20 de novembro | Dia da Consciência Negra

 


🌍 Como pessoa branca, sei que não tenho lugar de fala sobre as vivências negras, mas repudio o racismo com todas as minhas forças. E não posso ficar em silêncio diante da dor que essa estrutura provoca.

O Dia da Consciência Negra é uma data marcada pela resistência, pela luta e pela memória. Celebrado em 20 de novembro, ele foi escolhido por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência negra à escravidão no Brasil.

Mas o que queremos realmente celebrar nesse dia?
Será que estamos nos lembrando da história de Zumbi? Ou será que, como sociedade, estamos dispostos a enfrentar as desigualdades que ainda persistem?

📜 O que é o Dia da Consciência Negra e como surgiu?

O Dia da Consciência Negra foi instituído para homenagear Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, símbolo da resistência negra à escravidão e à opressão colonial. A data, 20 de novembro, foi escolhida por ser o dia da morte de Zumbi, em 1695.

O dia, no entanto, não foi instituído como feriado nacional de imediato. Ele começou a ser lembrado por movimentos sociais no Brasil a partir dos anos 1970, como uma forma de refletir sobre a luta contra a escravidão e a busca pela igualdade racial. Porém, somente em 2011, através da Lei 12.519, o Dia da Consciência Negra foi oficialmente instituído como feriado nacional.

🖤 Zumbi dos Palmares e o Movimento Quilombola

Zumbi dos Palmares não foi um “herói distante” ou uma figura romântica do passado. Ele foi um homem real, líder do Quilombo dos Palmares, e, com seus companheiros de luta, resistiu à escravidão e ao sistema colonial que subjugava milhões de africanos no Brasil. O Quilombo dos Palmares foi um dos maiores e mais duradouros focos de resistência à escravidão, durante quase 100 anos.

  • O Quilombo dos Palmares representava não só uma comunidade autossustentável, mas uma afirmação da liberdade e autonomia do povo negro.

  • Zumbi, ao lado de seus guerreiros e guerreiras, manteve o quilombo ativo mesmo sob intensa perseguição das forças coloniais. Ele não só lutava contra a opressão externa, mas também defendia o direito de ser livre em sua própria terra.

O movimento quilombola ainda existe hoje, com mais de 2.000 quilombos reconhecidos no Brasil. Eles representam um símbolo de resistência histórica e contínua, com comunidades lutando por direitos territoriais, preservação cultural e pelo reconhecimento da importância histórica.


Racismo no Futebol: O Espelho da Sociedade

O racismo no futebol brasileiro é uma realidade constante, e não somente nas arquibancadas. Jogadores negros são frequentemente alvos de ofensas racistas por parte da torcida e, muitas vezes, não recebem o mesmo tratamento que os brancos.

Mesmo com figuras de destaque como Pelé, Ronaldo Fenômeno, Marta e Neymar, o racismo continua presente nas redes sociais, nos estúdios de televisão e em muitos campos de futebol, com ofensas, insultos e discriminação ainda sendo questões enfrentadas diariamente.

  • O futebol, como espelho da sociedade, revela como o racismo se perpetua no Brasil. Mesmo com décadas de conquistas, a representatividade negra ainda é minimizada, e o talento negro não é sempre reconhecido da mesma forma que o de seus colegas brancos.


🏢 O Racismo no Ambiente Corporativo e a Falta de Liderança Negra

Apesar do Brasil ser majoritariamente negro, a população negra é sub-representada em cargos de liderança nas empresas. Negros e negras enfrentam barreiras sistêmicas e preconceitos velados que dificultam o acesso a posições de poder e influência.

  • A falta de oportunidades para o avanço profissional é uma das principais questões. Negros ainda enfrentam um sistema corporativo excludente, onde a cor da pele é um fator que pode determinar a ascensão ou a estagnação profissional.

  • A representatividade importa. Vai muito além de ter negros no time, nos papéis de protagonistas da novela, num anúncio publicitário, mas de tê-los nas posições de liderança, nos quadros de diretores e no controle das grandes decisões empresariais.

🖤 O negacionismo da escravidão e o apagamento da história negra
Infelizmente, até hoje muitos tentam negar a profundidade do impacto da escravidão na formação do Brasil. Negacionistas falam sobre a escravidão como algo do passado distante, muitas vezes minimizando sua violência e o sofrimento imposto aos negros.

A história da escravidão no Brasil foi por muito tempo apagada dos livros didáticos, com a herança africana reduzida a estereótipos e a luta negra sendo ignorada. Muitos livros escolares ensinavam que os negros eram meros “coadjuvantes” na construção da história brasileira. A presença e o sofrimento de milhões de africanos e seus descendentes foram, e ainda são, invisibilizados por aqueles que preferem não encarar a realidade do racismo estrutural e da desigualdade social.


💬 Negar o passado é perpetuar a dor.

Quando se apaga a história dos negros, se apaga a resistência, a luta pela liberdade e as conquistas sociais que moldaram a nossa nação. Zumbi e tantos outros líderes negros não lutaram em vão. Eles nos deixaram um legado de resistência e de vida, e é esse legado que o Dia da Consciência Negra busca lembrar e honrar.

🌿 O racismo não é só uma questão histórica, é uma luta cotidiana.
É fácil para muitos brancos verem o Dia da Consciência Negra como mais um feriado, mas para quem carrega a dor de séculos de exclusão, esse dia é um momento de resistência e de afirmação da identidade e da história do povo negro no Brasil.

  • Não é só um “feriado”.

  • Não é só “um dia de lembrar”.

  • É um chamado à ação.

📌 O Dia da Consciência Negra não é só um “feriado”.
Ele é uma data para refletir sobre os confrontos históricos e sociais que a população negra enfrenta até hoje.

📌 Com respeito e urgência, dos Cadernos de Marisol.

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