19 de março | Dia de São José 🙏✨🛠️📜

Representação de São José e do Menino Jesus (criada por IA)


No dia 19 de março, próximo ao início da primavera no hemisfério norte, celebra-se São José, escolhido pela tradição cristã como símbolo de renovação e cuidado. São José, esposo de Maria e pai adotivo de Jesus, é lembrado como um homem justo, trabalhador e cheio de fé, desempenhando um papel essencial na história do cristianismo.

Pô, Pai | A epifania de André - parte 10 (alerta de lencinho)

 

Parte 10 | Até você, Beto?

Comadre, desmascarada pelas pulseiras barulhentas encontradas na cena do crime, não teve escolha a não ser admitir sua culpa. Condenada por invasão de domicílio e vandalismo, foi sentenciada a cumprir pena inicialmente em regime fechado. Os dias passavam devagar, mas ela sabia que, uma vez livre, precisaria reconstruir sua vida.
Na prisão, entretanto, aliou-se à gangue das fofoqueiras e tornou-se a líder delas, sustentando a narrativa fantasiosa dela sobre os fatos de sua vida. Durante os meses em que cumpriu a pena no regime fechado, envolveu-se com uma detenta e até “casou-se” para garantir proteção durante sua permanência. Agora que cumpre a pena em regime semiaberto, Comadre recebe uma visita de ninguém menos do que Tino Cavalli e aceita a proposta para trabalhar na TinoTV, não como jornalista porque ela não tem formação nenhuma, mas para ser a fofoqueira do mundo das celebridades.

Pô, Pai | A epifania de André - parte 9

 

Parte 9 | O capiroto faz a panela, mas se esquece da tampa

— Aconteceu alguma coisa horrível! — Marcela cai de joelhos no piso da cozinha e os meninos se ajoelham para amparar a mãe. Ela diz com a voz abafada e chorosa: — Mataram o amor da minha vida! Eu posso sentir! Ele se foi!
Beto se levanta do chão e ajuda a mãe a sentar-se numa cadeira:
— Precisamos tomar alguma providência!
André oferece à mãe um copo d’água com açúcar e deixa a cozinha.

Pô, Pai | A epifania de André - parte 8

Parte 8 | Cuidado com o carma


João Velloso, o avarento e inescrupuloso dono da TVTV, abandona Tino à própria sorte. Seria difícil encontrar um substituto perfeito para o falastrão que chamava a atenção, mesmo sendo negativamente. Ver os equipamentos da emissora serem lacrados pelo oficial de justiça foi o suficiente para Velloso demitir o “menino dos olhos” e cumprir a determinação judicial, obrigando o canal a exibir programas educativos promovidos por entidades que militam pelas minorias nos horários dos noticiários da casa, agora comandados por uma apresentadora interina.

Pô, Pai | A epifania de André - parte 7

 

Parte 7 | A casa caiu


Em meio à pandemia, a população de Balneário dos Anjos encontra uma forma de protestar sem quebrar os protocolos de contenção do vírus. Bandeirinhas brancas e pretas são colocadas nas janelas e varandas das casas, para expressar o pesar e a indignação da comunidade com a morte precoce e injusta do menino Luan.
— Isso não traz o piá de volta, mas acho que esse caso não vai dar em nada — diz André, olhando para as bandeirinhas que pendurou na sacada da casa dos Prado Mendes.
— Você pode pensar até que sou louco, mas desconfio que quem te xinga nos vídeos é um fake da Comadre — conta Beto. — Vou mais longe ainda: na certa foi ela que mandou o seu vídeo para o falastrão arregão.
— De onde você tirou tudo isso?

Pô, Pai | A epifania de André - parte 6

 

Parte 6 | Quem fala o que quer, ouve o que não quer 


A corporação da PM de Balneário dos Anjos, pressionada pelo apelo popular, decide acatar as demandas e inicia uma investigação sobre os policiais envolvidos no episódio de agressão contra o menino Luan, de 15 anos.
Tino Cavalli está em seu estúdio, cercado por monitores exibindo imagens de manifestações e reportagens sensacionalistas. Visivelmente irritado, se prepara para a entrevista ao vivo com o comandante-geral da PM, Coronel Henrique Alencar, na volta do intervalo do TVTV News.
—  Coronel Henrique Alencar, a corporação da PM cedeu à pressão popular e iniciou uma investigação sobre os policiais envolvidos. O senhor acha justo esses profissionais serem tratados como criminosos enquanto fazem seu trabalho de proteger a sociedade?
— Boa noite, Tino! Boa noite aos telespectadores da RTN…
TVTV — corrige Tino. — Estamos ao vivo na TVTV!

