Quando olhar pro céu ainda era um respiro


"O céu lilás ainda está lá. Mas há dias em que até levantar os olhos cansa."

4 de maio | Dia Internacional do Bombeiro 🚒



Uma homenagem a quem corre em direção ao perigo quando todos fogem dele

Poucas profissões simbolizam tão bem a palavra coragem quanto a de bombeiro. Em 4 de maio, o mundo inteiro para — ou deveria parar — para reconhecer esses profissionais que não hesitam diante do risco, que enfrentam o fogo, a água, os escombros e até o desconhecido para salvar vidas que, muitas vezes, nem conhecem.

Engana-se quem pensa que o trabalho do bombeiro se resume a apagar incêndios. Eles são socorristas, mergulhadores, resgatistas, protetores de animais, agentes de defesa civil e guardiões da vida. Estão nos deslizamentos, nos acidentes, nos salvamentos em altura e nas tragédias que ninguém gostaria de ver — mas que eles enfrentam com preparo e humanidade.

Editorial OCDM | O crime de envelhecer sendo mulher e boa escritora

 


“A juventude é um aplauso fácil. A maturidade, um silêncio cheio de medo.”
– fragmento retirado de um diário anônimo (ou quase)

📺 Editorial — O crime de envelhecer sendo mulher e boa escritora

Ser mulher já é, por si só, uma sentença de vigilância.

Vivemos numa sociedade que, ainda hoje, privilegia os homens — nas oportunidades, na visibilidade, no respeito automático. Dizer isso não é vitimismo: é constatação. E este manifesto não pretende alimentar ódio nem criar inimigos imaginários, mas lançar luz sobre um padrão real e persistente: o silenciamento sistemático de mulheres que não se encaixam no papel que esperam delas.

Mulheres que se recusam a ser submissas, que questionam, que ousam destoar do ideal domesticado, são rotuladas. São acusadas de loucura, de histeria, de querer chamar atenção. E, sobretudo, são excluídas do círculo onde a criação é respeitada e a voz é ouvida.

3 de maio | Dia do Pau-Brasil 🌳



Uma árvore que conta como começou o Brasil — e por que precisamos preservá-lo

O pau-brasil não é uma árvore qualquer. Ele é símbolo de nascimento e de sangramento. Em 3 de maio, celebramos o Dia Nacional do Pau-Brasil, mas talvez “celebrar” nem seja o verbo mais justo. É um dia para lembrar, refletir e reparar.

Foi com a extração do pau-brasil que começou a exploração colonial em terras brasileiras. A madeira avermelhada, valiosa para a produção de tinta na Europa, se tornou moeda de troca. O nome da árvore (e do país que surgiria ali) vem do latim brasa, devido à cor intensa de sua seiva.

A partir daí, o que era floresta virou negócio. E o que era abundância virou ausência.


🪵 O ciclo do pau-brasil: da abundância à ameaça

O pau-brasil (nome científico: Paubrasilia echinata) era encontrado em abundância na faixa litorânea da Mata Atlântica, do Rio Grande do Norte até o Rio de Janeiro. Com a chegada dos colonizadores portugueses em 1500, deu-se início ao primeiro ciclo econômico da história do Brasil — baseado na extração e exportação da madeira.

Durante quase três séculos, essa árvore foi cortada, embarcada e vendida em grandes quantidades, com mão de obra indígena explorada e territórios devastados.
Resultado? Hoje, o pau-brasil é espécie ameaçada de extinção, classificada como “vulnerável” na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Mesmo assim, ela sobrevive.
Em parques, reservas ambientais e projetos de reflorestamento, o pau-brasil resiste — como resiste a própria história viva deste país.


🌱 O que o pau-brasil ainda ensina ao Brasil?

Mais do que uma lição ecológica, o pau-brasil oferece uma lição de memória.

A árvore que batizou o país é também o símbolo da colonização predatória, da mercantilização da natureza, da invisibilização dos povos originários e do modelo de desenvolvimento que exclui e esgota.

Mas também pode ser símbolo de um novo tempo.

🌿 De um país que aprende com seus erros.
🌿 Que valorize a biodiversidade.
🌿 Que honre os povos que protegiam as matas muito antes de ela virar mercadoria.


📚 Você sabia?

  • O pau-brasil foi o primeiro produto explorado economicamente no Brasil.

  • O nome “Brasil” veio antes do nome “brasileiro” —, usado no início para quem extraía e negociava a madeira.

