Mary Recomenda | A Rosa da Meia Noite - Lucinda Riley


A última sexta-feira do mês chegou e com ela o Mary Recomenda também.

A indicação de hoje talvez não reflita exatamente quem sou hoje, mas decidi resgatar a leitura de uma obra que desejei por tanto tempo e não quis ler online, sabia ser uma história para guardar com alma.

Esta resenha especial, escrita com o mesmo carinho com que li este livro, presta um tributo a uma grande autora que infelizmente perdeu a luta contra o câncer, mas nos presenteou com um legado inesquecível… Lucinda Riley. 

O mundo perdeu uma autora rara, que conseguia dosar romantismo, história e criar personagens especiais, alguns adoráveis, outros nem tanto… e sempre que a saudade bater, os livros estarão à nossa espera, então, sim, Lucinda vive.

28 de agosto | Dia Nacional do Voluntariado

 


📚 Os Cadernos de Marisol

💙 O voluntariado não é só um gesto de ajuda. É uma forma de transformar vidas, inclusive a própria.

Mary Recomenda | 🐶 10 livros sobre cachorros para emocionar, acolher e transformar (Especial Dia Mundial do Cachorro)



Indicar livros é tudo de bom. Ler é uma atividade capaz de transformar vidas, acolher em momentos difíceis, questionar certezas, nos inspirar a ser melhores e, sim, fazer a gente chorar igual criança. Sou suspeita para falar sobre o tema porque tenho um fraco por histórias de cachorros. Eles estão entre os maiores companheiros da humanidade, e seus olhinhos fiéis costumam nos ensinar mais sobre amor do que muitos humanos por aí.

Ainda em comemoração ao Dia Mundial do Cachorro, preparei uma lista com 10 leituras que envolvem cães de formas comoventes, poéticas, espirituosas e, muitas vezes, devastadoras (no bom sentido literário). Se você ama livros que tratam nossos amigos de quatro patas como protagonistas de grandes jornadas, se aconchegue por aqui.🐾

🌘 Lua Negra – Reflexões sobre o invisível

 

🌘 Lua Negra – Reflexões sobre o invisível

O que acontece quando até a Lua se esconde?

“Nem tudo que está no escuro está perdido. Às vezes, só está germinando.”

Enquanto a Lua Nova do dia 23 de agosto foi registrada nos calendários como Lua Negra, o céu permaneceu escuro, sem espetáculo visível — mas cheio de significados.
A Lua Negra não aparece. Ela não brilha. Não é fotografada nem celebrada com euforia.
E, talvez por isso mesmo, seja uma das fases mais simbólicas para quem acredita em ciclos, recomeços e silêncios férteis.


🌑 O que a Lua Negra representa espiritualmente?

A Lua Negra é como um ponto zero emocional. Um espaço de transição, introspecção e cura.
Enquanto a Lua Cheia representa o ápice, a abundância e a clareza, a Lua Negra convida ao encerramento, ao esvaziamento e ao reinício profundo — como uma limpeza da alma.

É o momento ideal para:

  • Encerrar padrões que já não servem mais;

  • Silenciar estímulos e reconectar com o próprio centro;

  • Escrever, meditar, dormir mais, ouvir menos barulho externo;

  • Permitir-se pausar sem culpa.


🖤 Invisível… como muita coisa na vida

A Lua Negra é invisível — mas real.
Assim como o luto silencioso. A ansiedade abafada. As batalhas internas que ninguém vê.
A Lua Negra simboliza tudo aquilo que está acontecendo dentro da gente, mesmo quando o mundo não percebe.

Ela nos lembra que não é preciso estar em evidência o tempo todo. Que é legítimo recolher-se. E que há beleza, sim, nos momentos escuros — porque é neles que a semente cria raiz.


✍️ Dos Cadernos de Marisol:

“Quando a Lua se apaga, não é o fim. É só o momento em que ela volta pra si. E nós também precisamos disso — de recolhimento, de silêncio e de tempo pra florescer longe dos holofotes.”


Sugestão de ritual simples para a Lua Negra 🌑

(Só se fizer sentido pra você)

  • Escreva tudo o que deseja deixar para trás.

  • Queime ou rasgue o papel com cuidado e intenção.

  • Em outro papel, escreva uma única palavra que represente o que você quer atrair quando o ciclo recomeçar.

