Uma amizade verdadeira quebra todos os protocolos

Oi, amigos e amigas! 

É o quarto dia do Matt aqui em casa e meus pais estão gostando muito dele que é um amor e já se acostumou conosco. De tudo o que tem no pratinho dele, não deixa sobrar nada, mas gosta mesmo é do amendoim cru. O jeitinho que ele come é uma fofura, dá vontade de ficar olhando. Ele fica comigo na gaiola até eu me deitar.

Espero que a maioria de vocês já esteja de férias e na medida do possível aproveitando muito. Não estou atualizando ST porque ainda não consegui inspiração para voltar, mas enquanto isso quem não leu Aline por Aline pode se adiantar e entrar no clima. Se você quer ler uma história nova da minha autoria e fugir daquele clichê básico, pode ser que Give your heart a break seja o que você precisa.

Eu já estava querendo escrever uma história nova, quero escrever mais sobre a temática das amizades, criar novos personagens, arriscar-me em tramas mais curtas para que meus leitores possam avaliar outros trabalhos meus, assim quando Simplesmente Tita acabar, vocês poderão, quem sabe, confiar que eu vou lhes surpreender com novos projetos.

Não pude evitar que o tarifaço dos infernos fosse assinado pelo desgovernador do nosso estado, mas reclamem com outra pessoa, não faço parte dos 55% de eleitores aptos a votar, o Paraná inteiro vai pagar o preço da má gestão do governo, fazer o quê?

O que o Beto Richa fez aqui é o que o Aécio faria no Brasil inteiro se fosse eleito, então mesmo que a Dilma não seja perfeita, mil vezes ela do que o tucano, Bolsonaro e afins. Mas me estresso muito discutindo política e também são formada nisso, apenas vou lendo os tais "blogs sujos" a fim de ter um contraponto à mídia tradicional.

Se você votou no Beto e/ou no Aécio e gosta de mim, do meu trabalho, respeita a minha opinião, a minha pessoa e preza pelos Direitos Humanos (muitos amigos meus se encaixam nessa alternativa), também respeito os seus motivos de votar porque eles são seus e intransferíveis e jamais desfaria uma amizade por esse motivo, eu realmente só me afasto de gente intolerante e que escreve muita merda, fora isso, tanto faz como tanto fez. Nós temos coisas em comum: queremos ver o país progredir, as pessoas felizes, satisfeitas, é isso o que importa, que independentemente de quem esteja nos governando, nós também tentemos fazer a diferença. Se não me expressei bem em outubro, fica a dica agora, pois ainda tem gente brigando por causa disso. Não comigo, é claro...

Enfim, terça-feira chorei até não poder mais, de tristeza mesmo, mas sei que a resposta das minhas orações nesse momento é esperar. Quem acredita sempre alcança. Quarta-feira, ainda triste, de manhã eu escrevi um texto no meu caderno e à noite eu voltei para ele onde escrevi também na quinta-feira, aí só na sexta-feira eu decidi passar tudo para o computador, aumentando algumas partes, excluindo outras, fazendo correções e ontem decidi publicar no Nyah.

Cuca e Letícia nos mostrarão que uma amizade verdadeira não se esgota por bobeira e é possível de ser eterna quando existe vontade para fazer isso acontecer. É lógico que não vai agradar ao público... E sim, é inspirado na música da Demi, pois a Cuca "deu um tempo ao coração dela" e a Letícia também teve de dar quando foi abandonada pelos amigos. Elas têm muito mais em comum do que poderia imaginar.

É, também, uma história que se passa no futuro... quer dizer... no ano que vem!

Independentemente de ter um ou cem leitores, eu vou concluir essa fic. Não creio que Give your heart a break chegue a 50 capítulos, talvez 30 ou 32, sei lá, 35 se esticar. Agradeço aos meus dois leitores queridos que estão comentando e me incentivando a postar e é isso, pessoal, quero ver se termino a história hoje porque amanhã é aniversário da minha mãe e é quase certo que eu não vou escrever nada.

Beijos, abraços e um ótimo restinho de domingo.

*atualizado em 10 de junho de 2024.

Meu amigo hamster

Oi, amigos e amigas!


Papa Francisco diz que iremos nos encontrar com nossos queridos animais no paraíso, espero mesmo ser verdade para rever o Freddie e outros cãezinhos que cruzaram a ponte do arco-íris. Cada vez mais acredito que existe vida após a morte, mas isso é um pensamento meu, vocês não devem concordar, até porque dependendo da sua crença, pode não ser bem assim. Quero dizer, sem rodeios, que os animais conseguem, de um jeito mágico, acalmar o meu coração. Eles me fazem sentir amada e preenchem os pensamentos de amor, ternura, compaixão, todos os sentimentos que vão aos pouquinhos levando embora toda a tristeza que tento lutar para não sentir, mas é inevitável…

Desde março eu estava convencendo minha família a me deixar ter um hamster, aí hoje, finalmente, meu pai ligou para o Pet Shop e se informou, dizendo que iríamos lá “só para ver”. Como minha mãe e o meu irmão vão fazer aniversário nos próximos dias, ele decidiu levar um casal de periquitos para minha mãe e me deixou comprar o meu hamster. 

Vi papagaios, calopsitas, porquinhos-da-índia, hamster, canários, um dócil e chorão Dachshund marrom que parecia não ver a hora de ser adotado. Pouco antes de conhecer o Matt (meu hamster), entrou no Pet uma Beagle toda bonitona e eu logo me lembrei do Cricri de ST e o Chorão queria conversar com ela, até deu uns latidinhos finos. Os papagaios, entretanto, estavam tão tímidos quanto eu quando preciso falar em público. Lindos, lindos. As calopsitas também são adoráveis, cada animal com o seu charme.

Quando o veterinário pegou o Matt para mim, ele estava dormindo aninhado com os irmãos. Meu bebê tem apenas 40 dias de vida… ♥

Meus pais gostaram muito do Matt, a minha irmã também. Ele parece um anjinho dormindo. Agora há pouco eu *Felícia mode on* fui correndo até a gaiola porque escutei um barulhinho e o encontrei todo faceiro indo comer. 

