. Nunca mais volta a ser como antes. O medo de reincidência grudará nos pensamentos, tipo uma obsessão fantasmagórica clamada na insegurança. As duas partes perderam os créditos, sem palavras para a mesquinharia, para o sorriso cínico de quem se divertiu e na ressaca desfrutou da carne, no ápice do desejo, brincando de amantes. Você esperou pelo dia em que aquele beijo faria o seu mundo girar em outra direção e olha só! Esse beijo nunca vai acontecer. Parece o fim, e talvez seja mesmo... mas o fim de uma história escrita em linhas tortas, tão inútil quanto segurar a dor e a revolta. Talvez nessa mesma data daqui a um ano você esteja novamente falando de amor, com um brilho diferente, sem medo nem falsas esperanças. Ninguém sabe. Ninguém sabe...

(Dos tempos do WNBM) - Lava poética de um vulcão ansioso (Santa não sou!)


"Não sou santa, não tem nada a ver com moralidade ou coisa do tipo. Prender-me a um estereótipo é limitar possibilidades, beijar mentiras, ser marionete fugaz de uma idealização que no longo prazo sufoca, atormenta, não beneficia. As reticências bem que servem para não crer que tudo é definitivo além da morte que é — dependendo da sua crença — a continuação da vida em outra esfera, outra conotação a qual meu entendimento prefere não fazer observações. 

Prefiro a quietude da minha timidez explosiva, os versos que nunca foram lidos em voz alta, mas já ocuparam um grande espaço lá no alto da garganta, os choros reprimidos pelo orgulho ou pelo cansaço porque derrubar lágrimas por causas em vão é desperdiçar um valioso bem, sufocar a respiração com soluços por quem não merece um olhar. 

Vou me declarar... algum dia eu vou... É certo que quando o sol nascer de noite e as estrelas povoarem o meu dia, eu não terei por que temer. 

Encaixo-me nessa confusão de fazer o ser vir a ter mais importância que a inatingível perfeição, que tomou conta de cada uma dessas linhas que nunca te entreguei pessoalmente, no caso de meu corpo se contorcer contra o seu e nem o vento nos incomodar. Faria de você o meu melhor amigo para sussurrar ao pé do ouvido alguns segredos que não disse a mais ninguém. 

É fato que brinco de dar formas às nuvens e me distraio de vez em quando, lembrando de coisas bobas e rindo sozinha, incrédula demais para charlatanismos baratos, para afirmar que esse texto diz quem sou porque não diz, é apenas um texto escrito em primeira pessoa, ancorado em alguma baía triste por aí como aquele barco pequenino sacolejando em um mar furioso, inclemente. 

Hoje pode não ser o dia para grandes aventuras, não aquelas de exercer os efeitos da adrenalina num corpo esguio e desacostumado ao perigo. Pode ser um dia em que um abraço de surpresa valha mais que mil beijos molhados, mais que discursos bem elaborados. 

Pode ser também que eu não queira passar por todo aquele ritual tradicional aos apaixonados, tudo que quero é que meu coração bata mais forte e lembre-me que estou viva e ainda posso sentir com toda a magnitude inerente que ainda sou um vulcão ansioso, uma mulher que ama e não sabe menos do que isso, não ama menos do que antes nem mais do que pode suportar, mas ama à sua maneira, ama porque é o seu caminho, porque na rota de fuga encontrou um bom motivo para ficar. 

Estou em busca do meu, sobretudo quando digo que não. Ainda quero sentir o gosto doce de me refletir no olhar de outro, quem sabe o seu ou de alguém cujo rosto não desenhei, nem sei descrever. 

Sou um pesadelo para quem me idealiza e uma dúvida ao seu pragmatismo metódico e intransferível. Estive pensando a respeito e gostaria de um minuto da sua atenção... Quem sabe um dia... Quando o dia for noite e seu braço for o meu ancoradouro."

 By Mary <3

P.S. - Hoje estou inspirada para escrever sobre temas que não estão nas minhas fics, portanto vou aproveitar para colocar minha criatividade em ação e espero que alguém venha a ler ou até gostar. Obrigada pela atenção!

Editorial WNBM - Reflexões de Sandra (Crônica)

Atenção, leitores. É uma crônica que escrevi ontem à noite. Não é um gênero que eu domine, pois nunca me aventurei nele, mas sempre que minhas feridas se abrem, lembro-me da cultura machista em que tudo é culpa da mulher e penso em tantas de nós que sofremos abusos e somos ameaçadas, discriminadas, ridicularizadas, diminuídas perante nossos agressores que sempre saem por cima da carne seca e tempos depois ainda conseguem nos despertar medo.

Não quero que as pessoas pensem que essa crônica em especial fala de mim porque ela aborda na verdade o sofrimento de outras mulheres, representados por essa narradora. Combinado que vocês vão ler sem ficar de machismo e mimimi aqui na página porque vou defender a vítima, protegê-la. 

Vocês se recordam que na época do Caso Eloá teve gente que chegou ao extremo de comemorar a morte dela e chamá-la de vagabunda, mas você pensou que no lugar da Eloá podia ter sido uma irmã sua, uma filha? O que ela fez ou deixou de fazer não é da conta de ninguém. Eu lamento por ela. Por ela, pela Mércia Nakashima, por outras mulheres cujos crimes não tiveram tanta repercussão midiática. Lamento pelas mulheres que por medo de serem assassinadas pelos seus companheiros, se escondem, não denunciam, procuram resolver o problema com alguma desculpa a qual elas sabem que não é real.

Não importa se o abuso é físico ou emocional. É abuso. Não é amor. Quando agride sua integridade, não é amor.

Deixa de ser carinho quando há perseguição, quando há medo e não admiração. Deixa de ser saudável quando você abandona seus amigos, parentes e vive de acordo com o humor instável dele. Deixa de ser brincadeira quando a ofensa rebaixa o seu valor, quando sua honra é machucada. Para quem te agride verbalmente, basta um passo para ser físico. 

Você acha que merece apanhar e ser xingada, maltratada?

Querida leitora, eu não acho. Não sei quem você é, mas eu não quero te ver sofrer. Não quero ver hematomas pelo seu corpo, nem no seu rostinho. Não quero te ver quebrando o chip do celular para que ele pare de te mandar mensagens. Eu não quero que você confunda manipulação com amor. Esse jogo mental não é o que você merece.

E agora vamos à crônica que eu chamarei de Reflexões de Sandra.

11 de maio | Dia das Mães

  Celebrado no segundo domingo de maio no Brasil e em diversos países Por trás de flores, abraços e almoços de domingo, existe uma história...