Editorial WNBM - Saber perder.
Mary Entrevista - Garota dos Sonhos
MaryPrincess88 nunca desista dos seus sonhos!
Comunicado importante... ou não...
A desculpa é a falta de tempo, tão bem articulada. É sempre ela, a correria, tão danada que consome todos os minutos e serve para argumentar o tal sumiço que, por mim, já era aguardado. Vocês têm tempo; não têm vontade. Não estou esfregando a verdade no rosto de ninguém, apenas concluindo o meu raciocínio. Pensei, finalmente, haver encontrado leitores que gostavam de verdade do meu trabalho, que se deliciavam com a minha técnica, com a minha narrativa, mas, ao invés disso, percebo a desatenção, a falta de percepção, o completo descaso. Ofereço todos os modos de entrar em contato, divulgo o endereço, faço tudo que está ao alcance, conforme os limites impostos. No entanto, o desgaste emocional compete justamente com a comoção nacional pela lesão do craque.
A idolatria cega a todos. Ninguém percebeu que falta pouco para o Mundial acabar e que, a partir do dia 14, a rotina volta a ser como era antes de meados de junho. Sei que a maioria sentirá falta dos feriados no meio da semana, do expediente pela metade, da cervejada, do churrasco, das cornetadas, de vestir a camisa verde e amarela. É bem capaz que alguém vá perder o jogo para “ler”. Ninguém, né? Ou pelo menos ninguém que eu conheça.
Sou jovem, também vim de origem humilde, nunca tive nada de mão beijada, também tenho tantos sonhos — alguns deles, porém, inviáveis; outros, bem difíceis de se realizar. Eu não sou jogadora de futebol, não sou namorada de craque, não canto funk, não sou periguete; sou apenas uma escritora lutando pelo meu espaço. Alguém que não tem contato com editoras, que já foi plagiada, atacada, maltratada, ignorada. Já ouvi várias vezes que “escritor só é reconhecido depois da morte”, que “o brasileiro não tem paciência de ler textos”. Nenhuma equipe de reportagem se interessou pela minha história de vida, nem pelo meu sofrimento. Minhas lágrimas não estamparam manchetes de jornais, meu talento não é aclamado com a mudança de entonação do âncora do jornal. Eu não tenho fãs rezando por mim na porta da minha casa. Sou apenas uma garota que escreve num blog para fantasmas.
Deus me presenteou com um dom que serve para tocar corações, para me comunicar com outras almas e ajudá-las a enxergar que a vida vai além de ter um namorado, ficar com o menino mais bonito da escola ou faculdade, além de se torturar devido aos padrões de beleza. Tentei mostrar-lhes um mundo novo, diferente, descrito sob o meu olhar. Juro que tentei, dei o meu melhor, quis fazer humor sem ofender, falar de amor sem ser melosa, quis ser a diferença que tanto espero ver no mundo — e não vejo, porque já pensei que algumas pessoas eram especiais, quando na realidade não passavam de fantoches altamente manipuláveis. Tanto é que os mesmos revolucionários que cantavam palavras de ordem nas ruas no ano passado estão de mimimi nas redes sociais, chorando por quem receberá o melhor tratamento médico e voltará a jogar.
Por que o sonho dele é mais importante que o meu, que o da minha irmã, da minha vizinha, do meu amigo?
Todos somos jovens. Podemos não jogar fora do país, mas também tentamos representar bem a nossa nação. Ser patriota não é só sentar em frente à televisão e gritar “gol”, hostilizar argentino, uruguaio, colombiano. É não chutar cachorro de rua, não maltratar idosos em filas, não discriminar as pessoas com deficiência, os negros, os nordestinos. É não aceitar propina, não jogar lixo na rua, não estudar ou trabalhar “de qualquer jeito”. É respeitar, mas quem se importa com regras?
Não quero acreditar que devo abandonar o sonho que me mantém viva porque ele não vai se realizar. Por mim, ninguém irá chorar. Repito: sou uma reles mortal. Não estou no padrão de beleza, não usufruo da fama do meu namorado porque não tenho, minhas palavras são totalmente dispensáveis.
Não me venham com hipocrisia, dizendo que não tenho empatia. Não tem nada a ver uma coisa com outra. Lamento pelas pessoas que realmente importam na minha vida, os membros da minha família. Rezo por quem merece, por quem precisa, não por quem quer aparecer mais que Deus. Um escritor é tão digno quanto um astro do mundo da bola. Lembrem-se de que nós não somos alfabetizados por jogadores, e sim por professores. Mas quem se lembra deles?