Se amanhã eu me lembrar, vou postar algumas fotos dele. ♥

Rimas de saudade

Não sei qual é o verdadeiro nome do Chaves e vou partir desse mundo sem saber... Mas apesar de hoje algumas pessoas não entenderem o impacto dessa perda e debocharem disso ou quererem se promover às custas dessa tristeza que atinge a todos, de certa maneira. Alguns mais, outros menos.
Não me importo com elas, não vou discutir com quem não tem educação e senso do ridículo...
Vou guardar para sempre aquela imagem bonita de um casal apaixonado que somente a morte separou... Meus olhos cheios de lágrimas testemunham um momento o qual não estava preparada para viver, embora estivesse ciente que um dia ele teria que acontecer...
Suas palavras dizendo para que nosso coração sustente a juventude que nunca morrerá, que nunca é tarde para corrermos atrás dos nossos sonhos, ficarão gravadas...
Foi uma sexta-feira. Não foi boato. Sempre era. Minha segurança era procurar as fontes confiáveis e elas desmentiram, mas a foto preta e os emoticons tristes já davam uma ideia de que não apenas eu, mas muitos que eu mal conheço ficaram devastados...
Depois daquela fase tão horrível de brigas por conta das eleições, todos nós unimos novamente para nos despedirmos daquele que nos presenteou com o seu talento deixando um incrível legado o qual muito será falado, não se perde aqui, não acaba assim.
Não vai ser uma colunista imbecil que vai modificar minha opinião ou o meu amor já consolidado. O talento fala por si. Nos pequenos gestos. Na comoção que atingiu crianças de todas as idades. No fim das contas, assim somos. Todos, todos.
Chaves eternamente seus oito anos sempre terá...
Chaves sempre será amigo de todos aqueles que crescem e não matam a criança que dentro delas habita...
Sempre vou rir do jeito que ele lê, das suas imensas trapalhadas, de todas as frases que escuto desde que me entendo por gente e milagrosamente sempre encontro graça. Minha risada não é uma obrigação, é um grito que vem de dentro da minha alma, uma gargalhada espontânea que já me deu fôlego várias e várias vezes...
Fico pensando sempre se o barril é confortável quando faz muito frio, porque sim, no inverno as noites são muito geladas. O Kiko e a Chiquinha têm uma casa para morar... mas e o Chaves?
Será que ninguém nunca o convidou para entrar? Nem para um pouco de café tomar? Nem uma tigela de sopa?
O frio sempre nos deixa muito famintos, sei por mim. Um pouco de sopa de legumes ajuda a aquecer o corpo.
Será que alguém lhe emprestará um cobertor?
Ou agora seu colchão é feito de nuvens brancas de algodão?
Não sei se comestíveis são, mas espero que a essa hora o Seu Madruga já tenha colocado um sanduíche de presunto na conta da D. Clotilde, contudo tenho a leve impressão de que ela preparou um bolinho no capricho para a chegada do querido amigo e com certeza Godinéz já deve aprendido a assobiar várias músicas novas e tem um monte de novidades para contar.
Agora Chavinho poderá retomar as aulas de "violar o tocão" e de boxe também...
Será que vai poder plantar um pé de carambolas lá em cima?
E caçar churrominos?
Será que o Seu Madruga também cuida das suas chirimoias? Ou vende churros (ordenando solenemente que não deseja ouvir uma única risada quando em público aparecer uniformizado)?
Seriam os churros da D. Clotilde? Se os bolos e o frango assado pareciam ser bons, imaginem só os churros dela?
Ou agora Clotilde é Miss Universo? Pois sim, com o seu chapéu atrevidamente exótico, ela deve estar desfilando por aí, mas só o Madruguinha pode entrar no camarim, afinal, se o Festival da Boa Vizinhança ainda é um clássico da vila, devemos muito ao Seu Madruga que idealizou e dirigiu o espetáculo...
Ou estará Clotilde declamando poemas românticos para acalentar os corações apaixonados?
Será que Jaiminho continua evitando a fadiga? São muitas as correspondências que chegam...
Onde está o Madruguinha, o massacote do Kiko? E o gatinho?
O Chavinho não vai me contar nada disso, mas sei que quando as nuvens pararem de esconder as constelações, vou ver um pontinho cintilante lá no alto e direi à Chiquinha para que não fique triste. Ele está ali, ao lado do Madruguinha, da Bruxa do... ops... da D. Clotilde, do Jaiminho, da mãe dela, do pai do Kiko... Eles nunca deixarão de ser amigos, essa distância é provisória. Ninguém morre quando e enquanto vive no nosso coração.
Sempre hei de saber exatamente como é não ter todos os melhores brinquedos do mundo e mesmo assim ser uma criança como outra qualquer, com inocência, pureza, sonhos a mil, esperanças, alguém que o pouco que tem ainda consegue repartir...
Tem gente que não é "pobre de dinheiro", mas em questão de humildade é miserável...
Minha infância pode não ter sido perfeita, no entanto passear pela vila mais querida da América Latina sempre vai ser o passatempo a me arrancar sorrisos a qualquer hora do dia...
Nunca viajei para Acapulco, mas sempre que acompanho o meu episódio preferido, me lembro de ter fé porque é ela que movimenta o universo para que o impossível não o seja mais.
Enquanto eu cresci, o Chaves continuou criança. Por dentro, eu também. E é orgulho, não vergonha!
Toda vez que chegar o fim do ano, vou sempre me lembrar daquela reunião divertida que ao final de tudo renova as nossas esperanças para o próximo ano...
E vamos vivendo sempre, na medida do possível, com entusiasmo. A tristeza não vai apagar a alegria que se sobressaiu...
Então, dizem que a vida é assim... Que dizer adeus faz parte... Mas não interpreto tudo isso como um adeus e sim um até logo... Limito-me humildemente a dar algum sentido às minhas palavras para traduzir em várias linhas o que pode ser dito com uma frase: muito obrigada!
Este é um depoimento que não teria forças para verbalizar porque por mais forte que eu tenha sido durante as transmissões e homenagens, não tanto sou que não possa admitir minhas lágrimas.

P.S. - Eu aguentei até aquele funk do Piripaque do Chaves (e os versos são repetidos mais 44 vezes!) porque esse momento histórico eu não perderia jamais. Lembrei-me dos funks que as filhas da Rosália de A Governanta fazem, repetindo mil vezes a mesma coisa.
P.S. 2 - Força, Florinda.
P.S. 3 - Amigos, abracem uns aos outros nesse momento. E nunca, nunca deixem que a esperança morra.

A vida tem disso.

Créditos: Tumblr.

O vazio na poltrona ao lado da minha é igualmente proporcional ao vazio intelectual de algumas pessoas que ao que me parecem, mal sabem o que é pensar. 

Elas deixam que alguém mastigue as ideias e petrifique os pontos mais importantes. 

Elas falam sem ter certeza se pensam de verdade daquele jeito. 

Eu sei que sou diferente e não qualifico quão bom ou ruim possa ser o fato de não ser igual aos outros. 

Tem o seu lado bom, saber que tenho minha própria rotina e não sou uma vaquinha de presépio. 

Tem o lado ruim, quando me sinto excluída e rejeitada também, quando escrevo com todo o meu amor e ainda assim sinto como se fosse o problema e não a solução. 

Parece que falei sozinha outra vez. 

E em vão. 

Cometi o mesmo erro de novo. 

Acreditar. 

Que podia ser diferente de antes. 

Que realmente vale a pena engolir o choro e seguir confiando que esse sonho vai se realizar. 

Pois está passando o tempo, tanta gente tem esse gostinho e o meu dia nunca chega. 

Penso, nesse momento, se não estou perdendo meus anos persistindo num sonho que nunca poderá ser real nem meu nem viável. 

A vida tem disso.

Fic concluída.


Oi, amigos e amigas! Venho informar que concluí a fic especial Aline por Aline, narrada pela aquariana mais fofa de ST. 

Foram 28 capítulos e um epílogo de muita emoção, 5 dias de muito empenho, muito trabalho, muitas emoções, risadas, choros, suspiros, revelações bombásticas numa volta ao passado sob o olhar de outra personagem. 

Tenho certeza de que valeu muito a pena ter obedecido à inspiração e escrito tudo aquilo que senti que devia escrever, respeitando os meus limites e também a ideia principal. O epílogo é escrito pela Nice e esse diário da Aline vai ser mencionado em ST só nos capítulos finais que já vão se passar atualmente...

Estou querendo chorar e não sei como ainda não chorei... É de alegria e de tristeza também... Foi muito prazeroso escrever o POV da Aline sem estragar ST, então eu recomendo que se leia a fic da Aline se você já tiver lido as 5 primeiras temporadas, de preferência.

Aqui no blog, Aline por Aline será a transição da temporada 3 para a temporada 4, até porque estou recuperando o ritmo de postagens no blog e também poderei colocar as músicas no próprio capítulo para vocês escutarem.

Quem leu no Nyah aparece por lá. Se ler em dezembro tá valendo. Lendo é o que importa.

Por hoje é só, amigos! Até a próxima.

My B-Day

Oi! Sou eu... E enquanto vocês curtem o blog, eu curto o meu dia!
Foi bem maneiro, tão lindo o céu azul limpinho... Ganhei livros e uma agenda diva da minha amada Minnie Mouse... Sabiam que amanhã é aniversário do Mickey? Sim, sim... E ganhei uma jardineira Verde linda. Passei no shopping, curti a decoração de Natal da Galinha Pintadinha que por sinal está linda e ri muito assistindo Debi e Loide 2... Tinha partes que eu cheguei a chorar de tanto rir... Na entrada do cinema já um cartaz enorme do filme dos hilários Pinguins de Madagascar... Já disse que amo Madagascar?
Em fevereiro do ano que vem eu não quero perder Bob Esponja por nada...
Espero que esse ano pessoal me traga surpresas boas e seja promissor.
Antes de ir, quero agradecer a todos que se lembraram do meu aniversário. Obrigada pelas lindas palavras, por tudo.

Postando pelo celular

Oi, amigos, sou eu de novo! 

Queria avisar que hoje trabalhei um pouco nas playlists de ST. A primeira parte irá ao ar no próximo dia 20, quinta-feira, e estou ansiosa para saber se vocês irão gostar. A playlist tentará resumir o que tocou nas rádios no ano da vez. A trilha sonora, ao contrário, somente as músicas mais especiais serão colocadas. É a primeira vez que estou postando pelo celular, espero que não contenha muitos erros.

