Destrinchando a Letra | Flowers – Miley Cyrus

Alguns poderão dizer que agosto é o mês do desgosto, mas não aqui no OCDM. Prova disso é a escolha do primeiro Destrinchando a Letra, nada menos do que um hit de Miley Cyrus, que pode muito bem servir para embalar o Dia do Solteiro, celebrado no próximo dia 15, além de nos lembrar que, às vezes, a melhor declaração de amor é saber deixar alguém ir.

 “I can buy myself flowers…”


Com esse verso, Miley Cyrus começa uma revolução de forma simples, elegante e provocativa. “Flowers” é um manifesto embalado em batidas dançantes, mas por trás da superfície pop existe um rompimento profundo com a ideia de que o amor só vale se vier do outro.

🖤 Quando o fim é, na verdade, um começo


"We were good, we were gold / Kinda dream that can’t be sold..."

O primeiro verso parece nostálgico, quase romântico. O Eu Lírico reconhece que houve valor na relação, que ela foi boa enquanto durou. Mas logo depois vem a virada:

“Built a home and watched it burn.”

Ela viu tudo desmoronar. Não apenas o namoro, bem como a promessa de um futuro feliz ao lado do amado. Essa imagem figurativa do incêndio remete tanto ao literal quanto ao emocional, o apelo à dor que consome, mas também purifica, liberta.


🌹 O gesto romântico reinventado


“I can buy myself flowers / Write my name in the sand...”

Aqui começa o verdadeiro coração da música: ela reivindica os gestos de carinho que eram atribuídos ao outro e agora os direciona a si mesma. Comprar flores, escrever na areia, conversar, dançar… ela pode fazer tudo sozinha.

Não se trata de arrogância ou autossuficiência fria, mas de autonomia afetiva. Não depender de ninguém para ser amada. Escolher amar-se, isso é transformador.


💃 A dança como símbolo de libertação


“I can take myself dancing / And I can hold my own hand”


Essa imagem é lindíssima: a dança como expressão de vida, liberdade, prazer… e ela faz isso sozinha, feliz, inteira. Segurar a própria mão é um gesto de amor radical, íntimo, reconfortante.




🧨 Resposta ao ex? Sim, mas não só.


Muita gente sabe que “Flowers” é vista como resposta direta a “When I Was Your Man”, de Bruno Mars — canção que o ex-marido de Miley (Liam Hemsworth) teria dedicado a ela.

Bruno canta: “Should’ve bought you flowers…”
Miley responde: “I can buy myself flowers.”


No entanto, a genialidade está em não parar no ex. Miley não faz disso um bate-boca musical. Ela eleva a conversa, e a canção vira símbolo universal.
Quem nunca se doou demais e depois teve que juntar os cacos e reconstruir o próprio centro?

“I didn’t wanna leave you / I didn’t wanna lie…”
Ela termina dizendo que não queria ter ido embora. Que a saída foi dolorosa — mas necessária.
Não há ódio. Só crescimento.
“Flowers” é sobre levantar, dançar e florescer por conta própria, com doçura e força.
É sobre dizer: “eu também mereço cuidado — e não vou mais esperar isso de quem não sabe oferecer.”

E é nesse ritmo de libertação e empoderamento feminino que o Destrinchando a Letra de hoje se despede, mas nosso próximo encontro já está marcado. Até a próxima quinta-feira! 

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