Não justifico jamais a violência contra quem quer que seja, não desejo o mal nem de quem me deseja o pior. Simplesmente desejo luz até para as pessoas de quem não gosto (e não gostam de mim), porque desejo que essas encontrem seus caminhos e sejam tão felizes, preenchidas de tanto amor que não lhes reste tempo nem vontade de atentar contra ninguém.
Vocês podem usar o tempo da maneira que bem lhes couber, não é da minha conta. Porém, vocês assumiram o compromisso de ler. Vocês me iludiram com palavras amáveis, fizeram-me acreditar que esse sonho valia a pena. Se estavam lendo por dó, sem vontade, que nunca tivessem lido, porque, se vocês não meditam sobre a leitura, não aprendem nada. Continuam escrevendo errado e significa que não estou cumprindo minha missão. Estou falhando, e duplamente, por insistir em cativar um público que já está alienado. Me desculpem, mas é a realidade, por mais dolorosa que seja.
Sabia que a época da Copa do Mundo seria a mais difícil do ano de 2014. Festa para uns, lágrimas para outros. Eu tentava me preparar emocionalmente para a idolatria, para tudo. Mas a verdade é que, vendo tantas pessoas mentirosas e falsas nas minhas redes sociais, vou perdendo a vontade de fazer amizades. Todo mundo se diz tão diferente e simplesmente vive de copiar. Parece que ninguém pensa por conta própria, que a sinceridade incomoda. Se você não assiste ao jogo, rola, sim, aquela sensação de exclusão. Não há nada pior que se sentir assim, como se você não fizesse parte de nada, como se fosse um veneno contra a alegria. Só que não adianta nada comemorar — não temos motivos para isso. Eu, pelo menos, não.
Não vou celebrar o fim dos meus sonhos, não sou masoquista. Não, a esse ponto. Ah, já extrapolei os 140 caracteres. Todo mundo tem preguiça de ler. Então, ótimo: terça-feira tem jogo, curtam muito e idolatrem bastante o camisa 10, chorem e rezem por ele. De mim vocês não vão ouvir mais nada. Também sei que a desculpa do tempo cola bem para tudo. Vocês sempre têm um espacinho para qualquer coisa, menos para o que realmente interessa.
Editorial WNBM | Do contra, sim, senhores
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Sou apenas mais uma sonhadora cujas asas são cortadas pela realidade doentia e cruel. |
Ver tantas personalidades de plástico acentua minha descrença já forte na humanidade. As coisas vão mal. Muito mal. Decaindo. Despencando. A hipocrisia é um ácido que corrói as relações. Virou moda ser o que não é, pagar de revoltado e se contradizer em instantes. Mesmo que eu pareça grosseira e insensível na visão de alguns, prefiro ser rotulada de antipática a ser falsa e fingir.
Eu teria vergonha de dizer que estou sofrendo pelo tal jogador se nunca gostei dele. Idolatria me desanima, e não somente na Copa. Não tiro o direito dos outros de se entristecerem (os fãs, família, amigos, equipe, etc.), mas não me crucifiquem por ser diferente. Entristeço-me porque a vida me mostra que realizar sonhos nunca foi fácil. Eu também sou jovem, tenho meus próprios sonhos e luto por eles. Aguento escrever para um público que não me valoriza e não reconhece meus esforços. Ouço “não” da vida desde que me entendo por gente. Ouvi “não” dos meus pais, do amor, da minha própria carreira, e sei — por mais que doa — que nem tudo pode ser do meu jeito. E, às vezes, até gosto que não seja.
Sonho com o dia em que escritores serão realmente valorizados e entendidos, que inspirem de verdade. Que as meninas, ao lerem Simplesmente Tita, enxerguem não apenas o Adolfo, mas a luta de Tita, os obstáculos que ela enfrentou. Quero que entendam a mensagem de empoderamento que deixo clara: somos as protagonistas da nossa vida. Quero mostrar que a realidade não é um conto de fadas, que a vida não é um filme americano polarizado entre nerds e populares.
Não quero dizer às garotas que precisam mudar a aparência para agradar. Olhos castanhos não são castigo; eles têm seu brilho único. Se você enxerga o mundo, é porque Deus te abençoou com uma grande visão. Ame seus cabelos, não importa a cor ou a textura. Mude algo em você somente por você, nunca pelos outros. Você tem que se amar.