  • Guarde esse papel em um local seguro ou de valor afetivo.

Mary Recomenda | Mary Ventura e o Nono Reino — Sylvia Plath



O trem, o destino e a recusa: por que Mary Ventura e o Nono Reino me lembrou de mim mesma
📌 Por Mary Luz | Os Cadernos de Marisol


📚 Ficha técnica

Título: Mary Ventura e o Nono Reino
Autora: Sylvia Plath
Ano de escrita: 1952 (publicado postumamente em 2019)
Editora (em português): Biblioteca Azul / Globo Livros
Páginas: 64
Gênero: Conto literário, simbolismo, crítica social

🚂 Sinopse (sem spoilers)

Escrito por Sylvia Plath aos 20 anos e rejeitado na época, Mary Ventura e o Nono Reino é um conto breve e carregado de simbolismo. A jovem Mary embarca sozinha em um trem para um destino que não compreende — mas que todos ao redor aceitam com naturalidade.

À medida que a viagem avança, o clima vai se tornando mais sombrio, as pistas mais desconfortáveis, e a protagonista mais inquieta.

Não é um conto com reviravoltas — é um conto com pressentimentos.
E isso é muito mais poderoso.


🪞 Por que me tocou tanto?

Porque Mary Ventura não é só uma menina em um trem: ela é cada mulher que percebe, no meio do caminho, que o mundo quer empurrá-la para um destino pré-moldado.

Ela representa quem sente o desconforto da obediência, quem desconfia da suavidade das normas, quem percebe que a rota da maioria pode não ser a sua — mesmo que pareça segura.

Eu li esse conto e me vi.

Na ansiedade muda da personagem.
Na cortesia sufocante das pessoas ao redor.
No instante em que ela sabe que algo está errado, mas não consegue nomear o que.

✍️ Uma escrita delicadamente sombria

Sylvia Plath escreveu esse conto quando ainda era muito jovem, mas sua voz já era afiada. A linguagem é simples, mas cada detalhe carrega tensão.

Não espere explicações — espere sensações.
É o tipo de conto que deixa um ruído no ar, como se você também tivesse descido do trem e ainda estivesse sentindo o chão balançar.

💬 Trecho marcante (sem spoiler direto):

“Você vai se acostumar. Todos se acostumam.”

(Mas Mary não queria se acostumar.)

🌌 Por que você deveria ler

Porque é uma história curta, mas que fica com você.
Porque fala sobre escolhas, pressões e silêncios femininos.
Porque mostra que é possível dizer “não” — mesmo quando tudo ao redor diz “sim”.


22 de agosto | Dia do Folclore 🗣️

 


📚 Os Cadernos de Marisol

🌿 Saci, Iara, Boitatá. Cavalo voador de papel crepom. Feira de ciências com vatapá e cartolina. E um Brasil inteiro tentando caber em uma sala de aula.

20 anos do Furacão Katrina: lições do passado e o futuro dos furacões 🌪️

 

📚 Os Cadernos de Marisol

🌪️ O legado do Furacão Katrina: 20 anos depois

20 anos, o Furacão Katrina devastou partes de Nova Orleans e outras áreas dos Estados Unidos, deixando um rastro de destruição e tristeza. Foi um dos furacões mais mortais e destrutivos da história recente, matando mais de 1.800 pessoas e causando danos que somam bilhões de dólares. O evento chocou o mundo, mas também expôs as deficiências no planejamento de emergência e a vulnerabilidade das comunidades litorâneas frente a fenômenos naturais.


Como o Furacão Katrina Mudou a História:

O Katrina foi mais do que uma tragédia natural; foi um marco que trouxe lições importantes sobre a preparação e resposta a desastres:

  1. Impacto das Mudanças Climáticas: O Katrina foi, e continua sendo, um lembrete de como fenômenos climáticos extremos podem ser exacerbados pelas mudanças climáticas. O aumento da temperatura dos oceanos contribuiu para o fortalecimento do furacão, tornando-o mais intenso.

  2. Vulnerabilidade das Comunidades Pobres: O furacão atingiu com mais força as comunidades de baixa renda e minorias, evidenciando desigualdades socioeconômicas que se tornam ainda mais visíveis em momentos de crise.

