Remoer

A superfície se reinventa, os ventos são outros. O mar é o mesmo, as ondas sempre quebram à beira-mar e apagam os corações desenhados com gravetos, desfaz promessas, como também leva para bem além do horizonte as dores mais profundas. Elas não são capazes, porém, de arrancar de mim essa minha compulsão por remoer as escolhas equivocadas que me trouxeram até aqui. Eu poderia ser mais feliz… ou não. E esse “não saber” se mostra um verdadeiro martírio. O ato de me perdoar se inviabiliza porque fui responsável pelas decisões que me conduziram de mãos dadas rumo ao precipício e da inevitável queda, até que tudo à minha volta fosse escuridão. O sol continua a brilhar, o tempo não para e a culpa, ah, ela nunca deixa de me sussurrar motivos pelos quais toda e qualquer luta perde o sentido, o resto já perdeu.


Curitiba, 29 de janeiro de 2024.

O que faz de mim uma escritora (ou não)?

 


Minha primeira aula na universidade foi logo de Literatura. Esses encontros semanais são muito enriquecedores em todos os sentidos e estou tendo desde então a oportunidade de expandir conhecimentos e desenvolver um pensamento mais crítico e consciente sobre o conteúdo que foi produzido antes de mim, a importância de possuir embasamento teórico para me aprofundar mais ainda em um universo vasto de vozes a serem ouvidas e outros conceitos mais que me ajudarão a ser um ser humano melhor. 

Sobre o pouco que (não) sei

 




Não sei o que escrever.
Não sei como me sentir.
Não sei onde ele está.
Não sei se ele voltará.

Sei que o sorriso se desfez quando não o vi.
Que as esperanças diminuem à medida que os dias passam.
Que meu coração está batendo num ritmo mais lento e entristecido.
Que eu gosto tanto dele que não consigo sequer colocar em palavras.
Que ver o lugar dele vazio está doendo bem mais do que eu imaginava.
Que não adianta procurar em ninguém o que só ele me faz sentir.

Não sei se é amor.
Se não passa de uma quedinha inocente.
Se devo conjugar o afeto no presente.
Não sei...

Só sei que hoje no meio da aula eu tive uma crise de choro.
Que senti uma vontade tão grande de abraçá-lo.
Que o sol sentou-se ao meu lado num banco amarelo e me deu a mão.
Que só então dei-me conta do quanto deixei-me cativar.
Que nada me maltrata mais do que um cenário de indefinição.
Que a verdade dói e é melhor do que viver a espera que nunca acaba.

sempre foi um poema de amor 💞



o amor não prende-se a falidas convenções,
ama-se sem medidas, sem impor condições.
reconheço o amor na essência de quem amo,
tampouco amo um em detrimento de outro.
cada sentimento corresponde ao que se vive.
com cada pessoa, cada vez mais aprendo a amar.
a isso os moralistas chamam de libertinagem,
eu, por minha vez, entendo por liberdade.

— sempre foi um poema de amor 🪻




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