Destrinchando a Letra | I Was Made for Lovin’ You — KISS

Na virada da década de 70 para os anos 80, o KISS ousou ao lançar uma canção que unia o peso do rock com os elementos dançantes da Disco Music. “I Was Made for Lovin’ You” não somente marcou uma das fases mais comerciais da banda, como também revelou que até o rock mais performático podia, sim, falar de amor — e falar bem.

📘 Glossário de Expressões Gringas & Siglas das Internets (versão Malacubaca)


💬 a.k.a. — also known as

"Também conhecido como."
Usado pra apresentar um apelido, nome alternativo, identidade secreta ou escárnio.

Renata Muriel Linhares, a.k.a. Tita, a maioral do colégio desde 1994.

💬 fyi — for your information

"Pra sua informação."
Usado com ar levemente passivo-agressivo, tipo quando você joga uma informação porque o outro claramente não entendeu nada.

Fyi: só quem viveu o bug do milênio sabe o que é usar internet discada aos gritos da mãe.

💬 nsfw — not safe for work

"Inapropriado para abrir no trabalho."
Serve pra indicar conteúdo sensual, explícito, ou constrangedor.

A Noviça foi abrir um vídeo achando que era um boletim de moda e era uma review de calcinha com câmera interna. NSFW demais.

💬 lol — laughing out loud

"Rindo alto."
Antigamente usada pra dizer que achou graça, hoje virou o novo "kkk" ou "só pra parecer simpático".

O Edu mandou "lol" depois de levar um fora da Renata. Chorando por dentro, certeza.

💬 idk — I don’t know

"Eu não sei."
Resposta padrão pra fingir desinteresse ou evitar tretas.

"Quem comeu o último Sonho de Valsa?"
– Idk. (tem farelo de chocolate no cantinho da boca, mas o lema é negar até a morte)

💬 tbh — to be honest

"Sendo honesto(a)" ou "vou mandar real."
Usado antes de uma opinião sincera (ou dolorosa).

Tbh, sertanejo universitário não é música, é tortura psicológica com backing vocal.

💬 imo / imho — in my opinion / in my humble opinion

"Na minha opinião" / "na minha humilde opinião"
Spoiler: ninguém que escreve “humilde opinião” tá sendo humilde.

Imho, aquela escola deveria ser interditada pela vigilância sanitária e pelo conselho de bom senso.

💬 smh — shaking my head

"Balançando a cabeça em desaprovação."
Tipo um "tô passada", só que com vergonha alheia.

O cara que acha que é craque porque pagou a escolinha do filho no cartão da mãe? Smh.

💬 omg — oh my God

"Ai meu Deus!"
Expressão dramática universal. Pode ser sincera, debochada ou fingida.

Omg, cadê meus sais?

💬 af — as f**

"Pra caramba", "demais", "muito."
Usado pra dar ênfase. Cuidado onde usa porque vem de palavrão.

Tô cansada af. Quero ser rica af. Detesto agroboy af.

💬 brb — be right back

"Já volto."
Usado quando a pessoa sai rapidinho do chat, mas em 90% dos casos nunca volta.

"Tô indo ali cagar de raiva dos desmandes do Me. Cheetos, brb."

💬 ttyl — talk to you later

"Falo com você depois."
Tradução real: cansei da sua cara por hoje.

"Você tá passando pano pra sertanejo? Ttyl então, tchau!"

💬 nvm — never mind

"Deixa pra lá."
Expressão passivo-agressiva preferida da geração que escreve e apaga mensagem.

"Você não entendeu o que eu quis dizer, mas nvm. Vai ouvir Zé Neto & Chororô."

💬 omw — on my way

"Tô indo."
Usado pra fingir que tá a caminho, mesmo ainda de pijama.

"Já tô omw pro camarim da Noviça, só falta achar o vestido neon dela."

💬 asl — age, sex, location

"Idade, sexo, local."
Relíquia do MSN e bate-papo UOL. Usado por creepy véio da lan house.

"Mandei 'asl' e o cara respondeu '34, M, Curitiba, gosto de trilha sonora de novela das 8'."

💬 irl — in real life

"Na vida real."
Porque na internet todo mundo é rico, feliz e tem autoestima.

"Irl, eu não sou CEO nem influencer. Sou só uma atendente sem pernil no caixa 3."