  3. Desafios na Recuperação: A recuperação de Nova Orleans e outras áreas afetadas pelo Katrina foi demorada e difícil, e muitas comunidades nunca se recuperaram completamente. O evento expôs a falta de infraestrutura e a inadequação dos planos de emergência.


O Legado do Furacão Katrina:

  • Mudança no Planejamento de Desastres: O Katrina reformulou a forma como os EUA lidam com desastres naturais. Planos de evacuação, refúgios temporários e prevenção se tornaram prioridades, embora ainda haja muitas lições a serem aprendidas.

  • Furacões e Mudanças Climáticas: Após o Katrina, houve um aumento nas pesquisas sobre a relação entre furacões e mudanças climáticas. A ciência do clima tem mostrado que os fenômenos climáticos extremos serão mais frequentes e intensos à medida que as temperaturas globais aumentam.


🌍 O Futuro das Tempestades e Furacões
A experiência do Katrina ainda ressoa fortemente, especialmente à medida que o mundo lida com as consequências das mudanças climáticas. Para nós, no Brasil, o aumento do calor nas águas do Atlântico Sul pode eventualmente trazer consequências similares no futuro.

Com o aquecimento global, o Brasil, especialmente sua região Nordeste e Costa Norte, pode começar a experimentar fenômenos semelhantes aos que ocorreram com o Katrina, como ciclones e tempestades mais intensas.


Reflexão sobre o Futuro:

Enquanto celebramos as lições que o Furacão Katrina nos deixou, devemos também nos preparar para o futuro. Mudanças climáticas podem criar novos desafios para países e regiões que hoje não enfrentam furacões com a mesma intensidade que o Hemisfério Norte. Conscientização, prevenção e adaptação se tornam palavras-chave.


📌 Com sabedoria e reflexão, dos Cadernos de Marisol.


19 de agosto | Dia Mundial da Fotografia

Uma invenção que congelou o tempo e guardou memórias

Muito antes de existir qualquer botão de “clicar”, a humanidade já sentia necessidade de eternizar o que via. Os registros mais antigos que conhecemos são as pinturas rupestres — cenas de caça, mãos humanas, animais imponentes desenhados com pigmentos naturais nas paredes das cavernas. Era uma forma de comunicação, sim. Mas também era uma forma de preservar. Guardar para alguém ver depois. Registrar para que a memória não se apagasse.

1000 cartas de amor | Eu não tenho muito... mas te dou tudo

O amor, para mim, nunca foi sobre abundância. Nunca foi sobre sobrar.

Foi sobre dividir o que falta.
Sobre oferecer o que restou depois que o mundo arrancou os pedaços.
Sobre chegar com o peito aberto e dizer: “eu sei que não é muito, mas é real.”

Quando a caneta descansa

 


Chega a hora de crescer.
Ampliar o campo de visão.
Chega a hora de ser mulher, não me esconder mais da vida nem de ninguém.
Não tem motivo.
Estou aqui para fazer a diferença e não para observar.

17 de agosto | Dia do Pão de Queijo

O quitute mineiro que virou patrimônio afetivo do Brasil

Poucas delícias brasileiras carregam tanto afeto e identidade quanto o pão de queijo. Crocante por fora, macio por dentro e impossível de comer um só. No dia 17 de agosto, celebramos oficialmente o Dia do Pão de Queijo, um momento perfeito para revisitar a origem, os sabores e o carinho por trás dessa iguaria que ultrapassou fronteiras.

🧀 Como surgiu o pão de queijo?

O pão de queijo tem suas raízes no século XVIII, em Minas Gerais, quando as cozinheiras das fazendas adaptavam receitas portuguesas com os ingredientes que tinham à disposição. Como a farinha de trigo era rara, usava-se o polvilho extraído da mandioca — abundante na região. E como o queijo curado de leite cru era comum nas fazendas, ele virou o ingrediente central.

Inicialmente, a receita levava apenas polvilho, ovos, leite e gordura (geralmente banha de porco). O queijo era acrescentado aos poucos, ao gosto e fartura de cada família. Era um alimento simples, nutritivo e de fácil preparo — ideal para acompanhar o café fresco da manhã ou da tarde.

🧂 Patrimônio cultural e afetivo

Apesar de sua origem mineira, o pão de queijo conquistou o país inteiro. De quitanda artesanal a estrela de cafeterias modernas, ele atravessou gerações, mesas e cidades. Hoje, há variações com recheios doces, versões veganas, sem lactose e até pão de queijo gigante recheado com pernil ou goiabada.

