O trem, o destino e a recusa: por que Mary Ventura e o Nono Reino me lembrou de mim mesma
📌 Por Mary Luz | Os Cadernos de Marisol
📚 Ficha técnica
Título: Mary Ventura e o Nono Reino
Autora: Sylvia Plath
Ano de escrita: 1952 (publicado postumamente em 2019)
Editora (em português): Biblioteca Azul / Globo Livros
Páginas: 64
Gênero: Conto literário, simbolismo, crítica social
🚂 Sinopse (sem spoilers)
Escrito por Sylvia Plath aos 20 anos e rejeitado na época, Mary Ventura e o Nono Reino é um conto breve e carregado de simbolismo. A jovem Mary embarca sozinha em um trem para um destino que não compreende — mas que todos ao redor aceitam com naturalidade.
À medida que a viagem avança, o clima vai se tornando mais sombrio, as pistas mais desconfortáveis, e a protagonista mais inquieta.
Não é um conto com reviravoltas — é um conto com pressentimentos.
E isso é muito mais poderoso.
🪞 Por que me tocou tanto?
Porque Mary Ventura não é só uma menina em um trem: ela é cada mulher que percebe, no meio do caminho, que o mundo quer empurrá-la para um destino pré-moldado.
Ela representa quem sente o desconforto da obediência, quem desconfia da suavidade das normas, quem percebe que a rota da maioria pode não ser a sua — mesmo que pareça segura.
Eu li esse conto e me vi.
Na ansiedade muda da personagem.
Na cortesia sufocante das pessoas ao redor.
No instante em que ela sabe que algo está errado, mas não consegue nomear o que.
✍️ Uma escrita delicadamente sombria
Sylvia Plath escreveu esse conto quando ainda era muito jovem, mas sua voz já era afiada. A linguagem é simples, mas cada detalhe carrega tensão.
Não espere explicações — espere sensações.
É o tipo de conto que deixa um ruído no ar, como se você também tivesse descido do trem e ainda estivesse sentindo o chão balançar.
💬 Trecho marcante (sem spoiler direto):
“Você vai se acostumar. Todos se acostumam.”
(Mas Mary não queria se acostumar.)
🌌 Por que você deveria ler
Porque é uma história curta, mas que fica com você.
Porque fala sobre escolhas, pressões e silêncios femininos.
Porque mostra que é possível dizer “não” — mesmo quando tudo ao redor diz “sim”.
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