💬 dm — direct message

"Mensagem direta (inbox)."
Onde começam as cantadas ruins e os textões de gente carente.

"Ele comentou meu story e veio de dm: 'nossa, que sorriso lindo'. SMH."

💬 cringe

"Vergonha alheia."
Termo reapropriado pela geração Z pra zoar a Y2K vibe.

"Ai que cringe a galera dançando no TikTok de uniforme da escolinha das Sereias do Sul."

💬 stan

"Fã obcecado."
Vem da música Stan, do Eminem. Hoje virou verbo e tudo.

"Eu stan o Boletim Extraordinário da Malacubaca desde o plantão sobre o meteoro que não caiu."

💬 shippar

"Torcer por um casal (real ou fictício)."
Termo vindo de relationship.

"Eu shippo o Edu com a Renata desde a hora que ele largou o microfone e foi cantar pagode por ela."

💬 ghosting

"Sumir do nada, sem explicação."
Clássico das interações afetivas modernas.

O Edu Meirelles foi vítima de ghosting da Renata na fase emo da banda. Ele ainda escreve cartas como se fosse 1997.

💬 catfish

"Pessoa que finge ser outra na internet."
Desde usar filtro até se passar por apresentador da Globo.

A Christiane dos Anjos é o maior catfish de Curitiba desde que fingiu que era filha de um diplomata norueguês com a Glória Maria.

💬 cancelled

"Cancelado."
Usado pra quem foi exposto, criticado ou caiu do pedestal.

Vespúcio Sartori foi cancelado após dizer que passar shampoo 2 em 1 já é "coisa de comunista."

💬 savage

"Cruel, direta, sem filtro."
Gente que fala o que pensa, sem passar pano nem usar emoji fofo.

A Noviça foi savage quando disse ao vivo: “é o fim da picada ver jornalista padrãozinho ganhando prêmio por ler TP.”

💬 no cap

"Sem mentira." / "Sério mesmo."
Usado pra garantir que o que você disse é real oficial.

No cap: assistir um capítulo de Rebelde me traumatizou mais do que ver o Chaves ser chamado de ladrãozinho pelo pessoal da vila.

💬 main character energy

"Energia de protagonista."
Gente que vive como se estivesse num filme indie premiado.

A Tita andando no corredor com o fichário da Sabrina e a cara fechada: main character energy pura.

💬 gatekeeping

"Bancar o guardião de um gosto, fingindo que só você pode gostar daquilo."
Exclusivismo disfarçado de bom gosto.

“Você gosta de Queen? Então me diz o nome da avó do baterista!” — isso é gatekeeping, miga.

💬 tw / cw — trigger warning / content warning

"Aviso de gatilho" / "Aviso de conteúdo sensível."
Muito usado em blogs, redes e fanfics.

tw: gordofobia, homofobia, elitismo, pernil vencido e piada machista no trabalho.

💬 mood

"Estado de espírito / me identifiquei."
Serve pra absolutamente tudo.

A cena da Renata chutando a lixeira na saída da aula? Mood da minha vida inteira.

💬 ratio

"Quando a resposta ganha mais curtidas que o post original."
Forma de humilhar com engajamento.

O tweet do Vespúcio defendendo o “dia do orgulho hetero” levou um ratio tão grande que ele deletou o perfil e fugiu pro Orkut.

Nas Lentes da Malacubaca (edição extraordinária) | Revolução Francesa e o preço da ruptura

 

Quando falamos em Revolução Francesa, é comum pensar em guilhotinas, multidões furiosas e o grito de “Liberté, égalité, fraternité!”.
Mas a verdade é que esse episódio, iniciado em 1789, mudou o rumo da história do Ocidente.
Foi o fim do Antigo Regime e o início de um mundo onde o povo exigiria voz — nem sempre sendo ouvido. 
Em busca destas e outras respostas, a equipe do OCDM preparou uma edição extraordinária para compreendermos mais profundamente as circunstâncias de um evento que marcou o fim da Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea.

Nas Lentes da Malacubaca | Dia Mundial do Rock: da rebeldia ao ringtone de operadora

 

Quando o grito virou trilha de comercial — e ainda assim, resistiu.