Ele é um símbolo de aconchego, reunião, infância, interior, risada, colo de vó, casa com cheiro de forno ligado. Um pedacinho de memória afetiva que cabe na palma da mão.

🧾 Curiosidades

O pão de queijo não leva fermento químico — o crescimento se dá graças ao amido presente no polvilho.

Existem dois tipos principais de polvilho: doce e azedo. A escolha muda a textura final: o polvilho azedo dá mais crocância e aquele "estalinho" por fora.

Em algumas regiões, como no Centro-Oeste, ele também é chamado de “chipá”, especialmente nas fronteiras com o Paraguai e a Argentina.

O pão de queijo é exportado para mais de 30 países, sendo muito apreciado em países como Japão, Estados Unidos e Portugal.


🖤 E pra você, o que o pão de queijo representa?

Comenta aqui: sua primeira lembrança com pão de queijo foi onde? No colo da mãe? Na lancheira da escola? Num café coado com conversa boa?

Mary Recomenda | Só Garotos - Patti Smith

 

Hoje é dia de mais uma edição do quadro “Mary Recomenda”, aquele cantinho do blog onde compartilho uma leitura que me pegou pela mão — ou pelo estômago. E não precisa ser perfeita, nem fechada, nem “melhor livro da vida”. Basta ter me tocado de algum jeito.
O escolhido da vez é Só Garotos, de Patti Smith.

12 de Agosto | Dia Internacional da Juventude

 


📚 Os Cadernos de Marisol

🌍 A juventude é chamada de o futuro, mas vive sendo esquecida no presente.

O Dia Internacional da Juventude, criado pela ONU em 1999, pretende destacar os desafios enfrentados por jovens ao redor do mundo e garantir que seus direitos, vozes e sonhos não sejam ignorados. Em vez de escuta, o que muita juventude encontra é cobrança. Silenciamento. Romantização da força. Invisibilidade.


🪞 Ser jovem é ser chamado de rebelde, enquanto carrega o mundo nas costas.
Quantos jovens estudam de dia, trabalham à noite e ainda escutam que “não querem nada com a vida”?
Quantas meninas são mães antes de poderem ser adolescentes?
Quantos jovens periféricos têm o futuro negado antes mesmo de terem escolha?
Quantos LGBTQIAPN+ ouvem que precisam “amadurecer” só por existirem de forma diferente?

💭 Ser jovem é sonhar alto, mas viver espremido entre boletos, julgamentos e crises existenciais que ninguém leva a sério.


🔊 Juventude é potência. Mas também é cansaço.
É vontade de mudar o mundo e medo de não conseguir pagar o ônibus amanhã.
É ansiedade disfarçada de hiperatividade.
É autoestima moldada por redes sociais que cobram perfeição e engajamento.
É grito entalado em gargalhadas.
É revolta justa sendo lida como drama.


🎧 Se você ainda é jovem — ou se já foi e se esqueceu de como era — lembre-se:
A juventude precisa de espaço, voz, suporte e tempo para errar sem ser condenada por isso.

📌 Com escuta e esperança, dos Cadernos de Marisol.

🌕 Sturgeon Moon: A Lua do Esturjão e os mergulhos profundos da alma

🌕 Sturgeon Moon: A Lua do Esturjão e os mergulhos profundos da alma

🗓️ 9 de agosto de 2025
✍️ Por Mary Luz | Os Cadernos de Marisol

No céu de agosto, brilhará a Sturgeon Moon, ou Lua do Esturjão, com sua energia ancestral e profunda.
Seu nome pode soar estranho à primeira vista, mas carrega em si a força dos grandes lagos e das criaturas que habitam o fundo das águas — onde também se escondem nossas verdades mais íntimas.

🐟 Por que se chama Lua do Esturjão?

O nome vem dos nativos norte-americanos, que observaram que, em agosto, os grandes esturjões (um peixe antigo, símbolo de resistência e sabedoria) eram mais facilmente pescados nos lagos da América do Norte.

Assim, essa lua cheia passou a representar abundância, persistência e sobrevivência — uma fase de mergulho profundo em nós mesmos, para pescar o que há de mais verdadeiro sob a superfície.

🌕 Quando acontece a Sturgeon Moon em 2025?

