Pô, Pai | A epifania de André - parte 10 (alerta de lencinho)

 

Parte 10 | Até você, Beto?

Comadre, desmascarada pelas pulseiras barulhentas encontradas na cena do crime, não teve escolha a não ser admitir sua culpa. Condenada por invasão de domicílio e vandalismo, foi sentenciada a cumprir pena inicialmente em regime fechado. Os dias passavam devagar, mas ela sabia que, uma vez livre, precisaria reconstruir sua vida.
Na prisão, entretanto, aliou-se à gangue das fofoqueiras e tornou-se a líder delas, sustentando a narrativa fantasiosa dela sobre os fatos de sua vida. Durante os meses em que cumpriu a pena no regime fechado, envolveu-se com uma detenta e até “casou-se” para garantir proteção durante sua permanência. Agora que cumpre a pena em regime semiaberto, Comadre recebe uma visita de ninguém menos do que Tino Cavalli e aceita a proposta para trabalhar na TinoTV, não como jornalista porque ela não tem formação nenhuma, mas para ser a fofoqueira do mundo das celebridades.

💪💪💪

O caso do menino Luan foi a júri popular. Dos três policiais envolvidos naquela barbárie, João Augusto recebeu as penas mais duras: foi condenado por abuso de poder, tentativa de adulteração do cenário do crime e homicídio triplamente qualificado.
Durante o julgamento, sua frieza e falta de remorso chocaram a todos. Com a condenação unânime dos sete jurados, ele foi sentenciado a mais de 120 anos de prisão, em regime fechado. Longe da filha pequena, sofre muito. Às vezes, quando não consegue dormir, rememora os fatos e se põe a imaginar que rumos sua vida tomaria se tivesse ignorado o menino Luan. Não se arrependia do ato, só lamentava a falta de liberdade.
Longe da corporação, dos amigos e da família, o agora ex-policial ocupa-se estudando na biblioteca, pretende fazer vestibular para o curso de Direito, formar-se e prestar consultoria a outros policiais na situação dele, muito embora uma carta anônima possa mudar seu destino.

“Prezado João Augusto, tenho acompanhado seu caso desde o início e me comovido com a sua bravura. A sua condenação partiu dessa praga chamada politicamente correto. Também senti na pele o preço da humilhação e da injustiça, mas não me arrependo de nada do que faço. Você também não deve se curvar a esse sistema podre e comprado, que fica de quatro para a esquerda. Somos revolucionários, as cabeças pensantes que eles querem entregar aos inimigos. Resista mais um pouco, a liberdade virá e eu te auxiliarei no seu recomeço. Com carinho, desse anônimo na torcida por você, sempre esteve e sempre estará. Abraços, tamo junto! 🤠”

💪💪💪

Tino Cavalli, o incorrigível calhorda, foi liberto da prisão. Demitido da TVTV, aceitou um convite do Léo Ponche, também fora das telinhas, para uma entrevista exclusiva no canal do economista no YouTube.
— Você disse guardar verdades que poderiam causar um grande alvoroço na sociedade — Léo Ponche sorri para Tino.
— Ah, meu parça, hoje é o dia da verdade. — Com um sorriso malicioso, Tino cruza as pernas na cadeira. — Nem tudo que parece, é. Meu amigo, se nossos telespectadores soubessem do que acontece nos bastidores, ficariam chocados, revoltados, estarrecidos, aturdidos. Preparem-se, porque o que vocês vão ouvir é apenas a ponta do iceberg.
A entrevista viralizou, e a TinoTV nasceu oficialmente. Tino começou a produzir conteúdos sensacionalistas, provocativos e cheios de controvérsias. Seu primeiro vídeo teve a façanha de ser o mais descurtido da história da plataforma, todavia, o engajamento negativo foi um trampolim para impulsionar a última investida do calhorda.

💪💪💪


Dois anos depois


O pior da pandemia já passou e os Prado Mendes resistiram à quarentena. Após semanas de profunda tensão, é confirmado o resultado das urnas. Na RPN, Edu Meirelles e Ceci Paternostro comandam a transmissão.