“13 de julho é Dia Mundial do Rock. Mas o que é o rock — e o que ele se tornou?”
“Entre guitarras distorcidas, censura, rebeldia de palco e figurinha em álbum teen, o rock foi da revolução à indústria.”


📺 Introdução

“Quem transformou o barulho em símbolo?”
“Como um gênero nascido na fúria virou trilha de propaganda de carro?”

No dia 13 de julho de 1985, o mundo assistia a um dos maiores festivais da história: Live Aid, evento simultâneo em Londres e na Filadélfia com lendas como Queen, U2, Led Zeppelin, David Bowie e The Who, transmitido para mais de 1 bilhão de pessoas.

A data ficou conhecida, com o tempo, como Dia Mundial do Rock — embora essa celebração só tenha pegado mesmo no Brasil.

E é aqui que a história fica mais interessante.


🗿 Origens e contracultura: quando o rock era revolução

Nascido da mistura entre blues, gospel e música negra nos Estados Unidos dos anos 1950, o rock foi, desde o início, um grito incômodo. Não era sobre técnica. Era sobre atitude.

Nos anos 60 e 70, o rock foi:

  • Motor do movimento hippie;

  • Trilha sonora contra a Guerra do Vietnã;

  • Expulsão do “bom gosto” da elite;

  • Sinônimo de juventude barulhenta, suada e pensante.

De Jimi Hendrix queimando guitarras a Raul Seixas pregando sociedade alternativa, o rock ainda não cabia em comerciais — mas cabia em corações indignados.


🇧🇷 O Brasil descobre o rock — e o censura

No Brasil, o rock chegou com Tim Maia, Roberto Carlos (sim!), Mutantes e Raul. Mas logo foi vigiado, censurado, perseguido. As bandas que sobreviveram nos anos 70 e 80 o fizeram com resistência criativa.

Com o fim da ditadura, o rock BR explodiu nos anos 80: Legião, Titãs, Barão, Plebe, Ultraje, Paralamas — todos colocando o dedo nas feridas abertas do país.

E então chegou o Live Aid… e mais tarde o Rock in Rio.
E mais tarde… a MTV.
E mais tarde… as boybands, o emo, o rock de FM.


📻 O rock em 2001

No ano da novela Os Desencontros do Cupido, o rock já vivia um novo ciclo:

  • A explosão de bandas como Linkin Park, Evanescence, Nickelback, The Strokes;

  • O boom do emo/screamo alternativo no underground;

  • No Brasil, CPM 22, Detonautas, Pitty e Charlie Brown Jr. ganhavam força;

  • O rock voltava a ser “coisa de jovem” — mas agora disputando espaço com o pop pasteurizado.

Muitos diziam: “o rock morreu.”
Mas, na verdade, ele só havia mudado de roupa — e de gravadora.


🎧 Reflexão final

O rock não acabou. Ele só não está mais nas paradas — está nos porões, nos fanzines, nas playlists caseiras e nos gritos abafados.

“Enquanto houver injustiça, haverá alguém escrevendo uma música de três acordes para enfrentá-la.”

O rock pode não salvar o mundo. Mas sempre terá um microfone ligado para quem quer gritar.


📚 Referências (ABNT)

  1. NAPOLITANO, Marcos. Seguindo a canção: engajamento político e indústria cultural na MPB (1959-1969). São Paulo: Annablume, 2001.

  2. TRINDADE, Fábio. A história do rock brasileiro. São Paulo: Panda Books, 2007.

  3. WIKIPÉDIA. Dia Mundial do Rock. Wikipédia: a enciclopédia livre, 2024. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Mundial_do_Rock. Acesso em: 15 jun. 2025.

Entre três tempos diferentes 🕯️

 

🗓️ 12 de julho de 2021

Subo degraus sem conclusão, alcanço andares impensáveis, nunca sei encontrar o atalho de volta para casa. Desperto, e ao longo do dia me vejo contando mentalmente esse dia a mais sem você. Já passaram de 365. Anotar um por um só acentua a imensidão desse vazio que me cobre como um cobertor — mas que não me aquece, nem me acalenta.

Nenhum aroma familiar me devolve o riso. Apesar de todos os esforços, a tristeza sempre vence o cabo de guerra.

🌙 Madrugada Animada com Noviça - O Lavrador Macabro 🌙

Voltamos a 1985, ao vivo, direto do estúdio da Malacubaca AM

(A trilha sonora começa com um toque misterioso, enquanto a voz da Noviça ecoa com entusiasmo.)