A Lua do Esturjão vai atingir seu auge na noite de 9 de agosto de 2025.

Ela deve aparecer cheia e majestosa já no entardecer, e promete um brilho forte — especialmente em noites frias e limpas. Pode ganhar tons azulados ou prateados conforme sobe no céu, refletindo bem o simbolismo das águas profundas.

O que essa lua representa?

A Sturgeon Moon nos convida a:

Conectar com o que há de mais antigo em nós;
Revisar promessas não cumpridas;
Acessar memórias que estavam guardadas;
Deixar o ego de lado e ouvir a intuição.

É uma lua que fala sobre resiliência e verdade interior, mesmo quando tudo parece calmo por fora. Ela nos lembra que o lago quieto esconde movimento intenso em seu fundo.

🕯️ Como aproveitar esse momento?

Sugestões simples:

Escreva sobre um segredo que você nunca contou a ninguém;
Tome um banho de sal grosso e lavanda;
Medite ouvindo sons de água, maresia ou chuva;
Use a energia da noite para liberar emoções represadas.


📆 Recapitulando:

Data: 9 de agosto de 2025
Nome simbólico: Sturgeon Moon / Lua do Esturjão
Origem: povos indígenas norte-americanos
Significado: introspecção, resiliência, mergulho interior
Visual: prateada, com tons frios; cheia e simbólica

Aproveite para olhar o céu e fazer seus registros especiais desta magnífica lua. 

9 de agosto | Dia Internacional dos Povos Indígenas

 

📚 Os Cadernos de Marisol

🌱 Eles estavam aqui antes de tudo. E seguem aqui — apesar de tudo.

O Dia Internacional dos Povos Indígenas foi criado em 1994 pela ONU, em homenagem à primeira sessão do Grupo de Trabalho sobre Populações Indígenas, ocorrida em 1982. Desde então, essa data tem sido um chamado global à resistência, visibilidade e justiça histórica.

No Brasil, falar sobre povos indígenas não é falar de passado. É falar de vida presente, de luta atual, de terra, de direito e de dignidade negada diariamente.


🛑 O Brasil ainda tenta apagar os povos que ajudaram a fundá-lo.

  • São mais de 300 povos indígenas no país, com cerca de 180 línguas vivas.

  • Muitos vivem sob ameaça de grileiros, garimpeiros ilegais, desmatamento e ataques armados.

  • A demarcação de terras é constantemente ignorada, judicializada ou sabotada.

  • E a invisibilização segue: nos livros didáticos, nas novelas, na política, no dia a dia.


🎙️ Ser indígena não é fantasia. É identidade.
Não cabe no cocar de papel da escola, nem no “índio genérico” das campanhas publicitárias.
Ser indígena é carregar uma herança milenar de saberes, espiritualidade, respeito à natureza e resistência cultural.

🌿 Eles conhecem o Brasil que o Brasil nega: o que vive na floresta, no rio, no barro, no silêncio do tempo.


📌 Se hoje você tem remédios feitos de plantas, comida sem veneno, palavras como pipoca, abacaxi, tatu, jabuti… agradeça. Alguém um dia resistiu para que esse saber não fosse esquecido.

📌 Com respeito e escuta, dos Cadernos de Marisol.


Mary Recomenda | O analista de Bagé - Luís Fernando Veríssimo


Mary Recomenda – O Analista de Bagé
Porque rir da vida também é um ato de inteligência

Se você acha que toda literatura precisa ser séria, refinada e “correta” em cada vírgula... talvez esteja perdendo uma das maiores delícias da sátira brasileira.

Hoje eu venho recomendar um livro que o Skoob vive julgando com a régua torta do puritanismo literário: O Analista de Bagé, do genial Luis Fernando Verissimo. E sim, eu já aviso de cara: ele é politicamente incorreto. O personagem é grosso, direto, espalhafatoso — um gaúcho típico do estereótipo, que mistura mate, Freud e uns bons coices verbais.

Mas antes de torcer o nariz, entenda: isso é justamente o ponto.


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Uma sátira bem dada, com chimarrão e tapa na cara

O Analista de Bagé é uma criação cômica que zomba, e não exalta, o machismo, a ignorância e o jeitão “sou macho, não preciso de terapia”. Ele é o tipo que encara os traumas de infância com frases como “teu problema é falta de surra” e acredita que uma conversa de cinco minutos resolve qualquer neurose — com uma dose de sinceridade bruta e, às vezes, um palavrão bem encaixado.