Não há mais chances matemáticas de haver uma virada — explica Edu Meirelles, interagindo com o telão de LED e mostrando os números para os telespectadores.
A questão da polarização se mostra mais intensa do que poderíamos imaginar, mas enquanto o Facebook vira ringue dos minions desamparados e “enlutados”, as ruas de Balneário dos Anjos estão em clima de Copa do Mundo. Uma carreata desfila na principal avenida da cidade, fogos de artifício colorem e enfeitam os céus e entre risos e choros emocionados, estão os Prado Mendes, estourando uma champanhe na sala de estar, onde a televisão está ligada

Já na TinoTV, Tino Cavalli chora de ódio e convoca de última hora alguns políticos de extrema-direita, com quem tem um estreito vínculo, para eles “analisarem” a voz das urnas. O dramalhão do calhorda prossegue pelo restante da semana e o canal foca em transmitir bastidores do acampamento dos minions, orações para pneus de caminhão e o pedido para uma intervenção militar.
Em Balneário dos Anjos, o pedido dos manifestantes é atendido. Eles levam uma prensa da polícia por desobedecerem à ordem de acabar com o acampamento.
— Cuidado com o que você deseja! — debocha Beto. — Já que querem tanto uma intervenção militar, que levem umas cacetadas para ver o que é bom para a tosse!


💪💪💪


Os Prado Mendes estão em polvorosa porque hoje é o dia do casamento de André com Adriano Hernandes, ninguém menos do que o advogado de defesa que atuou brilhantemente no caso do menino Luan.

O casal se conheceu por conta do abaixo-assinado criado por Beto, iniciou uma amizade e começou a namorar a distância desde aquela época, se encontrando pessoalmente após a segunda dose da vacina, que deixou todo mundo baqueado. Comadre se negou a tomar por acreditar naquelas teorias da conspiração de “virar jacaré”, mas bem diz o ditado que erva ruim a geada não mata.

A residência dos Prado Mendes está deslumbrante para o grande dia. O jardim foi meticulosamente decorado, com flores frescas e coloridas enfeitando cada canto. Rosas, lírios e girassóis formavam arcos florais que decoram o caminho até o altar, criando uma atmosfera mágica e romântica. Mesas e cadeiras brancas estão dispostas pelo gramado, cobertas com toalhas de linho e adornadas com arranjos florais em tons pastel. Lanternas penduradas nas árvores e luzes de fadas iluminam suavemente o ambiente conforme a noite cai.

Uma mesa repleta de doces finos e o bolo de casamento estava posicionada em um canto, decorada com rendas e flores comestíveis. Cupcakes, macarons e bem-casados estão dispostos em bandejas de cristal. Uma pista de dança ao ar livre foi montada em uma área do jardim, com um chão de madeira polida e uma playlist de músicas animadas toca, garantindo que todos se divirtam mesmo antes da cerimônia.

Um caminho de pedras iluminado por pequenas velas leva os convidados desde a entrada do jardim até o altar. Uma estação de bebidas foi montada ao lado da pista de dança, com uma seleção de coquetéis, sucos e águas aromatizadas, servidos em elegantes copos de cristal. Os convidados estão todos sorridentes, desfrutando do clima festivo. Entre os padrinhos, Igor Marombah e seu marido estão ao lado de Adriano, aguardando a chegada de André chegar.

O canal do filho mais novo de Augusto e Marcela transmite a cerimônia ao vivo, permitindo que amigos e familiares distantes também compartilhem desse momento especial.
A Thousand Years, de Christina Perri, começa a tocar, enchendo o ar com uma melodia suave e tocante quando André surge ao lado dos pais em um terno rosa-claro e um um buquê de lírios nas mãos. Todos os convidados prendem a respiração, acompanhando cada passo dos Prado Mendes. Adriano, que escolheu vestir branco e uma gravata vermelha, fazendo um elegante contraste com sua pele negra e as trancinhas de raiz coloridas, não segura as lágrimas. 