NOVIÇA: Boa madrugada, meus queridos ouvintes! Aqui é Carmen Angélica Esteves, a Noviça, pronta para mais uma noite de histórias e repercussões. Ontem, o conto das tâmaras deixou todo mundo de cabelo em pé — e as mensagens que recebi foram tantas que mal consegui dormir! Mas hoje, além de ler algumas dessas reações, trago uma nova história que promete ser ainda mais… fértil. Literalmente.

Antes de mais nada, vamos às cartas e ligações que chegaram. Um ouvinte me escreveu dizendo: 'Noviça, depois do conto das tâmaras, minha esposa começou a olhar para mim de um jeito estranho. Será que devo me preocupar?'

Ah, meu querido, se ela começar a mexer no pilão com muita concentração, talvez seja hora de reconsiderar suas escolhas alimentares! E falando em escolhas, vamos à história de hoje, que envolve um lavrador, cadáveres e... bem, um método nada convencional de fertilização.

(A trilha sonora muda para algo mais sombrio, com sons de pássaros noturnos e vento ao fundo.)

NOVIÇA: Nos confins de uma pequena vila, havia um lavrador conhecido apenas como 'Seu Zé da Terra'. Ele era famoso por suas plantações exuberantes, que pareciam crescer mais rápido e mais fortes do que qualquer outra na região. Mas o segredo de Seu Zé era tão macabro quanto eficaz. Dizem que ele tinha um acordo com o coveiro local, que lhe fornecia cadáveres frescos para serem enterrados em sua terra.

Seu Zé acreditava que os corpos eram o melhor fertilizante que a natureza poderia oferecer. E, de fato, suas plantações eram tão impressionantes que até os vizinhos começaram a desconfiar. Um dia, uma mulher da vila encontrou algo estranho enquanto colhia tomates: um dedo humano, ainda com a aliança de casamento.

A vila inteira ficou em choque, mas Seu Zé não parecia preocupado. Ele dizia: 'A terra devolve o que recebe. Se quiserem tomates-grandes, precisam aceitar o preço.'

E assim, a história de Seu Zé se espalhou, atraindo curiosos e investigadores. Mas ninguém jamais conseguiu provar nada — até que uma tempestade revelou um segredo enterrado em suas plantações. Querem saber o que aconteceu? Ah, meus queridos, isso eu conto… no próximo bloco!

(A trilha sonora termina com um trovão e o som de chuva ao fundo.)

🌙 Madrugada Animada: O Lavrador Macabro — Parte 2 🌙

(A trilha retorna com trovões e o som de enxadas cavando a terra.)

NOVIÇA: Quando deixamos a história, meus queridos, a tempestade havia revelado um segredo sombrio nas plantações de Seu Zé da Terra. E o que era esse segredo? Bom, dizem que os vizinhos viram a chuva lavar a terra e expor… crânios humanos! Isso mesmo, crânios. Aquela plantação farta de tomates suculentos era, na verdade, um cemitério disfarçado.

As autoridades foram chamadas, é claro. Mas quando chegaram ao local, Seu Zé estava sentado na varanda, calmamente tomando seu café como se nada tivesse acontecido. Ele olhou para os policiais, deu um sorriso amarelo e disse: 'Ah, mas essa terra sempre foi generosa comigo. Não sei do que vocês estão falando.'

Enquanto a vila inteira murmurava e apontava o dedo, Seu Zé não demonstrava nem um pingo de nervosismo. Até que o coveiro, que até então estava calado, resolveu abrir o bico. Aparentemente, ele e Seu Zé tinham um acordo: para cada “despacho” que o coveiro fizesse, ele recebia uma cesta de legumes como pagamento.

Mas a coisa não parou por aí, meus queridos ouvintes. Descobriram que algumas das plantas de Seu Zé haviam crescido anormalmente. Sim, anormal! Tomates do tamanho de melancias, abóboras que precisavam de três pessoas para serem carregadas e vagens que… bom, pareciam mais tentáculos de um filme de ficção científica. Os especialistas que examinaram o solo disseram que nunca viram nada parecido. Era como se a terra tivesse absorvido a essência dos corpos e a transformado em algo… sobrenatural.