Verissimo fez desse personagem uma crítica bem-humorada à forma como parte da sociedade encara a psicanálise, a masculinidade e os afetos. O personagem existe para nos fazer rir do absurdo — e refletir depois, se for o caso.


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Por que tem gente que odeia?

Nos tempos de hoje, onde tudo vira pauta de cancelamento sem contexto, O Analista de Bagé virou alvo fácil. Muita gente lê esperando um manual de boas práticas. Mas esse livro não é um manual — é um espelho rachado, uma lente de aumento no exagero que habita o senso comum.

A função da sátira é justamente incomodar quem não quer pensar. E incomodar com bom humor é uma arte. Luis Fernando Verissimo faz isso como poucos.


Por que eu recomendo?

Porque rir com inteligência é necessário.
Porque rir de si mesmo é libertador.
Porque o texto é afiado, divertido e absurdamente atual, mesmo sendo datado.
Porque o personagem é tão caricato que quase parece real (e às vezes... é).
Porque se você ler com o filtro certo — o do bom senso — vai entender que essa caricatura é um convite à crítica, não uma apologia ao que está sendo retratado.



Mary Recomenda: O Analista de Bagé, para quem não tem medo de rir com o cérebro ligado.

Destrinchando a Letra | Flowers – Miley Cyrus

Alguns poderão dizer que agosto é o mês do desgosto, mas não aqui no OCDM. Prova disso é a escolha do primeiro Destrinchando a Letra, nada menos do que um hit de Miley Cyrus, que pode muito bem servir para embalar o Dia do Solteiro, celebrado no próximo dia 15, além de nos lembrar que, às vezes, a melhor declaração de amor é saber deixar alguém ir.

6 de Agosto | Dia Nacional dos Profissionais da Educação 🍎📚

 

📚 Os Cadernos de Marisol

🍎 Nem toda educadora está no quadro de honra. Mas muitas são a única luz de uma infância inteira.

O Dia Nacional dos Profissionais da Educação foi instituído pela Lei n.º 13.054/2014, para reconhecer todas as pessoas que atuam na educação — não só os professores, mas também os inspetores, merendeiras, bibliotecárias, auxiliares, pedagogas, diretoras, intérpretes, secretários escolares… ou seja: todas as mãos que sustentam o cotidiano da escola.


📖 Educação não é só sala de aula. É rede. É bastidor. É resistência.
Enquanto o mundo aplaude o professor que “faz milagre com giz”, esquecem da moça da merenda que percebe quando um aluno só almoça na escola.
Esquecem do inspetor que defende um estudante tímido do bullying.
Da faxineira que escuta desabafos nos corredores.
Do coordenador que compra papel sulfite do próprio bolso.
Da estagiária que enfrenta turma difícil porque acredita no afeto.

👩🏽‍🏫👨🏻‍💼 São esses profissionais — quase sempre mal pagos, mal reconhecidos e sobrecarregados — que mantêm a escola viva quando o Estado abandona e a sociedade silencia.


💬 “Ah, mas eles sabiam no que estavam se metendo.”
Essa frase é a versão polida do descaso.
Como se a escolha pela educação fosse uma licença para o sofrimento, porém não é, jamais deveria ser.
Ninguém entra na escola para adoecer.
Ninguém sonha com salário defasado, com desrespeito de pais e filhos, com o medo de ser agredido no ambiente que deveria ser de transformação.


🎗️ Profissional da educação é também profissional de afeto, de contenção emocional, de escuta, de acolhimento, de mediação de conflitos.
É enfermeira informal. Psicóloga improvisada. Advogada de causas invisíveis.

📌 E por isso tudo, essa data não pode ser só mais um post decorado com maçãs e lousas.
Tem que ser grito. Tem que ser gratidão. Tem que ser memória.


Quando a força é só o que restou

para quem já não sabe mais como pedir colo, mas ainda deseja ser acolhido

— Você parece sempre tão sereno.
— É que o caos, quando dura tempo demais, ensina a disfarçar.
— Então não é paz?
— É exaustão.