Mary Recomenda | As boas mulheres da China - Xinran



Hoje tem edição especial do Mary Recomenda e com um livro que há muito tempo eu queria trazer para vocês, uma obra densa, profundamente realista, necessária e dolorosa. Aqui não queremos trazer romances de banca e seus clichês ridículos, queremos questionar, nos transformar e conhecer mais do mundo do que apenas a superfície, por isso, se você prefere se iludir com capas de caras sem camisa e enredos previsíveis, o OCDM não é para você.

Por que escolhi esse livro?

Sempre tive curiosidade de entender como vivem as mulheres chinesas. Queria ir além dos estereótipos, mergulhar no cotidiano de quem sobreviveu às repressões políticas, familiares e sociais de um país que mudou radicalmente em poucas décadas. As Boas Mulheres da China, de Xinran, me ofereceu muito mais que isso. Foi uma leitura que me marcou para sempre — e me acompanhou em um momento pessoal difícil, quando eu mesma enfrentava perdas e dores.


Quem é Xinran?

Xinran nasceu na China em 1958 e cresceu durante a Revolução Cultural. Foi uma das primeiras mulheres a conseguir espaço no rádio nacional com um programa noturno chamado “Palavras na Brisa Noturna”, em que ouvia relatos de mulheres comuns — donas de casa, camponesas, intelectuais, operárias. A cada ligação, desabava um universo de sofrimento, resiliência e silêncio.

Após imigrar para o Reino Unido nos anos 1990, Xinran começou a escrever sobre essas histórias. As Boas Mulheres da China foi seu primeiro livro e se tornou um marco na literatura de denúncia social e de gênero.


📻 O poder do rádio como espaço de escuta

Na China dos anos 1980 e 1990, dominada por censura e silêncio, o rádio era um dos únicos canais onde as pessoas se sentiam seguras para contar suas histórias. Xinran, com sua escuta acolhedora e cuidadosa, transformou as ondas sonoras em um abrigo para a dor — especialmente das mulheres, que muitas vezes nunca haviam tido permissão para falar.


🌧️ Histórias que marcaram a leitura

Uma das mais impactantes é a da menina e da mosca — dolorosa, simbólica e quase insuportável. Há também o relato de uma mulher que acreditava que o silêncio e a obediência seriam recompensados, mas descobriu que a dor podia ser eterna.

"Minhas esperanças foram completamente destruídas. Minha própria mãe me dizia que tolerasse os abusos de meu pai. Onde estava a justiça disso?"

Essas vozes atravessam as páginas como gritos abafados que, enfim, ganham eco.


🏯 Contexto histórico: antes, durante e depois da Revolução Cultural

A leitura ganha ainda mais força quando compreendemos o que se passava na China:

  • Antes de 1966: o fracasso do Grande Salto Adiante deixou milhões mortos por fome.

  • Durante a Revolução Cultural (1966–1976): perseguições, prisões, humilhações públicas e campos de “reeducação”.

  • Após 1976: com a morte de Mao Tsé-Tung, inicia-se um processo lento de reconstrução social, econômica e institucional.

As mulheres foram as mais afetadas: perderam direitos, carreiras, filhos, identidade.


🇨🇳 E a China atual?

Desde as reformas de Deng Xiaoping, a China passou por uma explosão econômica. Mas questões de gênero continuam marcadas por:

  • Controle estatal sobre corpos (como a política do filho único até 2015)

  • Patriarcalismo profundo, mesmo com leis de igualdade

  • Pressão estética, econômica e familiar sobre as mulheres

Mesmo hoje, feministas são perseguidas, e a liberdade de expressão ainda é limitada. Xinran nos ajuda a perceber que a luta continua, sob outras formas.


💔 A leitura e meu momento pessoal

Quando li esse livro, eu enfrentava desafios no trabalho e havia perdido meus hamsters — criaturas pequenas que faziam parte do meu cotidiano e do meu afeto. As histórias de Xinran, paradoxalmente, me acolheram. Me fizeram entender que há dores universais e que ouvir o outro também pode ser uma forma de sobreviver.

"Eu costumava sonhar que encontraria um jeito de lavar a minha dor, mas será que posso lavar a minha vida?"


🌿 Conclusão: uma leitura que transforma

As Boas Mulheres da China não é só um livro de histórias. É um arquivo de memórias que quase foram apagadas. Um grito por justiça, por empatia, por memória.

"Quando alguém mergulha nas próprias recordações, abre uma porta para o passado; a estrada lá dentro tem muitas ramificações, e a cada vez o trajeto é diferente."

✊ Reflita comigo:

Quais vozes estão sendo silenciadas hoje, aqui, ao nosso redor? Afinal de contas, tanto aqui quanto na China, ainda estamos muito distantes de um mundo seguro para nós, mulheres.

Em clima de reflexão, o Mary Recomenda de hoje chega ao fim, mas você pode acompanhar nossas análises anteriores, caso queira. Obrigada por chegar até aqui, um forte abraço e até sempre!

3 de maio | Dia do Pau-brasil

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