Beto, na companhia de Nina, também é padrinho e usa seu afamado terno do Bob Esponja, enquanto a namorada dele usa um vestido salmão como se fosse o Patrick Estrela. Ela pintou as unhas com um esmalte holográfico da cor verde para conferir aquele toque especial no visual.
— Estamos aqui reunidos para celebrar a união de André e Adriano, dois corações que se encontraram e decidiram caminhar juntos nesta jornada da vida — anuncia o juiz-de-paz, um amigo antigo de Augusto, cujo filho também é homossexual.
André e Adriano trocam alianças, se beijam, são ovacionados pelos convidados e certo usuário sem foto de perfil tenta estragar a festa fazendo comentários homofóbicos sem parar, todavia, além de ser hostilizado por muitos internautas, é banido do canal.
Augusto e Marcela brindam com os pais de Adriano, Beto e sua banda se apresentam no palco montado para eles, já André e o marido caminham de mãos dadas pelo jardim.
— É tão estranho pensar que nasci e cresci aqui, sabe? Essa casa foi o cenário onde se passou toda a minha vida. Quantas vezes o Beto e eu brincamos por tantas tardes inteiras, quantas vezes a gente aproveitou que os nossos pais iam viajar para dar festinhas em casa e sempre fomos pegos, eu acobertando o Beto quando ele saía com os amigos no carro do pai. Ah, são tantas lembranças! Vou sentir falta do café do meu pai, de almoçar e jantar com eles, só não sinto falta das visitas chatas da Comadre.
— Ainda bem! Mas ela parou de aborrecer vocês? — pergunta Adriano, que nem conhece a Comadre, mas já a detesta pacas.
— Como você deve lembrar, ela foi em cana daquela vez que invadiu nossa casa e acertou uma pedra para tentar atingir o meu pai. Ela já foi solta e deve estar acampada num quartel qualquer, rezando para algum pneu.
— Só não entendo por que depois de tudo os seus pais ainda ajudam essa mulher.
— Eu também não sei! Deve ser o coração mole da minha mãe, que se preocupa com ela, pois o brutamontes vai passar uns bons anos em cana e ela não pode contar com nenhum dos outros filhos, pois um está foragido da justiça por não pagar a pensão dos filhos.
— Ela não pensou assim quando tentou te humilhar em rede nacional, nem quando invadiu sua casa e tentou matar o seu pai. Cada um que lute pelo seu.
— Minha mãe ficou muito mal quando soube das verdades sobre a Comadre, mas está começando a aceitar que a vida dela ficou bem melhor depois de cortar essa praga da vida dela.

— Gosto tanto da sua família — confessa Adriano. — Vocês são pessoas privilegiadas em todos os sentidos, mas não vejo em vocês aquela arrogância típica de gente de classe média alta, nem a indiferença com que elas tratam certas questões. Vocês têm consciência social, são pessoas sensatas, divertidas, acolhedoras. Eu já me apaixonei antes, já cheguei perto de me casar, mas sinto que agora fiz a escolha certa. — Adriano segura nas mãos de André.
— Meus pais são seus fãs e, inclusive, te consideram como o terceiro filho que nunca tiveram.
— Eu gosto de você e da sua família não só porque nossas ideologias e opiniões são muito parecidas. Eu gosto do acolhimento que vocês me deram desde o começo e eu nunca terminarei de agradecer. Gosto do significado que a palavra família tem para vocês e, como vou te tirar daqui hoje, talvez para sempre, prometo cuidar de você, que teremos a nossa própria família, que começa agora, claro. Eu, você, o nosso gato, mas que terá no futuro nossas crianças brincando pela casa.
André e Adriano trocam um olhar genuíno e puro, encostando suas testas uma na outra, ao que o advogado beija um olho do influenciador.