Pessoal, vocês curtem desenhos animados antigos? Se sim e se vocês tiverem o canal Tooncast, visitem! Gente, hoje passou uma jukebox do Pikachu, além de ter vários desenhos bons da antiga Cartoon Network. Senti uma nostalgia tão grande... Queria rever os desenhos antigos da Nick e da Disney, aqueles que passavam no Disney Cruj... É... A galera da minha geração foi ultrajovem... #Saudade 

Nesse momento estou vendo o Coyote se dar mal de novo, pra variar. Eita, persistência!

Viajem no blog, na minha conta no Nyah e divirtam-se! Até mais!

A Redação do ENEM By Betinho (versão 2014)

Olá, amigos e amigas! Quem prestou o exame do ENEM deve estar querendo um ano de férias, não? Sei como é cansativo, estressante, mas pensem pelo lado bom: o pior já passou. Agora venha descansar e rir um pouco, pois nem que seja por partes, nem que seja para 2015, mas vou postar todas as fases do vestibular do Beto e da Comadre, agradecendo a quem votou até agora nas enquetes e por incrível que pareça, a Comadre não votou, pois senão teria um mísero votinho. Agora sentem, relaxem e conheçam (ah, não é os Vídeos Divertidos do Animal Planet -- ok, eu assistia!)... Enfim, leiam a super redação que o Betinho escreveu nesse ano inspirado na Publicidade Infantil, o tema desse ano. Eu sabia que eles não iam cobrar nada da ditadura e nem da disputa eleitoral porque seria muito óbvio. E aí, gente? Será que Betinho tira nota 1000 dessa vez? Cruzem os dedos e esperem!



Sou um sobrevivente do fim da TV Globinho de segunda a sexta, desde 2012 não consigo acordar cedo porque a dor é muito grande, eu ainda não superei. Não quero nem lembrar daquele dia tão triste porque vou chorar e isso não vai ser legal. O programa da Fátima Bernardes é inútil e chato, não tenho saco pra ver entrevista com atriz da casa. A Fátima devia voltar pro JN, a Poeta nunca convenceu. Manhã é pra desenho. Já tem o Bem Estar e o Mais Você, por que precisa de mais um programa, pô? E as crianças, como ficam? Como nós adolescentes massacrados pela vida ficamos, pô? Só ficam cobrando que a gente faça vestibular, Enem, não tenha vida. A gente pede um brinde do MC Donalds e tem muito pai como o meu que fica brigando, falando que a gente tá crescido, por quê? Por que os adultos são tão cheios de ver defeito em tudo? Será um rancorzinho porque a nossa infância é a mais legal e duradoura? Puxa, escrevi uma palavra difícil, será que vão me dar 1000 pontos? Minha mãe disse que se a expectativa de vida hoje é maior, isso quer dizer que somos adolescentes por mais tempo, não? E se as crianças são crianças por mais tempo, alguém tem que pensar na gente. Ninguém pensa na gente, só vão tirando tudo o que é bom até não ficar nada. Primeiro a Xuxa, depois a Angélica, a Eliana, o que sobrou? Nada. Ninguém pensa na criançada. Ninguém pensa em nós. Antes vinha tazo, hoje em dia o salgadinho não preenche a cova do dente. Cheetos Tubo não existe mais, a Tortuguita de Caramelo morreu (e o Caramelo, aquele cachorrinho da Raquelzinha também, tudo culpa daquela bruxa feia da Francesca, acreditam que ela envenenou o coitadinho por nada), sinto falta do Bob Esponja pela manhã, era muito bom acordar e ver o Bob e o Patrick, agora é tudo sem graça, sem sentido. Por que a Globo virou as costas para nós adolescentes? Malhação não tem Cabeção, não tem pé nem cabeça, é tudo menos Malhação, acho que deveria se chamar Encheção porque só enche linguiça no horário. Por que não colocam a TV Globinho depois do VAPVDN, hein? A audiência ia triplicar, pois o Chaves só começa lá pelas 6 da tarde... Eu como adolescente acredito que as propagandas sempre fazem com que possamos escolher os brinquedos que queremos ganhar, é tipo um mostruário, uma vitrine, é a seiva do consumo. Bem, eu não escrevo mais pro Papai Noel, mas gosto de tirar fotos com ele no final do ano, afinal, sou um rockstar, um cara bem relacionado, tenho muitos contatos e ele se queixou comigo dizendo que ultimamente não tem recebido muitas cartas, mas eu também disse a ele que acabamos de entrar em novembro e o natal é só em dezembro, então ele tem que ter um paciência porque a paciência é a virtude dos nobres. Se a criança não puder ver o comercial do MC Donalds, que infância é essa? Como é que ela vai saber qual é o tema do mês? Fiquei mó triste quando não consegui completar a coleção do Ben 10 e mais ainda quando comprei um cereal por causa do brinde do Bob Esponja, mas roubaram lá no mercado. Não, triste mesmo foi comprar vários ovos do Kinder Ovo (Natoons) e só vir zebra, pô? Os caras estavam me trollando! E meu pai, avarento (outra difícil, quem me aguenta hoje) não quis comprar, aí a mãe brigou com ele e o mandou dormir no sofá. Isso serve de lição aos engraçadinhos que machucam os sentimentos das pobres crianças no mercado quando a gente pede Nutella e eles não compram. Nutella é vida, é a melhor comida que já existiu, é tipo o hambúrguer de siri porque se você assiste Bob Esponja e não fica com água na boca vendo o Bob Esponja preparar os hambúrgueres, sinto muito dizer, mas você não teve infância. E tem mais: MC Donalds e Habibs, aqui quem fala é um adolescente consciente. CAPRICHEM NOS BRINDES DO BOB ESPONJA O ANO QUE VEM. Aqui quem escreve é um profundo entendedor da melhor fase da vida, a infância.

Dos tempos do WNBM | Adeus por vez, não por querer

Boa noite, meus amigos. Hoje é dia de Finados, como todo mundo sabe. Passei boa parte do dia pensando no que poderia escrever que não parecesse forçado ou coisa do tipo. É inevitável não perder ninguém no meio do caminho; se inúmeras vezes nós nos perdemos de nós mesmos, também somos obrigados a dizer adeus a quem amamos, ainda que não seja inteiramente do nosso controle, da nossa vontade. 
No momento da morte, somos todos um, cabemos na singeleza de um abraço, fazendo-nos perguntas que nem sempre culminam em respostas, tentando entender alguns porquês, traduzindo no pranto um idioma compreensível a todos, a tristeza de uma saudade que jamais terá fim. Espero que gostem desse texto porque o escrevi com o coração.
Hoje à noite, vou te procurar no céu. E vou sorrir.

Todo mundo tem uma estrela no céu. Uma estrela ao alcance de um olhar, um pensamento fixo, um sentimento inebriante. E todo mundo sente a falta de alguém que partiu, mas cuja essência nunca foi embora. Um cheiro peculiar, um trejeito familiar, um abraço que ficou somente na vontade, um sonho que nunca chegou a acontecer. São memórias que preenchem o coração, mesmo quando ele bate remendado, transformando a dor em presença eterna.

Todo mundo faz falta para alguém. Todo mundo é especial para alguém. Essa estrela que brilha no céu carrega um olhar esperançoso, acreditando em um futuro que, de certa forma, nunca deixou de ser presente. É impossível não se entristecer ao perceber que o que foi não mais será. Aquele riso familiar, aquele tempero que ninguém consegue repetir, aquele abraço apertado que dava sentido ao mundo — tudo agora vive nas fotos e nas lembranças, momentos únicos que não voltam mais.

Adeus é uma palavra tão curta, tão cruel. Eu preferia dizer “até logo”, enganar meu próprio coração com a ideia de que a separação é temporária. Superar, do jeito que dizem, parece utopia. O coração aprende a bater do jeito que pode, mas o entusiasmo nunca mais é o mesmo. Talvez, por isso, sorrisos carreguem algo a mais, um peso, uma história que só quem sente entende. Afinal, em algum momento, todo mundo sente a dor de todo mundo.

E quando a dor vem, é a empatia que nos salva. Ela apaga ressentimentos e dissolve as diferenças que antes pareciam incabíveis. Afinal, todo mundo anseia pela sintonia de um abraço, seja ele de despedida, saudade ou reencontro. Todo mundo será a estrela de alguém um dia, e espero que essas constelações de histórias sempre confortem os corações que caminham desamparados, especialmente quando o silêncio de uma data importante, como o dia dois de novembro, insiste em pesar.

