Campo minado com tiaras arrancadas, pulseiras improvisadas e banhos de lama

Dizem que a infância é a fase da pureza. Que toda criança é feliz. Que bullying "faz parte", que “a gente supera”. No entanto, não é bem por aí, meus caros!

A doçura que ficou na árvore

 


Era uma vez um pomar que vivia em festa.
Todas as frutas amadureciam ao mesmo tempo, e no auge da estação, desciam da árvore para serem escolhidas pelos que passavam: alguns queriam a mais brilhante, outros a mais exótica, outros somente a mais barata.

Uma fruta, em especial, nunca se jogava do galho. Era um pêssego. Macio, dourado, doce demais até para os desavisados. Ele via os outros sendo levados, elogiados, provados — e depois esquecidos.

Já ele… seguia ali. Sozinho no galho mais alto, aquecido pelo sol da tarde, balançando com o vento, tentando entender por que ninguém o escolhia.

Nas Lentes da Malacubaca Especial | Missão Mengão – Perdido em Orlando



⏱️ 0h46 — Hora de Brasília

Deu ruim para o Mengão, apesar da brava luta até o último segundo. O Bayern de Munich avançou para as quartas-de-final da Copa do Mundo de Clubes e enfrentará o PSG, porém não foi por esse motivo que interrompemos a nossa programação normal.
Porra mermão, cê interrompeu a programação para dar notícia velha, cara? — reclama algum bebum tateando o brinquedo do gato achando que é o controle remoto. Ele parece um personagem aleatório do Hermes e Renato, com uma regata do Flamengo do tempo em que o clube era patrocinado pela Lubrax.
Fontes oficiais garantem que nem Noviça, nem Mick Jagger encontravam-se no estádio, tampouco os videntes L & L, que previram uma vitória acachapante do rubro-negro contra a equipe alemã. Inclusive, na última atualização de nossa redação, o perfil oficial deles no Instagram foi desativado.

Bolo na garganta

Bolo na garganta

Reconheço estar regredindo, mas também coloco o dedo na ferida e jogo essa culpa no mundo e nos seus valores tóxicos que me atiram de volta ao precipício, medindo meu valor com uma fita métrica, pesando a dignidade para calcular o quanto há de mim aqui e ceifar com o facão. Minha parcela de culpa já está devidamente assumida, porém, não parei no inferno sozinha, nem por vontade própria.
Eles cobram produtividade, contudo, não se importam com as circunstâncias, comparam meu capítulo 3 com o 20 de alguém que largou bem mais privilegiada na maratona da vida, exigem o que nunca deram e se prendem aos protocolos estúpidos para manter as aparências.
Dizem ser pela inclusão e te mandam para a câmara fria para ver se assim os sonhos morrem logo de uma vez por todas, você é sempre estranha, esquisita, difícil de lidar, nunca faz nada direito. Esforços vistos com indiferença, portas fechadas, "não corresponde ao perfil que buscamos neste momento".
É enlouquecedor tentar buscar esse equilíbrio ou eu não perdi a mania de ser sensível demais?

Mary Recomenda | O amor não é óbvio - Elayne Baeta 🌈

Para fechar o mês do Orgulho LGBTQIA+ com chave de ouro, nada como recomendar um clássico best-seller da literatura brasileira contemporânea. 🌈

Mary Recomenda | A bela Rosalina - Natasha Solomons

 

Quando ser a “esquecida” salva uma vida inteira

Por Mary Luz

Independentemente de gostar ou não, tenho certeza de que você já ouviu falar da história de amor entre Romeu e Julieta, certo?

Na edição de hoje do Mary Recomenda, não trago a icônica obra de Shakespeare, mas uma releitura de Rosalina, que na peça original é brevemente mencionada como “um amor antigo” do Romeu. Este é o nosso ponto de partida para uma jornada de 360 páginas que nos leva para a Verona medieval, onde Julieta Capuleto vivia seus últimos dias de inocência.