  • Em 1978, o pau-brasil foi declarado Árvore Nacional, para reconhecer seu valor histórico e ambiental.

  • Hoje, a espécie é protegida por lei e seu corte é proibido, exceto com autorização específica para fins científicos ou de reflorestamento.


✏️ Reflexão final

Em Os Cadernos de Marisol, acreditamos que fazer memória é também fazer justiça.
E que cuidar da natureza é, sim, um ato político e poético.
Porque o país que começou com um corte…
… pode renascer com uma semente.

“Se o pau-brasil foi o primeiro a cair, que seja também o primeiro a se levantar — e a nos lembrar de onde viemos, e para onde ainda podemos ir.”


3 de maio | Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

 

🗞️ 3 de Maio – Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

Quando calar é perigoso demais.

🧭 Por que esse dia existe?

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa foi proclamado pela ONU em 1993, a partir de uma recomendação da UNESCO, com base na Declaração de Windhoek (Namíbia, 1991). A data tem o objetivo de:

  • Relembrar os princípios fundamentais da liberdade de imprensa;

  • Defender os jornalistas contra ataques à sua independência;

  • Homenagear profissionais que perderam a vida no exercício da profissão;

  • Avaliar o estado da liberdade de imprensa no mundo.

“Uma imprensa livre pode ser boa ou má, mas sem liberdade, a imprensa nunca será outra coisa senão má.” – Albert Camus


🌍 Liberdade de imprensa no mundo: um direito ameaçado

Mesmo sendo um direito humano fundamental, a liberdade de imprensa sofre ataques constantes. Em muitos países, jornalistas são perseguidos, presos ou mortos simplesmente por exercerem seu trabalho.

Dados de 2024 mostram que:

  • Mais de 400 jornalistas estão presos por seu trabalho;

  • Censuras e perseguições digitais aumentaram;

  • Regimes autoritários usam fake news como desculpa para silenciar vozes críticas.

O Brasil, por exemplo, oscila perigosamente nos rankings de liberdade de imprensa, especialmente em tempos de polarização política, ataques a jornalistas e campanhas de desinformação.


🕯️ Em memória dos que foram silenciados

  • Tim Lopes, assassinado em 2002 enquanto investigava denúncias em favelas cariocas.

  • Sandra Navarro, morta no México após denunciar narcotráfico.

  • Jamal Khashoggi, jornalista saudita assassinado dentro de um consulado.

O jornalismo não é apenas uma profissão. É um ato de resistência. É escrever, gravar, publicar e denunciar mesmo sabendo o risco que isso pode representar.


💬 Liberdade de imprensa também é sobre você

Quando a imprensa é silenciada, a sociedade inteira perde. Perde o direito de saber, de questionar, de formar opinião. Em tempos de desinformação, valorizar fontes confiáveis e profissionais sérios é um ato político.

Se você pode ler esse post, é porque alguém lutou para que a informação chegasse até você.


📢 Curiosidades

  • O primeiro jornal brasileiro foi Correio Braziliense, lançado por Hipólito da Costa… em Londres, em 1808, por conta da censura no Brasil.

  • A imprensa já foi considerada “quarto poder” por sua capacidade de vigiar os outros três (Executivo, Legislativo e Judiciário).

  • Jornalistas como José Hamilton Ribeiro, que pisou em uma mina durante a Guerra do Vietnã, marcaram a história brasileira pela coragem.


📌 Reflexão final (por Marisol)

Liberdade de imprensa não é um capricho de jornalistas. É a chance que temos de não viver no escuro. É o grito de quem ainda resiste. E, no fundo, é sobre nós — sobre o que nos contam, sobre o que escondem da gente. Que cada palavra escrita com verdade seja uma vela acesa contra os apagões da mentira.

 

Mary Recomenda | Querida Kitty - Anne Frank

 



Hoje é sexta-feira e nada como sextar acompanhando o Mary Recomenda.
Na edição de hoje, nossa convidada especial é Anne Frank e sua Querida Kitty.
Bora pegar um cafezinho?

Por que eu não suporto o que todo mundo ouve?


Por que eu não suporto o que todo mundo ouve
(um desabafo em tom menor)

Eu não sou feita de barulho.
Nunca fui.
Enquanto o mundo gira ao som de batidas que mais parecem buzinas emocionais, eu sigo procurando silêncio, pausa e letra que me respeite.

Mary Recomenda | A Pindonga Azarada

Quem gosta de festa junina tem grandes chances de amar a edição extraordinária do Mary Recomenda , em clima de São João. Não vou...