Mesmo nessas noites mais difíceis, as estrelas iluminam. E entre dúvidas, dores e eventuais paradas no caminho, é possível extrair força. E então, no tom mais alto que minha voz pode alcançar, eu digo: estar aqui é um privilégio. Não um pesar. Mesmo que às vezes eu caminhe sozinha, sei que não sou a primeira e nem serei a última.

Hoje à noite, vou te procurar no céu. E vou sorrir. Mesmo que meu peito doa, mesmo que o ar falte. Porque o adeus nunca separa aqueles que verdadeiramente se amam. Ele é somente a certeza de que estaremos juntos novamente, de alguma forma, em algum lugar.

(Dos tempos do WNBM) - Flor de novembro


Oi, tudo bem? Resolvi escrever um poema para publicar aqui e não abandonar o blog, pois em 2014 o WNBM ficou abandonado, pobrezinho.
Sabiam que me fez dormir bem ontem reler alguns episódios de Pô Pai? Ri tão alto que chegou a doer a barriga. Ah, também reli o Jubileu de Ouro da Noviça e alguns trechos do Natal de 2013 e do SDV.
Se alguém souber onde está a Thays Aragão, por favor, me avise, estou com saudades dela e quero saber se está tudo bem com ela.

O que faz a diferença é a VONTADE

Tita é muito mais do que um amor romântico. Ela é uma celebração da independência, das descobertas e do crescimento.


Hoje, meu coração está carregado de sentimentos que preciso compartilhar. Escrever é algo que amo profundamente e me dedico com todo o meu ser. Porém, há momentos em que sinto o peso do descaso e da falta de reconhecimento pelo trabalho que faço com tanto amor e cuidado. “Simplesmente Tita” é mais do que uma história; é uma parte de mim, e saber que muitos que acompanham não se conectam como eu esperava acaba deixando marcas.

Entendo que nem todos têm o mesmo gosto ou disponibilidade, respeito isso. No entanto, não posso evitar a tristeza ao perceber que algumas pessoas têm tempo para outras histórias e ainda assim dizem que não ter para a minha. Isso não é uma acusação, mas uma reflexão sincera de como esse descaso afeta quem escreve com o coração, dia após dia.

Com a saga da Tita, quis abordar temas que vão além de entretenimento: amor-próprio, coragem, aceitação. É uma história que reflete valores reais, mostrando que amar não é sobre idealizações ou convenções. A própria Tita, ao longo da sua jornada, aprendeu que se valorizar e viver suas escolhas com força e determinação é o que realmente importa. Ela nos ensina que o verdadeiro amor pode ser encontrado em amizades sinceras, nos laços de família e na capacidade de amar a nós mesmos.

E, claro, como parte da narrativa, existem personagens e momentos que não agradam a todos. Entendo que muitas vezes o público prefere certos aspectos ou relacionamentos, mas quero deixar claro: a Tita é muito mais do que um amor romântico. Ela é uma celebração da independência, das descobertas e do crescimento.

Quero também agradecer profundamente aqueles que realmente se dedicam, que leem cada capítulo com cuidado e deixam palavras que fazem a diferença para mim como pessoa, acima de tudo. Vocês são luz em meio à escuridão, e a conexão que criamos é o que me dá força para continuar. O esforço e a dedicação de leitores como o Márcio Gabriel mostram que quem se importa faz toda a diferença, e isso nunca passa despercebido.

A quem acompanha a Tita, quero dizer que acolho cada leitor com carinho. Não importa quando ou como começaram a ler — o que importa é o desejo genuíno de se conectar com a história e os valores que ela representa. Essa jornada não é sobre perfeição ou popularidade, mas sobre autenticidade e amor verdadeiro.

Deixo aqui minhas reflexões como alguém que continua colocando o coração em cada palavra, esperando que “Simplesmente Tita” toque o coração daqueles que se permitem realmente conhecer sua essência. E para aqueles que preferem se afastar, sinceramente, não há nada a ser feito a não ser agradecer pelo momento em que nos conectamos e seguir em frente. 



Com o coração partido,
Mary

Editorial WNBM | Responder ao ódio... com mais ódio?

Boa tarde, amigos e amigas que visitam o Webnovelas by Mary!

Com a proximidade do primeiro turno das eleições, senti vontade de compartilhar algumas reflexões que surgiram durante uma conversa aqui em casa nesta manhã. É curioso — e, ao mesmo tempo, preocupante — perceber que, em pleno século XXI, ainda convivemos com pensamentos retrógrados, quase medievais, que alimentam discursos de ódio. Como sabemos, esses discursos sempre estiveram na raiz das maiores tragédias e guerras da humanidade.
Não pretendo me aprofundar nesse tema, pois meu objetivo não é causar desconforto ou dissabores. Este é apenas um pequeno editorial, talvez até tolo, mas que carrega a esperança de fazer algum sentido para quem o lê. Se essas palavras provocarem uma reflexão, já me darei por satisfeita.




É aceitável responder ao ódio com mais ódio? Essa é uma pergunta que sempre deve nos levar à reflexão. Discursos marcados pelo radicalismo, pela ausência de ética e bom senso precisam ser combatidos, mas sem que cedamos à mesma negatividade. 
Liberdade de expressão é o direito de emitir opiniões, mas sem recorrer a argumentos ofensivos ou caluniosos. Quando ultrapassa esses limites, deixa de ser uma manifestação justa e passa a ser um ato que desrespeita a integridade alheia. 

A revolução começa com cada um de nós 


O maior dos males está na falta de atenção. Refletimos sobre o que ouvimos ou apenas fingimos que escutamos, distorcemos, esquecemos e deixamos passar despercebido? Quando você lê, entende realmente o que está ali ou simplesmente segue a maioria sem questionar? 
Ter ideologias próprias é essencial, mas quais são os seus argumentos ao discordar ou desqualificar algo? Eles são fundamentados ou apenas ecos de opiniões alheias? 
A verdadeira revolução é aquela que é longa e silenciosa, feita de maneira que futuras gerações possam usufruir dos avanços conquistados coletivamente — sem se tornar mais uma utopia mal interpretada.

Discordar não é proibido


Discordar é um direito inalienável. Impedir que exista contrariedade, por outro lado, é uma forma de opressão. Ao longo da história, o ódio já guilhotinou, provocou perseguições e guerras, trazendo incontáveis desentendimentos. No entanto, o conhecimento não deve servir para impor uma única verdade. Ele existe para apontar caminhos, para iluminar possibilidades.

O que queremos para o futuro do Brasil


Será que a nação tem medo de reconhecer sua própria força? Por que não fazemos valer o exercício pleno da cidadania? 
É preciso refletir de que lado estamos, preocupando-nos menos com a vida sexual do próximo — que não nos diz respeito — e mais com questões fundamentais como educação, saúde e progresso.
Priorizar os rumos das nossas escolas e os talentos das futuras gerações deve ser um objetivo comum. Desde os primeiros passos, as crianças merecem as melhores orientações para se tornarem cidadãos instruídos, capazes de respeitar diferenças e contribuir para o desenvolvimento da sociedade.
Também é urgente pensar nos profissionais da saúde, que sempre serão imprescindíveis e devem trabalhar sob condições mais dignas e estruturadas.

O ódio motiva a guerra, mas não a vence


Não responda ao ódio com mais ódio. Ele pode motivar guerras, mas jamais é uma solução. A construção de um país melhor depende do respeito mútuo, da empatia e da busca por soluções que unam as pessoas, em vez de separá-las.

Por que as coisas demoram tanto a acontecer? (No meio do caminho)

 


Uma recorrente indagação é: por que as coisas demoram tanto a acontecer?

Tenho medo do tempo. De que me faltem horas para cumprir com as obrigações. De desaprender quão importante é a diversão. De ser lembrada pela introversão, não pelo sorriso. Tenho medo de passar por esse mundo sem conhecer o verdadeiro amor. Se não for o centro das prioridades, é sem dúvida o meu descanso, o meu segredo.

Penso que deveria desistir desse sonho, pode nunca se realizar. Ou Deus tem algo muito melhor do que eu imagino. Vou me consolando, amanhã tem mais, um dia a mais para tentar, para fazer do "jeito certo", consertar, acreditar, ver sob outro ponto, um ângulo mais maduro, com perspectiva e foco. A motivação é o amor, a vontade de viver, de ser o que não fui ontem, o que faltou dizer, sem cobrança. 