E aí, claro, começaram os rumores. Alguns diziam que Seu Zé fazia rituais macabros durante a noite, dançando ao redor das plantações sob a luz da lua cheia. Outros juravam que os vegetais gigantes tinham vida própria e que, à meia-noite, era possível ouvir sussurros vindos da horta.

Mas o que realmente aconteceu com Seu Zé? Bom, isso depende de quem você pergunta. Alguns dizem que ele foi preso e sua plantação foi destruída. Outros acreditam que ele fugiu para um lugar ainda mais remoto, onde poderia continuar seus experimentos… ou, devo dizer, seu trabalho agrícola peculiar.

O que sabemos com certeza é que, desde então, ninguém mais daquela vila olha para um tomate da mesma forma.

(A trilha de suspense se dissolve em uma música dramática, enquanto Noviça volta ao microfone com sua energia contagiante.)

NOVIÇA: E aí, meus ouvintes destemidos, o que acharam dessa história? Fica a pergunta: até que ponto estamos dispostos a ir por uma boa colheita? Vou deixar vocês pensarem nisso enquanto toco mais uma música para encerrar a noite. Mas antes, quero agradecer a todos que mandaram mensagens sobre a história de ontem e já estão ansiosos pelas próximas madrugadas. É sempre um prazer transformar o silêncio da noite em momentos memoráveis com vocês! Boa noite, e lembrem-se: a terra tem segredos… e talvez seus tomates também.

(Música de encerramento: Você é luz, é raio, estrela e luar…)


Mary Recomenda | Belo mundo, onde você está? - Sally Rooney

 

🌍 Mary Recomenda: Belo mundo, onde você está? – Sally Rooney

Um retrato desencantado de uma geração que sente demais — e disfarça

Autora: Sally Rooney
Gênero: Romance contemporâneo, drama existencial
Páginas: 352
Editora: Companhia das Letras


🖋️ O que esperar?

Sally Rooney escreve sobre pessoas que pensam demais, amam com dificuldade e veem a vida sem glitter.
Belo mundo, onde você está? não é exceção.
Mas, ao contrário dos livros anteriores, aqui há uma leve evolução, um passo a mais no amadurecimento narrativo — e na dor também.


🧠 Sobre o que é?

Alice é uma escritora que alcançou fama, mas não encontra sentido em nada.
Eileen é sua amiga de longa data, trabalha como editora e parece viver à sombra da própria vida.
Simon, ligado à Eileen, funciona como seu porto-seguro — sem grandiosidades, apenas sendo.
As relações são exploradas com silêncios, e-mails extensos e reflexões pesadas sobre política, fé, decadência do mundo e o que significa amar em tempos de ruína.


🎭 O que me marcou

  • Alice e Eileen são, para mim, complementares.
  • É como se cada uma carregasse uma parte da Frances, de Conversas entre Amigos.
  • Agora, no entanto, o olhar é mais maduro, mais existencial.
  • Aqui não tem ninguém correndo atrás de casamento antes dos 30.
  • Não tem disputa amorosa boba, nem personagens sonsas.
  • Tem mulheres cheias de falhas, dúvidas e autoconsciência.


📚 Estilo da Rooney (e o que pode incomodar)

  • As discussões filosóficas e políticas voltaram nas longas conversas por e-mail, praxe das obras de Rooney

  • Há um viés político evidente, especialmente à esquerda, o que pode afastar leitores de outras visões.

  • A escrita não é poética, mas visual, quase cinematográfica.

  • Não há grandes acontecimentos — mas muitos silêncios que dispensam parágrafos rebuscados.

  • É uma leitura que exige disponibilidade emocional e paciência.

  • E o mais importante: não espere romance “água com açúcar”.


💬 Um livro para quem…

  • já se perguntou se o mundo ainda vale a pena

  • sente que a maturidade chega cheia de desânimo e lucidez

  • busca personagens que não vivem pra agradar

  • está pronto pra ler sobre o amor sem maquiagem


✨ Avaliação pessoal:

📚 Rooney não escreve para ser adorada. E talvez por isso, seu trabalho me ensinou muito.
Seus livros não tentam agradar. Eles somente existem — como suas personagens: intensas, reais, um pouco tristes e muito humanas.
⭐️⭐️⭐️⭐️☆

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