Venha, o cocheiro dos Capuletos nos aguarda. Suba nessa carruagem, Rosalina nos aguarda no verdejante pomar.

Os principais ventos que atuam no Brasil e como eles influenciam o clima

 

Os ventos que atuam no Brasil variam conforme a região, a estação do ano e a circulação geral da atmosfera. Alguns são constantes, outros sazonais ou locais, e todos influenciam diretamente o clima, a formação de chuvas, frentes frias, estiagens e até ondas de calor.

O manifesto da baleia assassina 🐋

Atenção: esse post contém gatilhos pesados e não é recomendado para pessoas sensíveis, especialmente se elas pensam em suicídio e sofrem de transtornos alimentares sérios como anorexia, bulimia e compulsão alimentar.

Crônicas (não tão) Desbocadas (hoje) | Carta à florzinha do sertão que o mundo não conseguiu matar

 

Conheci uma moça que trabalhava numa pizzaria 24 horas, só não recordo se era Paraíba ou Piauí, só sei que tem praia e que, se o mundo fosse justo, ela moraria numa casa de frente para o mar, com tempo livre para escrever poesia. Revezava entre fritar, limpar e sorrir sem vontade para os mesmos homens que pediam pizza e puxavam conversa com a boca suja de atrevimento. Ninguém ali sabia que ela escrevia. Que tinha nome de autora. Que fazia dos status do WhatsApp seu livrinho de bolso.

Ela se chama Tori. Nome de flor guerreira, dessas que brotam em pedra rachada. Nos conhecemos numa sala virtual de desabafos. A Tori tinha uma história tão forte que dava vontade de chorar no ombro dela, mesmo ela sendo a vítima.

O aniversário dela foi em março, já passou, mas a história de resistência dela é um lembrete de que nós não estamos sós e, quando nos unimos, ainda que de longe, somos bem mais fortes.


Querida Tori,

Essa noite, pensei muito em você. Faz tempo que você não dá notícias, espero que esteja tudo bem.

Pensei no quanto é injusto o mundo cobrar força de quem só aprendeu a sobreviver. Você, que foi jogada no caos desde cedo. Que teve a infância violada, a adolescência roubada, e mesmo assim, floresceu — com poesia no peito e um sorriso nos lábios.

Você me contou da sua mãe de coração, a única que te chamou de filha com verdade. E de como tudo desmoronou quando ela se foi. Do padrasto que fez da sua vida um campo de dor. Da mãe biológica que preferia te ver grávida e humilhada do que sonhando alto. Da filha da idosa que te tratava como escrava. De cada lugar que você tentou chamar de lar e só encontrou portões fechados.

Mesmo assim, você foi.

Foi vender doces na praia. Foi cuidar dos outros sem ter quem cuidasse de você. Foi tentando estudar, mesmo sabendo que o boleto não aceita sonho como moeda.

E, ainda assim, você sorri. Aconselha. Ama. Com um coração pisciano que quer curar o mundo, mesmo com a alma cheia de remendos.

Me fala: de onde vem essa luz?

Seu amigo, aquele que ria das próprias dores e fazia você rir quando nada mais dava certo, virou borboleta. E foi embora cedo demais. Coração bom demais, partido demais, gentil demais para um mundo que só valoriza quem grita. Ele era seu anjo da guarda. E agora virou saudade — dessas que não têm comparação.

Sei que te disseram que "a vida continua". Mas ninguém te disse como continuar com um buraco no peito, né? Esse tipo de luto não cabe em legenda de rede social. Ele se esconde nos silêncios. Nos olhos que perdem o brilho por uns segundos e logo depois fingem que não foi nada.

Mas eu vi.

E quem ler essa carta vai ver também.

Você é uma senhora sábia num corpo jovem e ferido. Você é flor do sertão, daquelas que a gente jura que não vingaria, mas brota linda mesmo sem chuva. Você é poesia onde o mundo só queria deixar pedra.

