9 de março de 2002.
Minha mãe já voltou para casa e pior do que quando foi embora, com ânimo de sobra para me aporrinhar com suposições, indiretas e determinação para arranjar brigas. Tenho evitado conflitos por ora.
(mais tarde nesse mesmo dia)
Odeio-a! Odeio-a com todas as minhas forças!
Como pode alguém sentir prazer em fomentar a discórdia?
Ela sente!
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Estou esgotada e nós (ainda) estamos em março. |
Que o mundo não é justo, não é nenhuma novidade para mim, mas às vezes ele se supera.
Tenho estudado muito nesses dias todos porque a partir da próxima semana começam as provas. Nossa escola não fornece os livros didáticos, mas papai parcelou todos no cartão de crédito — vou usá-los pelos próximos anos — como forma de me presentear pela aprovação no teste.
A Deh começou a andar com a Michelle e nem me cumprimenta. Júlia está preocupada com a irmã e me contou ter sido alvo de perseguição da outra colega por alguns anos, sem imaginar que Andréa seria a próxima.
“A Michelle não gosta de ninguém, essa é a verdade!”, desabafou Júlia. “Ela só sente prazer vendo os outros na pior.”
Júlia disse que Michelle desistiu de atacá-la por conta da indiferença, não daria à inimiga o arsenal de medo, dores e inseguranças, sabia que reagir pioraria uma situação já ruim.
Se eu não tropeçar no meio do caminho, farei vestibular daqui a dois anos. Tenho medo de não passar e perder muitos anos tentando entrar numa federal porque mamãe já deixou bem claro que não tirará um centavo do bolso para isso e eu jamais obrigaria nenhum dos dois a pagar nada para mim.
Júlia gosta muito de química, mas ainda não sabe que faculdade quer fazer, o Rodrigo não parece animado quando toca no assunto e a Deh, pelo andar da carruagem, quer tentar Engenharia Mecânica ou Civil.
Estou esgotada e nós (ainda) estamos em março.
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