Provérbios de um maluco revolucionário

 


Será que o falso otimismo convence?

Será amigo aquele que se encontra diante do espelho?
Será o amor um sonho proibido?
Enquanto isso, a dor procura evoluir à poesia.
Em passos lentos, preguiçosos, desanimados.
Poeta cabisbaixo, imerso em seus rabiscos sem sentido.
São apenas palavras de um universo à parte.
Sem portas, nem fronteiras. Sem habitantes nem regras.
E a bebida sagrada é coada no meio da tarde.
Uma dose de prazer para despertar o imperador.
O dia está apenas começando.
Poeta não se prende aos metodismos do senso comum.
Na simplicidade de alguém pouco acostumado a vencer, cria a própria realidade idealizada no silêncio de um rascunho.
Cenários se fazem e se desfazem no estalar de uma caneta.
Ideias se reciclam em apenas um verso. Vangloriam-se por ser a outra parte do poeta, o segredo que faz dele o gênio que é.
Desgrenhado, pouco comentado, quase nunca acompanhado.
Antissocial, mal-humorado. Manias a mil.
O maluco que vive à beira do portal do tempo, que desconhece a palavra que escraviza o globo.
E a noite não pode ser tão ruim assim...
E o dia pode ser a hora de descansar o Eu Lírico do sufoco que é viver num lugar onde não se aprecia pelas entrelinhas.
É muito difícil saber o que encontrar por trás das máscaras porque nem sempre as egocêntricas definições serão o bastante.
Cada ser humano é um universo particular e as descobertas ainda assim sempre terminarão do mesmo jeito que começaram...
Evidências podem não levar a lugar algum.
Poeta não conhece tendências, não se agarra a fanatismos.
Não lhe pertencem as certezas.
E lhe assusta a mudança, necessária ao crescimento.
À margem da ignorância não padece. 
A luz do conhecimento irá guiá-lo ao consenso quando necessário.

Curitiba, 20 de abril de 2011



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