🌙 Madrugada Animada: Óvnis – O Debate Inesperado 🌙 (1986)

 🌙 Madrugada Animada: Óvnis – O Debate Inesperado 🌙

(OVNIs – Os Sinais Estão Por Toda Parte 🌙

(Trilha de abertura com som de rádio sintonizando, ruídos eletrônicos e o eco de “naves espaciais” estilo sci-fi clássico.)

Noviça: "Boa madrugada, meus queridos ouvintes estelares! Hoje é um dia especial. Estamos aqui para falar sobre aqueles que podem nos observar de longe... ou talvez de muito perto. Sim, estou falando dos OVNIs, dos extraterrestres, dos sinais de que não estamos sozinhos neste vasto universo!

E, antes de qualquer dúvida, deixo claro: aqui na Malacubaca, a verdade é uma só. Alienígenas existem, e eu sou testemunha ocular – ou quase isso."

(Som de risadas e o barulho de teclas de computador ao fundo, como se a Noviça estivesse "investigando" os sinais.)

Evidências da Noviça

Noviça: "Ah, meus amores, eu sei que muitos de vocês têm dúvidas. Mas eu tenho aqui, comigo, provas irrefutáveis – ou quase isso – de que extraterrestres já nos visitaram. Vamos começar com os sinais no céu: vocês já viram uma luz tão rápida que parecia impossível ser de um avião? Já ouviram sons estranhos que pareciam vir do espaço? Pois eu já!

E não só isso: durante a última noite de lua cheia, enquanto eu olhava para as estrelas, juro que vi algo piscando em código morse. Pode ser um ET tentando se comunicar comigo, ou pode ser... bem, um vaga-lume muito talentoso. Quem sabe? Próxima evidência!"Ao meu lado, para deixar esta noite ainda mais emocionante, está ele, o enigmático Otto Espectral. Diga olá aos nossos amigos, Otto!"

Otto Espectral: (Com voz grave.) "Boa madrugada, Noviça. Boa madrugada, ouvintes. Preparem-se para mergulhar nas sombras do desconhecido. Esta noite, tentaremos separar os fatos da ficção... ou talvez perceber que ambos não são tão diferentes assim.

Noviça: "Mas hoje não vamos ficar só nas palavras enigmáticas. A linha do rádio está aberta para que vocês, ouvintes corajosos, nos liguem e compartilhem seus mistérios. Otto e eu estamos prontos para ouvir qualquer coisa... ou quase isso. Vamos lá, quem será o primeiro?"

(Som do telefone tocando. A Noviça atende com entusiasmo.)

Ouvinte: "Alô, Noviça e Otto, é verdade que sinais extraterrestres já foram captados pela rádio AM?"

Otto Espectral: (Com tom dramático.) "Ah, caro ouvinte, dizem que as frequências do rádio são como pontes entre dimensões. Há relatos de sinais inexplicáveis, vozes em idiomas desconhecidos e até mesmo mensagens que parecem ser transmitidas de outros mundos. Mas cuidado: muitas vezes, o que você ouve não é o que você quer entender."

Noviça: "E eu digo mais, querido ouvinte: se um ET ligar pra cá, eu mesma peço que ele me leve junto. Mas só se tiver ar-condicionado na nave, porque essa rádio às vezes fica quente demais."

(Som de telefone tocando. A Noviça atende com entusiasmo.)

Noviça: "Alô, querido ouvinte da madrugada! Aqui é a Noviça, diretamente da órbita da Malacubaca. Qual é o seu relato sobre OVNIs?"

Ouvinte: "Alô, Noviça, Otto, eu juro que vi um OVNI no quintal da minha casa! Era uma luz azul brilhante e fazia um som estranho, tipo 'wuuuummmm'. E aí, de repente, sumiu! O que vocês acham que era?"

Otto Espectral: (Com tom reflexivo.) "Ah, caro ouvinte, a luz azul é frequentemente associada a relatos de naves interdimensionais. É possível que o que você viu fosse um vislumbre de outra realidade, cruzando brevemente com a nossa."

Noviça: Se você vir este Objeto Voador Não Identificado nas redondezas, comunique às autoridades, muito embora elas sejam reticentes quando o assunto é vida fora da Terra, mas, em nome de toda a equipe do Madrugada Animada, me coloco à disposição para investigar este mistério.

Outro ouvinte liga com uma história ainda mais absurda.)