E se um dia tudo falhar — lembra que tem gente que viu. Que guardou. Que vai escrever sobre você, mesmo que o mundo não queira.


Com carinho e olhos marejados,

Nina

Destrinchando a Letra | Give me what you like - Avril Lavigne

 

1. A história da música


Lançada em 2013, no álbum autointitulado “Avril Lavigne”, a faixa "Give Me What You Like" se destaca pela sonoridade sombria e sensual. Composta por Avril em parceria com Chad Kroeger (do Nickelback) e David Hodges, a música foi uma tentativa de sair do tom pop adolescente e mergulhar em algo mais maduro e emocionalmente denso. Ela chegou a ser usada no filme “Babysitter’s Black Book” (2015), reforçando a conexão com temas como solidão, desejo e relações vazias.



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2. Possíveis interpretações


Carência emocional: A letra traz uma personagem que prefere migalhas de afeto do que o silêncio absoluto da solidão.


Relacionamento sem afeto real: Há uma troca quase mecânica — “me dá o que eu quero, que eu te dou o que você gosta” — sem envolvimento afetivo.


Autonegação: A entrega ao outro é tão desesperada que ela chega a voltar atrás nos próprios valores.


Medo do esquecimento: O verso final é o mais verdadeiro e devastador: “I’m scared you’ll forget about me."

3. Minhas impressões

Essa música me atravessa.

É como se dissesse: "Eu não quero amor, quero só apagar essa dor por algumas horas."

E há algo de muito humano nisso. Mesmo sabendo que essa relação não é boa, ela se joga — e quantas vezes a gente já não fez o mesmo, mesmo que em silêncio?

“Give Me What You Like” não fala sobre romance. Fala sobre anestesia. Sobre desespero disfarçado de sedução.

E talvez, no fim, o que ela mais queria... era alguém que enxergasse a verdade por trás do olhar dela — e ficasse.

Travessia

Viver é afrontar o sistema que tenta enfiar minha cabeça na banheira desde o meu primeiro choro.

26 de junho | Dia Internacional de Combate às Drogas

 


💔 Mel era linda, inteligente, cheia de futuro. Mas bastou uma porta errada se abrir para que tudo virasse neblina.

📺 Em O Clone (2001), muitos brasileiros viram pela primeira vez a dependência química ser tratada com verdade emocional na TV aberta. Mas ao contrário do que os resumos de novela podem sugerir, a trajetória da Mel (Débora Falabella) não começou nas drogas — começou na tristeza que ninguém viu.

👨‍👩‍👧 Lucas, o pai, era mocorongo e alheio, mais preocupado em reviver a adolescência perdida. Maysa, a mãe, no início era mais preocupada com aparências do que com presenças. E foi com Dalva, a empregada, que Mel encontrava o afeto real — aquele que vem com escuta, com cuidado, com colo.

🖤 Mel já era uma menina depressiva, sufocada pelas cobranças, pela ausência emocional dos pais e pela angústia de não conseguir ser o que esperavam. As drogas entraram como válvula de escape. O colapso foi só a consequência.

📣 Mel não queria morrer. Queria parar de doer.

Mary Recomenda | A Pindonga Azarada

Quem gosta de festa junina tem grandes chances de amar a edição extraordinária do Mary Recomenda, em clima de São João. Não vou pular a fogueira, mas proponho um brinde com quentão e um punhado de paçocas.

Era para ela ser a personificação do capiroto com passos de dragão preguiçoso, honrando a piadinha “quando morrer, essa aí vai precisar de dois caixões: um para o corpo e outro só para a língua”. Se os olhos não veem, o copo na parede conta, sabe até do que nem aconteceu; aumenta, inventa e cria versões alternativas.

No entanto, meses depois, ao ganhar vida no The Sims (salvando quem os escreve), está célebre figura roubou literalmente a cena e não só entrou no coração dos leitores como ganhou a própria história.

Com vocês, Graça Cavicholo.

