16 de dezembro | Dia do Panetone

 


O pão que virou símbolo, briga, debate e, às vezes, porta-joia

Tem gente que ama. Tem gente que só aceita se for chocotone. E tem os que abrem, comem a parte de dentro e deixam a casca como se fosse souvenir. No dia 16 de dezembro, celebramos o panetone, essa mistura de pão doce, tradição italiana e lembrança de infância — que hoje já virou até assunto de pesquisa de mercado e motivo de treta no grupo da família.

🍞 A história do panetone

Entre lendas, amassos de massa e um tal de Toni

O panetone nasceu na Itália, mais precisamente em Milão, e embora existam versões oficiais e registros industriais, sua verdadeira origem é cercada de histórias quase poéticas — e, claro, bem temperadas com drama e improviso.


🥖 A versão mais contada (e mais charmosa)

Dizem que, no século XV, um jovem chamado Toni trabalhava como ajudante na cozinha de um nobre milanês. Durante o preparo da ceia de Natal, o confeiteiro oficial da casa teria deixado a sobremesa queimar. Desesperado, Toni improvisou um novo doce com o que tinha: fermento natural, frutas secas, ovos, manteiga e açúcar.

A massa cresceu, o aroma se espalhou e o novo “pão” fez sucesso entre os convidados. O prato virou tradição, e passou a ser chamado de "pane di Toni" — ou seja, o pão do Toni. Daí nasceu o nome panettone (com dois "t", em italiano).


📜 Outra versão mais “romântica”

Há quem diga que foi por amor: um jovem padeiro teria criado o pão doce para impressionar a filha de um rico comerciante, e ofereceu a iguaria na ceia de Natal. O pão foi tão elogiado que ele conquistou a moça — e a fama.

Ou seja: o panetone seria uma mistura de fome com paixão e farinha de trigo. Uma definição bastante precisa, inclusive.


🏭 E quando virou tradição?

O panetone como conhecemos hoje começou a ser fabricado em larga escala por volta da década de 1910, com a marca Motta, que padronizou o formato alto e o processo com fermentação natural. Depois veio a Bauli, e a tradição se espalhou pela Europa, chegando ao Brasil trazida por imigrantes italianos.

Aqui, ele virou mais do que sobremesa: virou presente de fim de ano, prêmio de bingo, lembrança de empresa, item de cesta básica e até meme gastronômico.

🇧🇷 Como o panetone chegou ao Brasil?

O panetone desembarcou por aqui junto com os imigrantes italianos, no final do século XIX e início do XX.
Em São Paulo — especialmente nos bairros do Brás e do Bexiga — as famílias italianas mantinham suas tradições de Natal, e o pão doce com frutas secas era presença certa na ceia.

Durante muitos anos, o panetone era feito de forma artesanal, em padarias de bairro, ou trazido na bagagem dos que viajavam para a Itália. Mas foi só em 1948 que ele começou a ser produzido em larga escala por aqui.

A responsável por isso foi a Bauducco, fundada por Carlo Bauducco, um italiano que chegou ao Brasil em 1946 com uma receita de panetone na mala. Ele começou vendendo de porta em porta e, em pouco tempo, seu panetone virou tradição nacional.

A partir daí, o panetone deixou de ser um doce de colônia e virou um símbolo brasileiro de fim de ano — presente de empresa, lembrança de vizinho, parte da cesta básica e até motivo de debates existenciais (com ou sem uva-passa?).


📦 E o resto é história…

Hoje o Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de panetone do mundo, com versões que vão do tradicional com frutas até os recheados com brigadeiro, doce de leite, goiabada, café, pistache, e tudo que couber dentro da massa — e do bolso.

✨ Curiosidade:

  • O panetone é fermentado por até 72 horas em algumas receitas artesanais.

  • Em 2021, o Brasil produziu mais de 40 mil toneladas de panetone.

  • Há panetone com recheios tão elaborados que já nem sabem se são panetones ou bolos disfarçados de pão.

  • Muita gente compra o primeiro só pra sentir o cheiro de infância.

  • O panetone virou também tema de memes e confissões:

    “Só como a tampa e finjo que comi tudo.”
    “Tiro as frutas com garfo, uma por uma.”
    “Como até a embalagem quando é de papel chique.”


🍴 Como celebrar?

  • Coma um panetone de R$ 6,90 com café preto e memória.

  • Dê um panetone com bilhete fofo, em vez de presente caro.

  • Experimente fazer rabanada de panetone (é real e vale a pena!).

  • Poste sua versão favorita com a hashtag #DiaDoPanetone

  • Reflita: chocotone é panetone? Ou já virou outro ser?

Com carinho, dos Cadernos de Marisol.
📌 E pensar que tudo começou com um “pane di Toni” improvisado...

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