Ouvinte: "Acho que fui abduzido! Acordei com marcas estranhas no braço e tive um sonho muito real onde estava em uma nave. Eles estavam me mostrando diagramas estranhos, algo como planos de arquitetura... de outro planeta!"

Noviça: E o que mais aconteceu?

Ouvinte: Tenho certeza de que há vida fora da Terra.

Otto Espectral: Amigo, primeiro: o que você anda tomando antes de dormir?

Noviça: Há muitos relatos de abduções que envolvem a apresentação de símbolos ou imagens desconhecidas. É como se essas entidades quisessem nos passar mensagens que ainda não estamos prontos para entender.

Ouvinte: Eu poderia revelar, se a senhora quiser...

Noviça: Estamos à disposição.

Bem no momento em que o ouvinte começa a falar, a ligação dele cai.

Otto Espectral: Próxima ligação, por favor!

(Som de telefone tocando. A Noviça atende com entusiasmo.)

Noviça: "Alô, querido ouvinte intergaláctico! Qual o seu relato sobre OVNIs e alienígenas?"

Ouvinte: "Oi, Noviça, eu vi uma luz muito forte no céu enquanto estava voltando do trabalho. Ela estava parada por uns segundos e depois sumiu tão rápido que parecia mágica! Você acha que era um OVNI?"

Noviça: "Querido, não só acho que era um OVNI, como estou quase certa de que essa luz estava observando você. Talvez os extraterrestres estejam interessados em trabalhadores noturnos! Será que eles querem montar um sindicato intergaláctico? Eu só espero que tenham plano de saúde lá na estrela deles."

(Som de risadas ao fundo.)

Otto Espectral Dá Seu Palpite

(Otto entra no programa com sua voz grave e misteriosa.)

Otto Espectral: "Boa madrugada, Noviça. Boa madrugada, ouvintes. Devo dizer, os relatos sobre OVNIs são fascinantes. Mas há quem acredite que muitas dessas luzes são, na verdade, experimentos secretos de governos ao redor do mundo. A pergunta que devemos fazer é: estamos sendo observados por seres extraterrestres... ou pelas próprias sombras do nosso planeta?"

Noviça: "Ah, Otto, seu ceticismo me irrita... mas eu amo isso. Eu estou dizendo que eles existem e que já estão entre nós. E digo mais: tenho certeza de que o zelador da rádio, o Seu Amâncio, é um infiltrado! Ele sempre fala com aquele tom sério e nunca se impressiona com minhas histórias. ET disfarçado? Talvez!"

Encerramento

Noviça: "Meus queridos, por hoje é isso. Lembrem-se: o universo é vasto e cheio de mistérios, e eu estou aqui, a sua guia da madrugada, para trazer cada detalhe intergaláctico até vocês. E se virem algo estranho no céu, não hesitem em ligar para a Malacubaca – porque aqui, nós acreditamos... ou quase isso. Boa noite, e cuidado com os sinais!"

(Trilha de encerramento com som de luzes piscando e um eco misterioso que vai desaparecendo aos poucos.)

Mary Recomenda | Fogo Morto - José Lins do Rêgo

 

Hoje é sexta-feira e você já sabe que no OCDM tem literatura no happy hour, tem Mary Recomenda, sempre com uma sugestão de leitura para o fim de semana ou, neste caso, para o mês.

O livro de hoje dispensa longas apresentações, a típica “leitura de vestibular”, que pode afugentar muitos leitores num primeiro momento. Essa obra-prima do escritor paraibano José Lins do Rego merece um espaço especial aqui no blog porque já esteve na lista das obras indicadas para resolver as questões de literatura do vestibular da UFPR.

Minha resenha é simples e resumida. Não sou especialista em literatura, só quero deixar minhas considerações sinceras sobre um livro que me atravessou mais do que eu esperava.

Rebelde sem causa?

  

Escrito em março de 2017, este texto nasceu de reflexões profundas sobre autoconhecimento, resiliência e a luta por autenticidade em um mundo que frequentemente impõe padrões inalcançáveis. Hoje, ao revisitar essas palavras, vejo nelas não só um desabafo do passado, mas uma mensagem poderosa e atemporal para quem busca força e liberdade interior.  

Do lado de dentro do silêncio 🔇

Joaninha no fim de tarde (Reprodução/Arquivo pessoal da Mary) Toda vez que abro o rascunho é a mesma história: a folha em branco me encara, ...