Terças com Tita | De bolha em bolha


Por Tita | Os Cadernos de Marisol

Às vezes me questiono se o mundo não passa de uma bolha. Se de bolhas em bolhas vamos deixando nossas antigas peles, bem como antigos sonhos, nossa inocência e nossas lentes cor-de-rosa

Todos nós temos sede de pertencer a alguma bolha que nos acolha tal como somos, mas quanto de nós mesmos abrimos mão em nome dessa utopia? 

De bolha em bolha procurei tanto me sentir em casa, porém nunca pude passar do capacho de boas-vindas. Ninguém nunca explicava os motivos para vetar minha entrada ou aceitá-la com ressalvas.

Eu lia o que as palavras não tinham coragem de dizer. Gestos, olhares, hierarquias...

Um dia, cansada de tanto ser excluída, decidi parar de me dedicar tanto a ser aceita em lugares onde minha presença incomoda. Porque me transformar na problemática da história é artimanha daqueles que vestem a carapuça porque sabem muito bem serem os causadores das feridas que carrego.

Quando eu era semente, ninguém me regou. 

Muito pelo contrário, tentaram jogar sal nesse solo, mas ninguém contava com o fato de que de bolha em bolha, aprendi a sobreviver e tenho certeza de que minha tribo de alma está por aí, talvez até lendo este texto e se identificando... numa dessas...

❄️ Frio em Curitiba: sensação térmica de -1°C e nenhuma nuvem no céu

🕰️ Dados registrados às 08h45 – Simepar

Hoje o dia amanheceu com a temperatura marcando apenas 2,2°C em Curitiba, com sensação térmica de -1°C, segundo os dados do Simepar. O vento gelado vindo do sul/sudoeste e a baixa umidade aumentam a rigidez do frio.

E o mais impressionante: nenhuma previsão de chuva e o céu, apesar de límpido, não está trazendo alívio térmico.

🌡️ Resumo do clima de hoje:

Mínima: 2°C
Máxima: 11°C
Vento: até 53 km/h de rajadas
Umidade relativa: entre 27% e 77%
Chuva: 0% de chance
Nascer do sol: 7h04
Pôr do sol: 17h37

🧣 O que esperar dos próximos dias?

A semana seguirá seca e gelada até a quinta-feira (27). Depois, as temperaturas começam a subir aos poucos.
📈 O domingo (29) promete máxima de 23°C e o início de julho pode trazer uma semana mais amena e ensolarada, com máximas de até 24°C.

🫖 Dica dos Cadernos:

Proteja-se!
Use meias grossas, cachecol, hidratante labial e, se puder, prepare uma bebida quente para aquecer o corpo e o coração. 🧤💙

E se você, como eu, também sente que o frio às vezes machuca mais por dentro do que por fora… saiba que aqui sempre tem um cantinho quentinho para você. 🌙



24 de junho | Dia de São João 🌽🔥✨

 

Dia de São João: Fogueiras, Fé e Tradições Juninas

Introdução

No dia 24 de junho, celebramos o Dia de São João, uma data marcada pela alegria, pela devoção e por um mergulho nas ricas tradições culturais. Um dos santos mais populares das Festas Juninas, São João Batista é lembrado como o precursor de Cristo e um símbolo de renovação espiritual. Esse dia mistura religiosidade e cultura em celebrações que iluminam o Brasil inteiro com fogueiras, danças e comidas típicas.

Quem Foi São João Batista?

São João Batista foi um profeta e pregador, conhecido por batizar Jesus no rio Jordão e anunciar sua chegada. Sua vida foi marcada por simplicidade e compromisso com a mensagem divina de conversão e arrependimento.

O nascimento de São João é celebrado no dia 24 de junho, e sua figura é associada à pureza, à água como símbolo de renovação e à força da fé. É por isso que as festas em sua homenagem trazem elementos que refletem celebração e espiritualidade.