Que o ruído mais alto a se ouvir aqui seja o meu rádio tocando boa música, porque alimento a minha alma com arranjos que aflorem a intensidade do verbo, simplesmente sei ser só, embora digam que não poderei sê-lo para sempre, nesse momento não quero perguntas que invadam a privacidade e obriguem-me a seguir em conflito com o que sou e o que deveria ser, para todo efeito, o caminho traçado, trilhar sobre ele é previsível e minha relação com o tédio nunca foi amigável. 

Um pouco de positividade não será nocivo, assim acredito.

Traduzido pelo brilho dos meus olhos - Capítulo 25 - Alô...


“No brilho dos seus olhos tive o presságio de um futuro bom, que ignorei por não merecer, porque eu não me julguei boa o bastante para receber esse amor tão bonito que você me deu, quando você viu na apatia dos meus olhos aquela menina esperançosa que eu era, com tantos sonhos, tantas ambições, tanta força. Você viu no calor das minhas lágrimas que considero cada uma das suas palavras e não te omitiria um segredo, mas parti seu coração não sabendo amar, portando-me com certa rispidez, mantendo-me quão distante pudesse. Era a minha defesa. Meu coração está machucado, meus pensamentos bagunçados, e eu ainda quero que você fique, quero que seus olhos desnudem os meus e sua boca cole com a minha e me diga (mesmo sendo mentira) que tudo haverá de ficar bem. Se eu pudesse remexer nos manuscritos do destino, sem pretensão para tal, digo que suas asas me seguraram e não haverá um só dia em que eu não tenha orgulho de ser sua, porque deliberadamente almejo, para você, que é meu verso e canta a música do meu coração até quando não quero escutá-la.”

Traduzido pelo brilho dos meus olhos - Capítulo 21 - Separados pelo intercâmbio


Antônio e Veridiana voltaram a se encontrar. Elis era a única que guardava aquele segredo, sussurrando para que as paredes não amplificassem outra desilusão de Margarida.
— Maninha, as fuxiqueiras da cidade estão entretidas com os galãs sertanejos, mas, sendo como for, nossa mãe pode ficar sabendo disso.
— Eu sei, mas gosto do Antônio.
— Ele te abandonou quando você mais precisou dele.
— Ele não me abandonou.
— Que nome se dá àquilo que ele fez contigo?

***
Antônio e Veridiana estavam namorando quando perderam a virgindade e o rapaz foi convocado pela universidade a participar de um intercâmbio na Islândia. Concorrendo a apenas uma vaga com mais de cinquenta inscritos, o conquistador desastrado foi o único selecionado no estado. Era uma chance imperdível não apenas pela oportunidade de conhecer outro país, mas pelo acréscimo no currículo, pelas experiências, a sonhada independência. A irmã de Elis não reagiu bem à notícia, porém apoiou o namorado, embora escondesse dele a grande bomba: sua menstruação atrasada já era uma gravidez confirmada.
No último encontro Veridiana estava indiferente, retribuindo os beijos por obrigação, calada.
— Vamos ficar tanto tempo sem se ver e você não me diz nada.
— Você já fez suas escolhas, Antônio.
— Isso não quer dizer que eu não goste de você. Antes mesmo de te conhecer eu já sonhava com esse intercâmbio, lutei muito para ser um dos selecionados…
— Eu não estou te impedindo de correr atrás do seu sonho.
— Sei que você não quer ficar longe de mim, eu também não quero ficar longe de você, mas um dia, quando formos embora dessa cidade, você irá me agradecer por todos os sacrifícios que estou fazendo, não só por mim, pela minha família, mas por você também.
Veridiana sabia que por trás daqueles óculos pesados existia beleza. Não escolheu Antônio por nenhum atributo em especial, mas porque ele fazia com que ela se sentisse bem. Ele era desajeitado, sem nenhuma habilidade para contar piadas, alguém que na adolescência pouco se divertiu, como ela.
— Promete para mim uma coisa, Veridiana, querida?
— Fala…
— Promete que vai tentar aguentar firme esse tempo todo até eu voltar?
— Prometo.
— Não senti muita firmeza nas suas palavras.
— Como se fosse fácil ficar longe de você.
— Não vai ser para mim, imagina para você.
Veridiana abraçou Antônio pela última vez e enfrentou a fúria de Margarida ao contar que esperava um filho do namorado. Ser mãe solteira naquela cidade ainda era a maior vergonha que uma família tradicional poderia sofrer. Divórcios eram execrados. Omitido o intercâmbio, construiu-se a (equivocada) fama de cafajeste do rapaz que jamais soube da existência da filha.

****
— Veridiana, você escondeu a verdade do Antônio?
— Eu não iria arruinar os sonhos dele na véspera.
— Ele não sabe que a Jéssica é filha dele?
— Nem lhe passa pela cabeça.
— E você não acha que está na hora de enfrentar todo mundo se vocês se gostam de verdade?
— Não terá perdão!
— Só não terá se você continuar escondendo todo esse mistério, irmã. Falo por mim, não é vida ficar sufocada, cheia de segredos. Pelo amor de Deus, nossa mãe não é um monstro, é só uma mulher que teve o desprazer de ser criada sob costumes muito repressivos, mas acredite, ela está mudando e se você a ama pelo menos um pouco, deve ser honesta.
— Sei que devo me preparar para o pior.
— Pior só vai ficar se você se esconder de si mesma.
— Sabe, Elis, eu nunca pensei que um dia a gente iria conversar tão abertamente sobre essas coisas.
— Eu também não, mas a vida sempre trata de nos surpreender.
— Que o diga você, que era toda menininha, encabulada e desabrochou, virou um mulherão.
— Simplesmente comecei a valorizar o meu primeiro amor.
— O Léo?
— Não. A mim mesma. Gosto de mim o bastante para poder gostar de alguém.
— Mas e quanto a você e o Léo? Todo mundo sabe que você sempre gostou dele.
— Sempre gostei da ideia de gostar dele, não de quem o Léo era, ou melhor, é. Eu gostava daquele Léo que era meu herói, me salvava das chacotas na escola, das noites de solidão, mas entendi que ele não poderia me salvar de ser quem sou, que assim como eu, também tem dúvidas, medos, angústias, defeitos. O Léo da minha imaginação não falava, não agia, era a mim moldado, existindo lá nos meus sonhos, não na realidade. Amar assim é chato. Não tem toque, não tem luta, é um sonho o qual ele nunca tomou conhecimento e mesmo que tomasse, não estávamos em sintonia.
— Você o esqueceu, é isso?
— Minha cabeça está confusa demais para te responder.
— Eu te via tão frágil, indefesa, sempre escondida naqueles moletons largos, sem expressão e agora te vejo tão decidida, tão madura. Será que eu nunca te percebi de verdade?
— Antes costumávamos brincar de boneca juntas; andar de bicicleta, subir nos pés de ameixa da mãe do Matt e depois negar tudo, fazer piquenique na cachoeira, entrar no quarto da Pati para ler os diários dela, mas depois você encontrou suas amigas, começou a namorar e foi me esquecendo. Eu também fui me distanciando, isolada no meu mundinho particular, como se isso não fizesse mais diferença, sempre sentindo saudades da sua amizade que me fazia tanta falta…
— Eu sempre te admirei tanto, Elis. Você não desistiu de ser médica, né?
— Nunca.
— Sei que você vai ser uma grande médica algum dia.
Elis e Veridiana estariam sempre unidas pelas boas lembranças de uma infância feliz e bem aproveitada.
— Se você não souber o que fazer, peça orientação à sua intuição. Ela nunca falha.
Foi o melhor conselho que Veridiana recebeu.

