![]() |
“Rodrigo só gosta de uma aula: a aula vaga.” |
25 de fevereiro de 2002.
Na quinta-feira passei o dia respondendo ao questionário de História, tudo para aquela velha coroca ter a pachorra de dizer na minha cara que colei tudo da internet e perdi tempo escrevendo. Respirei fundo e contei até 100 para não fazer uma visitinha à diretora ainda na primeira semana de aula.
Ela é sádica e se prevalece da “autoridade” para pisar nos alunos. Chorei de raiva — porque mandá-la tomar naquele lugar custaria uma expulsão — e a desgraçada me arremedou por “não saber aceitar críticas construtivas”, duvidando da minha capacidade de responder o questionário sem trapaças. Meus amigos tentaram me consolar, mas o dia acabou para mim.
A partir de hoje, minha professora do primário cai para o segundo lugar no ranking de professores que merecem arder no inferno, Carmem ocupa a primeira posição. Espero que ninguém a supere.
Dediquei o fim de semana para terminar todas as tarefas e hoje almocei na casa das irmãs Júlia e Andréa para terminarmos uma atividade em grupo de Português. Elas praticamente se viram sozinhas porque a mãe é professora de Química em dois turnos e aos fins de semana trabalha como taxista, já o pai, bem, é o Edu Gutierrez. O casal é separado e parece conviver numa boa, sem brigas. Minha mãe deveria aprender com a D. Rebeca.
Passamos uma tarde divertida e produtiva, rimos muito, dançamos, fomos à padaria comprar besteiras para comer, fomos visitar o Rodrigo, que ama aquelas câmeras escondidas na TVTV e racha o bico.
“O Marcão merece um Oscar. O cara atua pacas, melhor que muito ator por aí!”, disse ele, chorando de rir com a câmera escondida. “Só o que estraga é esse cara narrando a pegadinha como se ninguém estivesse vendo.”
Quando a mãe dele chegou, tomei um susto! Achei-a parecida com a Professora Arlete, de Biologia, mas podia ser só coincidência.
“A D. Arlete é mãe do Dico”, Andréa cochichou. “E no ano passado ele reprovou na matéria dela!”
“Não brinca?”
Rodrigo só gosta de uma aula: a aula vaga. E não está sozinho nessa.
A D. Arlete nos deu carona até a casa da Júlia e eu, por não querer abusar da nobreza dela, desci também e as meninas me levaram até o tubo. Quando cheguei, meu pai estava de pé ao telefone e Helena sentada no sofá com uma cara de sofrimento. Levei uma bronca feia por sair sem dar satisfações e me desculpei porque deveria ter avisado tudo direitinho.
Se fosse com mamãe, não teria conversa, ela já me daria um soco na cara, seguido de chutes, puxões de cabelo e chicote, caso a raiva estivesse muito intensa. Sentar e conversar nunca foi nem será a praia dela, fazer o quê?😨
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito obrigada pela visita ao OCDM, espero que você tenha gostado do conteúdo e ele tenha sido útil, agradável, edificante, inspirador. Obrigada por compartilhar comigo o que de mais precioso você poderia me oferecer: seu tempo. Um forte abraço. Volte sempre, pois as páginas deste caderno estão abertas para te receber. ♥