Quando chega a hora de dizer adeus

 


Eles não se entendem mais. À medida que tentam solucionar as desavenças, se confundem a ponto de perderem a razão. Não há um lado certo ou errado. 

É uma questão de saber ceder. Eles são imaturos demais para suportar o desgaste acarretado pelos inúmeros embates desnecessários.

Mentiras são escritas com tons de uma verdade que fere e fecha as portas da diplomacia. 

Não basta apenas perdoar, conceder. Requer olhar além do que o egoísmo está programado.

As circunstâncias são bastante desfavoráveis e não é preciso estar por perto para saber o quanto seriam bem melhores se estivessem distantes.

Ela foge muito mais de si mesma, apoiando-se nessa redoma de indiretas. A solidão pode não ser tão ruim assim. Ele sempre tenta fazer com que ela se sinta culpada por ser o que é. Existe muito mais rancor, ressentimento e amargura do que a possível amizade que os reuniu um dia, por um sonho em comum...

E ele quis muito mais do que viver esse sonho...

Ele quis ser o dono do coração dela. Abruptamente, almejava o que não se ganha somente com palavras.

Ela se decepciona por não suprir as idealizações e se afasta para viver em seu mundo particular. A entrada dele é negada.

Não era apenas “medo de amar”.

A fronteira entre liberdade e opressão foi resumida em milhares de réplicas que tornaram a convivência cada vez mais insuportável.

Quanto esses ataques bilaterais terão um cessar-fogo?

Enquanto eles encontram mais pretextos para alimentar a dor e prolongá-la de modo doentio e sufocante, as poucas e possíveis recordações bonitas desaparecem, dando lugar ao desmedido ódio, que contamina as boas intenções e afasta a possibilidade de saudade quando esse nó for desatado.

Curitiba, 30 de junho de 2011



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