****

— Diga-me o que quer, Veridiana. — Margarida gostava de assistir televisão no quarto e só desligava quando o talk show de entrevistas acabava. Estando aposentada, restava-lhe aproveitar as noites, o antigo emprego a obrigava a dormir cedo.
— Precisamos conversar.
— Tem de ser agora?
— Eu poderia esperar até de manhã, mas já esperei tempo por demais, mãe. — Veridiana sentou-se na cama da mãe.
— Não me diga que está grávida de novo, Veridiana? Quando é que você colocará essa cabeça oca no lugar? Eu já estou farta de te dar conselhos e você desperdiçá-los.
— A senhora não sabe da verdadeira história.
— O que sei a seu respeito já me basta.
— A senhora precisa me dar essa chance de falar.
Margarida abriu a primeira gaveta do criado-mudo, alcançando com um dos braços a cartela de calmantes, ingerindo um e engolindo-o com o auxílio de um copo de água.
— Quando você vem me contar suas bombas, penso até quando meu pobre coração vai aguentar ser maltratado.
— Essa pode ser a última vez que eu te incomode.
— Que assim seja, Veridiana, pois estou no meu limite com você.
— É sobre Antônio.
— Sabia… — Margarida deu um muxoxo, contrariada. — Sabia que boa coisa não era…
— Espere eu terminar de falar, mãe. Por favor… — Veridiana colocou-se de joelhos diante da mãe, no auge da submissão.
— Anda se encontrando com aquele traste depois de tudo o que ele te fez?
— Ele nunca me fez nada.
— Apenas te deixou grávida para ser a piada da cidade… Acha pouco?
— Antônio não sabe da existência de Jéssica.
— Como é?
Margarida sentiria o coração parar.
— Você está tirando sarro da minha cara a essa hora da noite.
— Não, não estou!
— E que brincadeira é essa?
— Tenho 26 anos, mãe, não 16.
— Você passou por cima da minha ordem e voltou a falar com esse rapaz depois de tudo que ele te fez passar.
— Passei por tudo sozinha. Ele nunca soube nem de metade do que enfrentei nesses anos todos.
— Você me decepcionou mais uma vez, Veridiana.
— E você também me decepciona quando passa por mim e faz que sou uma estranha.
— Você deixou de ser minha filha faz muito tempo.
— Isso não é possível.
— Nada do que você faça pode me afetar. Você já me decepcionou o suficiente, Veridiana. Agora, por favor, deixe-me dormir se minha vida vale de algo para você.
— Será que em algum momento você se colocou no meu lugar? Como filha, sempre te respeitei, mesmo quando você faz com que eu me sinta desse tamanho..… Veridiana gesticulou, banhada em lágrimas, a atenção da mãe, um descanso no desprezo infinito. — Será que morri aí dentro de você? Será que não há mais nenhuma chance de você olhar para mim um pouquinho que seja?
— Eu tinha tantos sonhos para você, Veridiana. Eu acreditava que você seria uma grande psicóloga e faria aquelas velhas bruxas da família do seu pai calarem a boca, mas em vez disso você me afundou na vergonha.
— Só porque eu me entreguei a um homem que amo? Fiz o que qualquer pessoa apaixonada faz, vivi esse sentimento, me doei para ele. Eu o amei na forma mais genuína de ser, quando os dois corpos se encontram, mas acima de tudo as almas se comunicam. Jéssica é o fruto disso.
— Não me venha com romantismo de livros porque estou sem um pingo de paciência para isso, Veridiana Diniz.
— Por que é tão difícil assim me entender?
— Porque eu já nem sei mais quem você é.
— Antônio partiu para a Islândia sem saber que eu estava grávida da Jéssica. Ele nem sequer imagina que eu seja mãe de um filho dele.
— Essa é a maior bobagem que eu já ouvi na vida.
— Mas é a verdade.
— Ele faz um filho em você e vai viajar como se nada tivesse acontecido?
— Eu já disse que ele nunca desconfiou.
— Ele é um bronco, manipulador, descarado.
— Ele não é nada disso.
— Pobre de você, tão facilmente induzida… Lamento…
— Antônio não conhece a Jéssica, não tem noção do que aconteceu enquanto esteve ausente. Eu não disse a ninguém que Jéssica é filha dele, apenas Elis, você e eu sabemos.
— O que é pior, pois a cidade inteira pensa que esse filho é de um qualquer.
— E por acaso alguma das fofoqueiras trocou uma fralda da Jéssica? Pouco me importa o que essas mulheres comentam a meu respeito.
— Você teve tanta consideração comigo que preferiu ir morar com seu pai depois de tudo que ele fez contra mim.
— Ele teve muito mais cabeça que você quando eu pedi ajuda. Ele não me deixou chorando debaixo de chuva quando contei que estava grávida, ele não amaldiçoou o bebê que estava dentro da minha barriga, não deu ouvidos aos comentários da Isaura e sua corja, ele me acolheu na casa dele e cumpriu o seu papel com muito primor. Você, que é minha mãe e deveria passar por cima de tudo e todos para me defender, não fez nada por mim. O desprezo foi a sua resposta ao meu abraço, a todos os meus gritos de socorro.
Margarida fazia das filhas um escudo contra o ex-companheiro, demonizando a figura dele com atritos mal resolvidos, as mágoas que culminavam em pequenos transtornos para a alma, os comprimidos ingeridos com hora marcada. O jogo de manipulação prendeu Elis e Patrícia, mas nunca fez de Veridiana uma refém, a ovelha negra.
— Quando saiu o resultado do exame de sangue, era também o último dia dele aqui na cidade, ele estava tão empolgado com o intercâmbio, fazendo mil planos para a volta, me pedindo para ter paciência porque logo estaríamos juntos de novo. Se ele fosse esse mentiroso sem vergonha que você acha que ele é, eu estaria ao seu lado, embora de qualquer forma estivéssemos unidos eternamente pela Jéssica. Isso ninguém poderá mudar.
— Você escondeu isso dele esse tempo todo?
— Eu me sentiria muito egoísta se forçasse Antônio a abandonar o maior sonho dele que era conquistar a vaga para o intercâmbio na Islândia. Ele lutou muito para ser um dos selecionados, não haveria outra oportunidade para ele ir por si só. Cogitei contar toda a verdade, mas vendo-o tão empolgado com a ideia de viver em outro país e acumular conhecimento, deixei para lá. Eu gostava tanto dele que priorizei sua felicidade abrindo mão da minha própria, do meu sonho que era me formar em Psicologia. Nessa história perdi muita coisa, mas sei que fiz o certo.
— Você se tornou piada na cidade.
— Piada porque amei de verdade e abri mão do meu sonho para que alguém que amo realizasse o seu? Sabe o que eu acho? Que essas velhas mal amadas que ficam falando de mim nunca se apaixonaram, são tão vazias que precisam falar dos outros porque as estrelas estão apagadas. No julgamento das nossas vidas contará de verdade não quantas vezes fui para a cama ou saí à noite, e sim o quanto eu amei. Tenho certeza de que amar não é pecado. E se for, eu já pequei e não sei se posso pedir perdão porque continuarei pecando, certa de que amar me deixa feliz, me traz toda a esperança que eu havia perdido pela vida, por mim.
— Mas aquele traste, minha filha.
— Antônio não é um traste, mãe. Ele é uma boa pessoa, só precisa de uma chance.
— Você pretende mesmo contar a verdade a ele?
— Sim.
— Vai precisar se preparar. Pode ser que ele se sinta traído, mas saiba, minha filha, que você tem o meu apoio para falar. A Jéssica precisa do pai. Toda criança precisa do amor de um pai.

Editorial WNBM - Saber perder.




Hoje, 8 de julho de 2014, ficará marcado como um dos episódios mais dolorosos da história do futebol brasileiro. A derrota para a Alemanha não foi apenas um resultado inesperado — foi um desmoronamento das expectativas que estavam nas costas da seleção. Será que este placar reflete apenas o futebol? Ou ele nos faz pensar nos outros "7 x 1" que o Brasil leva diariamente, em tantas áreas críticas?
Quando nos arriscamos, sabemos que podemos tanto ganhar quanto perder. Tudo se resume à forma como interpretamos as situações. Desde o momento em que nos entendemos por gente, começamos a nos habituar aos contratempos da vida. Descobrimos, por exemplo, que Papai Noel não existe. Percebemos também que não existem pessoas burras, apenas habilidades diferentes que cada um domina.
Alguns são líderes natos, outros se conectam com a escrita e fazem maravilhas (ou nem sempre) com as palavras. Existem aqueles que brilham no raciocínio lógico ou no esporte. Todos esses talentos formam a sociedade, com suas diferentes contribuições. No entanto, aqui no Brasil, há um fenômeno claro: o futebol, para a infelicidade de alguns, é superestimado.
Não estou dizendo que estamos proibidos de torcer e sentir. Pelo contrário, o esporte é uma paixão que une e emociona. Mas ninguém deveria morrer por isso. É um exagero sair por aí vaiando e xingando. Afinal, não eram vocês que estavam em campo enfrentando um time forte, não são vocês que estão lá jogando. É muito fácil criticar quando se está sentado no sofá, sem saber nem dar uma embaixadinha.