💪💪💪


Algum tempo depois

A casa dos Prado Mendes estava mais tranquila. Beto cantarolava alegremente enquanto preparava a mesa da cozinha. O sol da manhã entrava pelas janelas, iluminando o ambiente com uma luz suave e aconchegante. Às vezes, ele sentia uma saudade absurda do irmão André, embora eles se encontrassem com frequência. Ainda assim, a casa parecia grande demais com um morador a menos.
Augusto e Marcela, experimentando as emoções do ninho quase vazio, haviam encontrado uma nova fonte de alegria: um filhote de golden retriever que corria pela casa com suas patinhas desajeitadas, o famoso Leãozinho. Apesar do vazio deixado por André, a presença do pequeno cãozinho preenchia os dias deles com risadas e novos desafios.
— Mãe, pai, o café está servido!
Augusto surge primeiro na cozinha, ainda de pijama, com os cabelos desalinhados e um sorriso tranquilo. Marcela o segue de perto, animada, com Leãozinho pulando ao seu redor. O aroma de pão fresco e café coado enchia o ar.
— Será que uma alma se salvará do Purgatório hoje? — brinca Augusto.
— Que lindo, Betinho! Que surpresa maravilhosa! — exclama Marcela.
— Espero que vocês gostem da minha surpresa!
— Só não vá ficar tão bom assim na cozinha, senão vamos depender de você todos os dias — acrescenta Augusto, fazendo carinho nas orelhas do cachorrinho, já deitado do lado da mesa.
— Pô, pai, hoje foi só um golpe de sorte. Mas, se precisar, eu ensino a receita.
Quando Beto abre a geladeira e apoia um bolo decorado com a inscrição “EU CONSEGUI”, Augusto e Marcela se entreolham, confusos, tentando decifrar a mensagem, ao que o cardiologista se antecipa:
— Não me diga que você está saindo do armário também?
— Pô, pai, não. Não é isso, não!
— Então, o que significa? — Marcela quer saber.
— Significa que eu consegui, pai! Passei no vestibular!
Augusto, visivelmente emocionado, desmaia com a notícia. Marcela e Beto correm para ajudá-lo e Leãozinho lambe o rosto do cardiologista para reanimá-lo.
— Acho que o Augusto ainda não estava tão preparado para esta notícia!
Augusto acorda e se recompõe:
— Eu… ouvi direito ou errei de casa?
— Pô, pai, cê não acha que eu não mereço um abraço? — Beto abre os braços para o pai, que o corresponde, mas não sabe distinguir os próprios sentimentos.
— Eu sempre acreditei em você, Betinho! — Marcela se coloca entre pai e filho. — Eu sempre soube que você era capaz!
A campainha dos Prado Mendes ressoa e o próprio Beto dirige-se à porta para atender. Uma equipe de reportagem da RPN está parada, pois uma repórter da emissora gravará uma entrevista com o jovem aguerrido que prestou muitos vestibulares até, por fim, ser aprovado.
Meu filho, nota mil no ENEM? — Augusto continua incrédulo, afinal de contas, toda vez que ousava sonhar, voltava à realidade com um golpe duro. — Pô, pai, eu só fazia o vestibular e não contava mais. Não queria mais ser motivo de piada de ninguém porque eu gerava expectativa em todo mundo, principalmente em mim mesmo, mas daí chegava o dia da prova e eu sabia que não daria certo, queria ter esperança de um milagre que nunca veio. — Eu nunca exigi que você fosse médico. Você deve se lembrar que eu sempre me ofereci para pagar os seus estudos. Nunca exigi que você fosse um Einstein, só queria ver você vencendo na vida, se encontrando, por isso peguei muito no seu pé, mas também desisti porque a Marcela tinha razão: eu costumava ser muito duro com você e o seu irmão, não entendia que algumas pessoas levam mais tempo. — Eu nunca quis que o senhor pagasse minha faculdade, por isso sempre tentei Federal ou tirar nota mil. Eu costumava dizer que você não me dava nada, quando você sempre me deu tudo que eu precisei. Tudo que eu queria era te orgulhar conquistando as coisas sem a ajuda de ninguém. — Como pai, meu dever sempre foi te ajudar a caminhar sozinho quando você não conseguia. Reconheço minhas falhas e espero que você me perdoe pelas minhas ignorâncias, filho. Não quero morrer e saber que você tinha mágoas de mim, pois o meu pai era um homem autoritário e pouco dado ao diálogo e eu prometi — a voz dele embarga — que quando tivesse a minha própria família, tudo seria diferente. — Pô, pai, que é isso? Não tenho mágoa nem raiva de você. Um dia sei que você partirá, mas não quero pensar nisso agora para não começar a chorar.