Mas quando vejo que muitas meninas não aprendem nada do que leem, continuam escrevendo errado e se autodepreciando, me sinto incapaz. Tenho vontade de parar de escrever. Só que, se eu parar, vou morrer de tristeza, porque é a única coisa que sei (ou acho que sei) fazer direito. É triste, em dia de jogo, ninguém ler minhas histórias, enquanto todo mundo é manipulado pelo televisor. O Facebook vira um espetáculo de idolatria.
Não é que eu não tenha compaixão. Tenho, sim, porém, por quem merece: minha família. Meu pai, minha mãe, minha irmã. Por aqueles que não me abandonam em nenhum momento. É por eles que devo orar e agradecer diariamente, não por um jogador que nem sabe meu nome, que trata mulheres como objetos, que quer aparecer mais que Deus e nem é nada disso.
Desculpem, eu não sou como todo mundo. Sou sincera demais. Nem todos gostam disso, mas não sei ser falsa, fingir que sou algo que não sou, bajular para parecer legal. Minha opinião diverge da maioria. E, sinceramente, choro pelo mundo… Porque ele vai mal. Muito mal. E eu também vou mal, porque sou apenas mais uma sonhadora cujas asas são cortadas pela realidade doentia e cruel. Mas tudo bem. O Brasil será Hexa.
Curitiba, 4 de julho de 2014.
Tweets da diva (PuPPy LoVe)
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Nada a acrescentar. |
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Nem imagino como deve ser um bad day. |
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Nem quero saber como deve ser a diva na TPM. #credoemcruz |
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Modéstia é a maior virtude dessa diva... sqñ! |
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Meirelles não foi convocado pra ser camisa 10, Betinho sim. Cobrir a copa dá o status que a diva quer e não vive sem. |
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RIP Mãe Dinah. |
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Vou aplicar essas dicas no próximo Natal. |
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Xunxo é gastar uma nota num presente bacana e receber em troca uma tranqueira inútil, pô. Eu sou minha melhor amiga e conheço o meu gosto... |
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Cuidado, garoto. Eu sou perigosa! |
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Se acordar com o pé esquerdo, dê 3 pulinhos com o pé direito que quebra a zica. |
1000 cartas de amor | Tudo parte da vontade — por que o amor não?
Vê quão linda é essa flor? Sim, ela é.
Ela deixa este jardim com um toque especial, uma cor diferente que eu nem sei descrever exatamente, porque sou um desastre com descrições minuciosas. O fato é que você não pode arrancá-la e esperar que nasça um botão igual no seu triste e apático jardim. Ela precisa desabrochar. Se você interromper seu ciclo de crescimento, ela murchará e morrerá — e nunca mais você verá outra igual.
Já vi alguma analogia parecida, mas quis colocar um pingo da minha personalidade nessa observação. Isso é importante.
Essa linda florzinha, que enche seus olhos de esperança e ternura, quer perfumar este jardim. Não quer ser tirada do canteiro onde se sente bem. Se você a puxar com força, irá machucá-la. E o coraçãozinho dela ficará cheio de tristeza. Não seja egoísta. Cuide do seu jardim. Existem outras flores lindas para você admirar.
Pode parecer uma passagem um pouco boba para aqueles “concretos demais”, mas quis chamar atenção para a falta de empatia de quem pensa ser superior a ponto de determinar sentimentos — chegando ao extremo de obrigar alguém a amar. Isso não tem o menor cabimento!
Amor a gente não pede. Tem que partir da vontade. E se, por algum motivo, essa vontade não existe — seja falta de química, ou o que for —, por mais doloroso que seja, creio que é melhor deixar alguém ser feliz do que cruzar os braços e trotar feito criança mimada em frente à prateleira de brinquedos.
Chantagens só escancaram a sua falta de caráter, o egoísmo bem articulado de quem se sente bem, anulando a personalidade alheia.
Possessão e amor são duas palavras que não rimam. E rimam menos ainda se você parar para pensar que o amor é livre, espontâneo. A entrega flui naturalmente, muito mais bonita — como deixar uma flor crescer ao seu ritmo, sem a podar, sem se sentir ameaçada com o perfume que exala da pureza do bem-querer.
