Mary Recomenda | Só Garotos - Patti Smith

 

Hoje é dia de mais uma edição do quadro “Mary Recomenda”, aquele cantinho do blog onde compartilho uma leitura que me pegou pela mão — ou pelo estômago. E não precisa ser perfeita, nem fechada, nem “melhor livro da vida”. Basta ter me tocado de algum jeito.

O escolhido da vez é Só Garotos, de Patti Smith.

📖 Título: Só Garotos
🖋 Autora: Patti Smith
🏷 Editora / Ano: Companhia das Letras / 2010
📚 Gênero: Memórias / Biografia / Arte
📄 Páginas: 280

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✍️ Por que esse livro hoje?

Comecei essa leitura num momento de desalento, daqueles em que tudo parece empacar. É difícil criar quando o mundo desanda, quando a rotina sufoca e quando a cabeça vira um bloco de Post-its colados com palavras de cobrança.

Mas Só Garotos tem uma coisa bonita: não romantiza o sofrimento, mas também não o esconde. Patti escreve sobre fome, frio, amor não correspondido, e sobre encontrar beleza nos dias em que não se tem quase nada. E isso… me deu fôlego.

É o tipo de livro que diz: “Não precisa estar tudo pronto. Apenas continue.”

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🌿 Um pequeno trecho

"Era o verão em que morremos muitas vezes. Era o verão em que voltamos para casa."
— Patti Smith

A frase acima me pegou como um abraço num dia cinza. Às vezes a gente morre e renasce mais de uma vez no mesmo mês, na mesma semana. E tudo bem.

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💭 Considerações da Mary

Essa leitura me lembrou que quem escreve também sangra. Que a arte, às vezes, vem de um lugar solitário, mas ainda assim pulsa. É uma carta de amor à juventude, ao fazer artístico, àquilo que não é domesticado. Patti fala do Robert com ternura, e fala de si com uma franqueza sem vaidade. Não é uma autobiografia cheia de respostas — é um diário de quem andou com os pés descalços pela cidade e pela alma.

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📌 Para quem esse livro pode fazer sentido?

— Para quem ama arte, fotografia e poesia
— Para quem já teve que escolher entre comer e criar
— Para quem sente que está sempre um passo atrás, mas não desiste
— Para quem não teve apoio nenhum, mas mesmo assim teimou em continuar

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O Mary Recomenda de hoje fica por aqui. E se você também está lendo algo que te salvou do colapso ou apenas te abraçou sem prometer curar nada, me conta. A gente se encontra por entre as páginas.