O lado obscuro da idolatria 


Não concordo com muita coisa que ando lendo e escutando. Nessas horas, sinto vontade de abandonar meus sonhos, porque não acho justo que a vida de um jogador como Neymar valha mais do que a de outras pessoas. Por que idolatramos tanto alguém que joga bola e namora uma atriz de novela, enquanto ignoramos outros talentos mundo afora? 

Futebol e realidade social


Não vou apontar o que deveria ou não ter sido feito, porque não entendo de futebol. Mesmo que o Brasil tivesse vencido no domingo, isso não mudaria minha vida. Quando vi as imagens das crianças chorando, compreendi sua inocência. Elas entraram no clima, sem entender que esses jogadores são super ricos, enquanto o povo é pobre. Lamento por elas, que ainda não têm um entendimento mais complexo da realidade. 

Os atletas terão outra chance de realizar seus sonhos na Copa de 2018, na Rússia. Mas e quanto aos sonhos das crianças que choraram? E os sonhos de tantos outros que não têm as mesmas oportunidades?

Por saúde e educação seis estrelas


Não espero o terceiro lugar no sábado, mas a chegada do dia em que os profissionais da educação, da saúde e da escrita sejam aclamados com o mesmo ardor com que se fala da seleção. 

7 x 1 na Educação


Se colocarmos a qualidade da nossa educação em campo, será que conseguimos evitar gols contra? Professores subvalorizados, escolas com infraestrutura precária e um sistema que falha em oferecer acesso igualitário são marcas desse jogo perdido. Enquanto outros países investem pesado em formar cidadãos instruídos, nós mal saímos do meio de campo. Educação deveria ser nossa maior arma, mas continua sendo uma das derrotas mais difíceis de superar.

7 x 1 na Saúde


A saúde pública no Brasil também vive seu próprio 7 x 1. Hospitais sem recursos, filas intermináveis, falta de medicamentos e profissionais exaustos são alguns dos tantos "gols" que o sistema sofre diariamente. Enquanto algumas áreas lutam para oferecer atendimento digno, a sensação de abandono é um eco constante nas vidas de quem mais precisa.

7 x 1 na Segurança


A segurança pública é outro território onde o Brasil não consegue se defender. A violência, a corrupção e o medo continuam sendo protagonistas em um cenário que deveria proteger a população. Os números falam por si, e as estatísticas de crimes e desigualdades acabam reforçando que, nesse campo, o jogo também está sendo perdido.

7 x 1 na Transparência


Se olharmos para a corrupção e a falta de transparência, o placar seria ainda mais desanimador. Estamos no ranking global ao lado de países em guerra ou em extrema instabilidade política. Aqui, o jogo não é sobre bola na rede, mas sobre o desvio de recursos que poderiam transformar escolas, hospitais e projetos sociais. E, como sempre, quem paga o preço é o povo.

Um minuto de silêncio pelas injustiças estruturais


Ninguém chora pelas meninas nigerianas sequestradas pelo Boko Haram. Já se esqueceram delas? Enquanto nos emocionamos com o futebol, há tragédias que passam despercebidas, vidas que são ignoradas. Precisamos refletir sobre nossas prioridades e sobre o que realmente importa.
E os adolescentes israelenses assassinados? As crianças do Oriente Médio que crescem em meio à devastação, guerras e incertezas políticas? Vocês que lamentam por um milionário, já se questionaram sobre o que é sofrimento de verdade?
E os familiares da menina Rachel Genofre, cujo assassino ainda está desaparecido? Rachel também tinha sonhos, arrancados de forma cruel. 
Vocês que choram pelo Neymar, reflitam: Isabella Nardoni morreu de uma forma cruel e injusta. Era uma criança linda, pura, cheia de sonhos, que queria aprender a ler. Dois monstros tiraram sua vida, e daqui a poucos anos, migrarão para o regime semiaberto. 
E a sensação de justiça, que já é nula, fica como? Para a mãe que perdeu sua filha, quem a traz de volta? Nada.
Alguém se lembra das crianças do Massacre de Realengo? Elas também tinham sonhos. E o que dizer daquelas que ficaram com sequelas? Daqueles que presenciaram um maluco armado entrar numa escola e provocar uma tragédia que nunca esqueceremos?
E as vítimas do acidente da TAM, que completa 7 anos no próximo dia 17? Quatro famílias nunca encontraram os corpos de seus entes queridos. Indenizações não ressarcem os filhos que perderam pais, ou os pais que perderam filhos com futuros promissores. Só porque essas pessoas não eram famosas, seus sonhos não têm valor?
E os jovens de Santa Maria, que tiveram seus sonhos destruídos pela omissão e ganância? Já se esqueceram deles ou a comoção foi só para parecer antenado na internet?
Todos eles tinham sonhos. E há tantos outros nomes que nunca conhecemos, pessoas cujos sonhos também desmoronaram. Ninguém faz reportagens sobre eles. Ninguém levanta hashtags de apoio. Ninguém lamenta por eles.
O milionário daqui a pouco estará na farra, muito bem, obrigado!

O 7 x 1 no futebol foi doloroso, mas os outros "gols contra" que o Brasil leva diariamente são ainda mais devastadores. Esses são os desafios que realmente deveriam nos unir, não em lamentação, mas em ação. Só assim podemos começar a virar o jogo.

Mary Entrevista - Garota dos Sonhos

Boa noite, amigos e visitantes do WNBM, o blog que hibernou por vários meses e não morreu. Muito pelo contrário, está sendo reformulado de modo que você tenha mais uma opção e possa ficar a par das novidades das fics by Mary, acompanhando cada passo da minha carreira e do meu amadurecimento pessoal e profissional. O que me traz aqui hoje é a apresentação de um novo segmento nesse blog, as entrevistas. 

Qualquer um que me conhece o mínimo sabe que pretendo ser Jornalista, não desisto do meu sonho por nada, e um bom jornalista é acima de tudo um entrevistador. Não sou o Roberto D'Ávila nem a falecida e inesquecível Hebe Camargo, mas quero dar meus primeiros passos entrevistando autores e personagens. 

Quem vai inaugurar o Mary Entrevista é uma autora prodígio no Nyah e vem me surpreendendo não só pela criatividade, mas pela organização, pela força de vontade e também pelo imenso talento que já demonstra ter. Um autor que não exercita seu lado leitor nunca será esplendoroso, porque o escritor é um leitor com opinião que busca aprimoramento mental e aceita a participação do público, tão importante para que uma obra faça história além da própria história. 

MaryPrincess88 nunca desista dos seus sonhos!

O que me traz aqui é o carinho dos meus leitores. Eu estava abandonando o blog porque não sabia o que fazer com ele, aí fui escrever tudo que estava sentindo hoje, uma mistura de rejeição com indignação, desprezo e solidão, um tipo de vazio que não sei explicar a vocês simplesmente descrevendo. 

Comunicado importante... ou não...

A desculpa é a falta de tempo, tão bem articulada. É sempre ela, a correria, tão danada que consome todos os minutos e serve para argumentar o tal sumiço que, por mim, já era aguardado. Vocês têm tempo; não têm vontade. Não estou esfregando a verdade no rosto de ninguém, apenas concluindo o meu raciocínio. Pensei, finalmente, haver encontrado leitores que gostavam de verdade do meu trabalho, que se deliciavam com a minha técnica, com a minha narrativa, mas, ao invés disso, percebo a desatenção, a falta de percepção, o completo descaso. Ofereço todos os modos de entrar em contato, divulgo o endereço, faço tudo que está ao alcance, conforme os limites impostos. No entanto, o desgaste emocional compete justamente com a comoção nacional pela lesão do craque.

A idolatria cega a todos. Ninguém percebeu que falta pouco para o Mundial acabar e que, a partir do dia 14, a rotina volta a ser como era antes de meados de junho. Sei que a maioria sentirá falta dos feriados no meio da semana, do expediente pela metade, da cervejada, do churrasco, das cornetadas, de vestir a camisa verde e amarela. É bem capaz que alguém vá perder o jogo para “ler”. Ninguém, né? Ou pelo menos ninguém que eu conheça.