Não sou craque em amor. Mas gosto da liberdade. E nunca vou apreciar a ideia de viver numa gaiola, amargando culpas por alguém mal resolvido, que me vê feito um troféu — que coisifica a minha existência para se sentir superior. Porque esse narcisismo instigante não passa de recalque. Isso mesmo: recalque! Pode anotar como quiser.
É recalque de quem precisa berrar para ser notado. De quem não tem planos concretos. De quem vive mentindo até se perder nas próprias fantasias. Alguém que ama uma imagem idealizada, uma projeção… e pensa que essa projeção sou eu. Mas eu não sou. Não quero ser. Tampouco quero sentir remorso por não ser aquilo que você quer. Sabe por quê?
Porque bem antes de te conhecer, eu já era a mulher da minha vida.
Nunca te devo satisfações dos meus passos. Porque pessoas como você não merecem que eu perca tempo dizendo como foi ou deixou de ser meu dia. Você nunca saberá tudo sobre mim, porque ninguém se conhece totalmente. Sou um oceano de segredos. Me descubro a cada metamorfose. Sou aquele espaço em branco que vai se preenchendo com pequenas epifanias.
Quando você ama, não vê apenas os seus interesses. Porque tem outra vida em jogo. O amor é compromisso maduro. Você tem que gostar de alguém como ele é — com todos os defeitos. Porque eu também tenho os meus. Ninguém é 100% perfeito.
O perfeccionismo pode até priorizar a disciplina, mas também é o ingrediente exato para a frustração — na trilha de metas inatingíveis.
Queria ter tido uma conversa franca comigo mesma há três anos, quando eu ainda era menina, ingênua, cheia de aspirações amorosas. Deixei-me levar por influências, pelas pressões, pela curiosidade de ser amada. Queria não me sentir inferior às outras moças da minha idade, que já tinham relacionamentos sérios.
O arrependimento não apaga o aprendizado — nem as marcas de dor que ficaram no meu peito. Elas me regem até hoje. Nunca mais deixei ninguém se aproximar. Tenho medo. Não confio por inteiro. Mentiras… sempre elas. Todo mundo parece legal no começo. Mas o amor não se constrói nas inverdades.
É preciso ser real. E, dentre todos os desafios, esse é o que mais assombra: a entrega.
Tem que ser por inteiro. Num consenso bonito, quando ambos querem ser abrigo um para o outro. Um complemento. Um prazer singular na presença do outro. E embora eu ainda seja uma iniciante, afirmo com o coração aberto: vejo muitos casais se unindo por desespero. Porque a sociedade — ou alguns idiotas — impõem que alguém virgem depois dos 25 anos é um aborto da natureza. Um ser sem valor. Uma aberração.
Essas cobranças se agigantam, nos amedrontam. Existe pressão para sermos perfeitos: fisicamente, no trabalho, nos estudos, no amor, na cama. E quem não se encaixa nesse estereótipo, como fica? Não há autoestima que aguente.
A verdade é uma só: a insatisfação lucra. Absurdamente. Esse vazio interior é explorado por horas de academia, cosméticos milagrosos, vícios — jogos, bebidas, cigarros, até drogas.
Estamos todos em busca de equilíbrio. Queremos ser amados. Mas quando estamos em crise, esquecemos de racionalizar que alguns desses sacrifícios são desumanos.
Trabalhar é ótimo. Garante luxos, amizades, tratamentos médicos… Mas não compra a plenitude. Não compra o silêncio de uma tarde tranquila.
Você pode até dizer que ama alguém, que encontrou sua cara-metade. Contudo, no fundo, sabe que não vê tanto futuro. É tudo muito breve. Muito previsível. Juram pelo eterno. Se tatuam. Terminam. Trocam farpas. Tudo se anula.
Depois, dizem que eu não sei nada da vida porque nunca namorei. E prefiro continuar assim, se for para tudo ser falso, retocado, ilusório.
Já caí na imbecilidade de tentar agradar os outros. Perdi-me de mim. Meus passos foram apagados. Quis ser o que não era. Reneguei meu “eu” por achar que era pouco, que não bastava.
Hoje, trocaria tudo para voltar a ser livre dessas feridas. Com o coração puro. Sem ter conhecido quem me fez sofrer.
Eu era uma flor solitária, porém plena. Queria estar naquele outro canteiro, onde cravos e begônias festejavam — achava serem felizes.
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