Beto já se matriculou no curso de Direito em uma faculdade onde a nota da redação lhe rendeu uma bolsa de estudos integral e as aulas estão previstas para começar na segunda semana de fevereiro. Entretanto, o foco da matéria não é falar sobre a nota mil no ENEM, mas reverenciar a coragem do jovem de voltar a estudar, apesar dos comentários maldosos dos etaristas de plantão, do desprezo dos adolescentes no cursinho, do medo de falhar.
No entanto, esta não é a única surpresa para o nosso (ex) folgado. Marcela, que subiu para o quarto, desceu as escadas segurando uma caixa de presentes quadrada e a coloca na mesa da cozinha. Beto, curioso, abre-a e encontra um par de sapatinhos de bebê feitos com lã branca.
Eu vou ser pai? — Beto pergunta a si.
Tantos sentimentos passam pela cabeça de Beto
— Haja coração para tantas surpresas! — comenta o cardiologista.
— Não, Betinho. Não é você!
— O André e o Adriano vão ser pais?
— Não!
Augusto entende a mensagem e mal consegue reagir:
— É… sério?
— Pô, pai, só não vá desmaiar! — pede Beto, apertando a mão do pai.
— Eu também estou sem acreditar.  — revela Marcela, que biologicamente até passou da idade fértil, mas descobriu a gravidez após exames rotineiros.
— Vocês são uma caixinha de surpresas! — diz a repórter, emocionada, enxugando as lágrimas com o dorso das mãos. — Chegamos aqui sabendo da nota mil do Betinho e estamos acompanhando um momento muito especial. A propósito, vou conversar com os meus chefes para conseguir acompanhar vocês nos próximos meses!
— Betinho, meu lindinho! — Marcela acaricia o rosto de Beto: — Você vai ganhar um irmãozinho ou uma irmãzinha!
Beto olha para Leãozinho, que pula no colo dele:
— Más notícias, Leãozinho: em breve você deixará de ser o caçula. Música: Hidropônica - Forfun.
Augusto, chorando de alegria, abraça Marcela. Para ele, parece que foi ontem quando a namorada anunciou a chegada de Beto. Tantos anos depois, André deixará de ser filho do meio. Na visão da mãe, por mais que eles já sejam adultos, ainda enxerga as crianças que um dia foram. Marcela se recorda daqueles Natais onde ela e Augusto criavam uma atmosférica mágica para a ceia em família, mesmo ensinando o verdadeiro significado da festa, das Páscoas e das pistas para os meninos encontrarem seus ovos de chocolate, das travessuras pueris, das brincadeiras de lutinha entre irmãos. Foram tantas as aventuras vividas, algumas beirando o inacreditável, como o encontro de Beto com seu ídolo Bob Esponja, a expectativa para os vestibulares de Betinho, a batalha de André para se encontrar na vida. Pode soar um tanto hiperbólico dizer que aqueles progenitores viveram tudo de novo só para passar mais tempo em família. Eles sonharam com um terceiro filho ao longo do casamento, porém todas as vezes que ela se permitia sonhar, a desesperança a abraçava pelas costas até a sufocar. Era muito cedo para saber se a gestação vingaria e se tudo transcorreria bem ao longo dos meses, havia mais respostas do que perguntas, mas o casal não podia negar que, independentemente das circunstâncias, o ninho nunca ficaria tão vazio assim.

FIM?🙌


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Muito obrigada pela visita ao OCDM, espero que você tenha gostado do conteúdo e ele tenha sido útil, agradável, edificante, inspirador. Obrigada por compartilhar comigo o que de mais precioso você poderia me oferecer: seu tempo. Um forte abraço. Volte sempre, pois as páginas deste caderno estão abertas para te receber. ♥

Mary Recomenda | Querida Kitty - Anne Frank

  Hoje é sexta-feira e nada como sextar acompanhando o Mary Recomenda. Na edição de hoje, nossa convidada especial é Anne Frank e sua Queri...