Sou jovem, também vim de origem humilde, nunca tive nada de mão beijada, também tenho tantos sonhos — alguns deles, porém, inviáveis; outros, bem difíceis de se realizar. Eu não sou jogadora de futebol, não sou namorada de craque, não canto funk, não sou periguete; sou apenas uma escritora lutando pelo meu espaço. Alguém que não tem contato com editoras, que já foi plagiada, atacada, maltratada, ignorada. Já ouvi várias vezes que “escritor só é reconhecido depois da morte”, que “o brasileiro não tem paciência de ler textos”. Nenhuma equipe de reportagem se interessou pela minha história de vida, nem pelo meu sofrimento. Minhas lágrimas não estamparam manchetes de jornais, meu talento não é aclamado com a mudança de entonação do âncora do jornal. Eu não tenho fãs rezando por mim na porta da minha casa. Sou apenas uma garota que escreve num blog para fantasmas.

Deus me presenteou com um dom que serve para tocar corações, para me comunicar com outras almas e ajudá-las a enxergar que a vida vai além de ter um namorado, ficar com o menino mais bonito da escola ou faculdade, além de se torturar devido aos padrões de beleza. Tentei mostrar-lhes um mundo novo, diferente, descrito sob o meu olhar. Juro que tentei, dei o meu melhor, quis fazer humor sem ofender, falar de amor sem ser melosa, quis ser a diferença que tanto espero ver no mundo — e não vejo, porque já pensei que algumas pessoas eram especiais, quando na realidade não passavam de fantoches altamente manipuláveis. Tanto é que os mesmos revolucionários que cantavam palavras de ordem nas ruas no ano passado estão de mimimi nas redes sociais, chorando por quem receberá o melhor tratamento médico e voltará a jogar.

Por que o sonho dele é mais importante que o meu, que o da minha irmã, da minha vizinha, do meu amigo?

Todos somos jovens. Podemos não jogar fora do país, mas também tentamos representar bem a nossa nação. Ser patriota não é só sentar em frente à televisão e gritar “gol”, hostilizar argentino, uruguaio, colombiano. É não chutar cachorro de rua, não maltratar idosos em filas, não discriminar as pessoas com deficiência, os negros, os nordestinos. É não aceitar propina, não jogar lixo na rua, não estudar ou trabalhar “de qualquer jeito”. É respeitar, mas quem se importa com regras?

Não quero acreditar que devo abandonar o sonho que me mantém viva porque ele não vai se realizar. Por mim, ninguém irá chorar. Repito: sou uma reles mortal. Não estou no padrão de beleza, não usufruo da fama do meu namorado porque não tenho, minhas palavras são totalmente dispensáveis.

Não me venham com hipocrisia, dizendo que não tenho empatia. Não tem nada a ver uma coisa com outra. Lamento pelas pessoas que realmente importam na minha vida, os membros da minha família. Rezo por quem merece, por quem precisa, não por quem quer aparecer mais que Deus. Um escritor é tão digno quanto um astro do mundo da bola. Lembrem-se de que nós não somos alfabetizados por jogadores, e sim por professores. Mas quem se lembra deles? 

Não justifico jamais a violência contra quem quer que seja, não desejo o mal nem de quem me deseja o pior. Simplesmente desejo luz até para as pessoas de quem não gosto (e não gostam de mim), porque desejo que essas encontrem seus caminhos e sejam tão felizes, preenchidas de tanto amor que não lhes reste tempo nem vontade de atentar contra ninguém.

Vocês podem usar o tempo da maneira que bem lhes couber, não é da minha conta. Porém, vocês assumiram o compromisso de ler. Vocês me iludiram com palavras amáveis, fizeram-me acreditar que esse sonho valia a pena. Se estavam lendo por dó, sem vontade, que nunca tivessem lido, porque, se vocês não meditam sobre a leitura, não aprendem nada. Continuam escrevendo errado e significa que não estou cumprindo minha missão. Estou falhando, e duplamente, por insistir em cativar um público que já está alienado. Me desculpem, mas é a realidade, por mais dolorosa que seja.

Sabia que a época da Copa do Mundo seria a mais difícil do ano de 2014. Festa para uns, lágrimas para outros. Eu tentava me preparar emocionalmente para a idolatria, para tudo. Mas a verdade é que, vendo tantas pessoas mentirosas e falsas nas minhas redes sociais, vou perdendo a vontade de fazer amizades. Todo mundo se diz tão diferente e simplesmente vive de copiar. Parece que ninguém pensa por conta própria, que a sinceridade incomoda. Se você não assiste ao jogo, rola, sim, aquela sensação de exclusão. Não há nada pior que se sentir assim, como se você não fizesse parte de nada, como se fosse um veneno contra a alegria. Só que não adianta nada comemorar — não temos motivos para isso. Eu, pelo menos, não.

Não vou celebrar o fim dos meus sonhos, não sou masoquista. Não, a esse ponto. Ah, já extrapolei os 140 caracteres. Todo mundo tem preguiça de ler. Então, ótimo: terça-feira tem jogo, curtam muito e idolatrem bastante o camisa 10, chorem e rezem por ele. De mim vocês não vão ouvir mais nada. Também sei que a desculpa do tempo cola bem para tudo. Vocês sempre têm um espacinho para qualquer coisa, menos para o que realmente interessa.

Editorial WNBM | Do contra, sim, senhores

 

Sou apenas mais uma sonhadora cujas asas são cortadas pela realidade doentia e cruel.

Ver tantas personalidades de plástico acentua minha descrença já forte na humanidade. As coisas vão mal. Muito mal. Decaindo. Despencando. A hipocrisia é um ácido que corrói as relações. Virou moda ser o que não é, pagar de revoltado e se contradizer em instantes. Mesmo que eu pareça grosseira e insensível na visão de alguns, prefiro ser rotulada de antipática a ser falsa e fingir.

Eu teria vergonha de dizer que estou sofrendo pelo tal jogador se nunca gostei dele. Idolatria me desanima, e não somente na Copa. Não tiro o direito dos outros de se entristecerem (os fãs, família, amigos, equipe, etc.), mas não me crucifiquem por ser diferente. Entristeço-me porque a vida me mostra que realizar sonhos nunca foi fácil. Eu também sou jovem, tenho meus próprios sonhos e luto por eles. Aguento escrever para um público que não me valoriza e não reconhece meus esforços. Ouço “não” da vida desde que me entendo por gente. Ouvi “não” dos meus pais, do amor, da minha própria carreira, e sei — por mais que doa — que nem tudo pode ser do meu jeito. E, às vezes, até gosto que não seja.

Sonho com o dia em que escritores serão realmente valorizados e entendidos, que inspirem de verdade. Que as meninas, ao lerem Simplesmente Tita, enxerguem não apenas o Adolfo, mas a luta de Tita, os obstáculos que ela enfrentou. Quero que entendam a mensagem de empoderamento que deixo clara: somos as protagonistas da nossa vida. Quero mostrar que a realidade não é um conto de fadas, que a vida não é um filme americano polarizado entre nerds e populares.

Não quero dizer às garotas que precisam mudar a aparência para agradar. Olhos castanhos não são castigo; eles têm seu brilho único. Se você enxerga o mundo, é porque Deus te abençoou com uma grande visão. Ame seus cabelos, não importa a cor ou a textura. Mude algo em você somente por você, nunca pelos outros. Você tem que se amar.

Mas quando vejo que muitas meninas não aprendem nada do que leem, continuam escrevendo errado e se autodepreciando, me sinto incapaz. Tenho vontade de parar de escrever. Só que, se eu parar, vou morrer de tristeza, porque é a única coisa que sei (ou acho que sei) fazer direito. É triste, em dia de jogo, ninguém ler minhas histórias, enquanto todo mundo é manipulado pelo televisor. O Facebook vira um espetáculo de idolatria.

Não é que eu não tenha compaixão. Tenho, sim, porém, por quem merece: minha família. Meu pai, minha mãe, minha irmã. Por aqueles que não me abandonam em nenhum momento. É por eles que devo orar e agradecer diariamente, não por um jogador que nem sabe meu nome, que trata mulheres como objetos, que quer aparecer mais que Deus e nem é nada disso.

Desculpem, eu não sou como todo mundo. Sou sincera demais. Nem todos gostam disso, mas não sei ser falsa, fingir que sou algo que não sou, bajular para parecer legal. Minha opinião diverge da maioria. E, sinceramente, choro pelo mundo… Porque ele vai mal. Muito mal. E eu também vou mal, porque sou apenas mais uma sonhadora cujas asas são cortadas pela realidade doentia e cruel. Mas tudo bem. O Brasil será Hexa.


Curitiba, 4 de julho de 2014.

2 de maio | Dia Nacional do Humor

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