As Tradições das Festas de São João

O Dia de São João é parte essencial das Festas Juninas, um momento de comunhão e alegria que une comunidades por todo o Brasil. Entre as tradições mais emblemáticas, estão:

  • As Fogueiras de São João: A fogueira é um símbolo central das festividades, representando a luz e o calor da fé. Diz-se que, na noite de São João, as fogueiras são acesas para honrar o santo e fortalecer laços de união.

  • As Quadrilhas: As danças típicas, acompanhadas pelo famoso “casamento caipira”, trazem um toque teatral e divertido, homenageando a vida no campo.

  • Comidas Típicas: Os quitutes juninos, como canjica, pamonha, bolo de milho e pé-de-moleque, são indispensáveis e celebram a colheita e a fartura.

  • Os Balões e os Fogos de Artifício: Embora os balões sejam menos usados hoje devido a questões de segurança, os fogos de artifício continuam a iluminar os céus em homenagem ao santo.

  • Os Pedidos e Simpatias: Assim como Santo Antônio, São João é alvo de pedidos e simpatias, principalmente ligados à colheita e à vida familiar.

Lições de São João para Hoje

São João nos ensina a importância de renovar nossa fé e de cultivar valores como simplicidade, humildade e generosidade. Sua vida é um lembrete poderoso de que a verdadeira força está em viver com propósito e servir ao próximo.

Reflexão Pessoal

Para mim, o Dia de São João é uma celebração que une espiritualidade e cultura de uma forma única e apaixonante. Ele nos convida a compartilhar momentos de alegria, refletir sobre nossas escolhas e renovar nossos laços com a comunidade e a fé.

Conclusão: A Alegria de Celebrar São João

Neste 24 de junho, celebremos São João com alegria, acolhendo suas lições e desfrutando das festas juninas como um momento de união e gratidão. Seja em uma dança de quadrilha, ao redor de uma fogueira ou saboreando um quitute típico, essa data é um convite para se conectar com nossas tradições e fortalecer nossa espiritualidade.

São João, ilumine nosso caminho com sua luz e nos guie na fé e no amor ao próximo.

Se quiser adicionar mais detalhes ou ajustar algo, é só me avisar. Esse rascunho vai ser o coração das Festas Juninas do seu blog! 🌽🔥✨

Nas Lentes da Malacubaca | Criminalidade, medo e o boom dos carros blindados no Brasil

 

2001: Quando o medo virou mercado — e o Brasil se blindou

Especial 2001 – Os Desencontros do Cupido

“No Brasil de 2001, blindar um carro não era mais questão de luxo. Era escudo. Era sobrevivência.”


🔐 Introdução

“O que acontece quando a violência ultrapassa os muros da casa?”
“E quando andar pela rua exige planejamento, rota, horário e fé?”

Em 2001, o Brasil não enfrentava uma guerra declarada. Mas a sensação de insegurança era coletiva, cotidiana, cravada no imaginário urbano. Nas grandes cidades, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro, o medo da violência transformou não só comportamentos, mas também mercados inteiros.

Foi o ano em que o setor de blindagem automotiva bateu recordes. Em paralelo, o país acumulava mais de 50 mil homicídios por ano. A mídia explorava o terror, os políticos prometeram segurança, e a população — quem podia — blindava o carro para não precisar blindar o próprio coração.


🔫 O Brasil às avessas: segurança como produto de luxo

A virada do século marcou a consolidação da blindagem automotiva como símbolo de status e de autoproteção. Entre 1996 e 2001, a demanda por carros blindados cresceu mais de 700%. Só naquele ano, mais de 3 mil carros foram blindados em São Paulo.

A blindagem virou fetiche. Havia fila de espera em oficinas especializadas. Empresários, artistas, políticos — e até celebridades emergentes da televisão.

“Era como andar com um cofre sobre rodas”, disse um cliente anônimo da zona sul.


📉 Uma estatística que gritava

  • Homicídios em 2001: mais de 52 mil, segundo o IBGE;

  • São Paulo e Rio lideravam o ranking de crimes violentos;

  • O medo gerou um aumento da vigilância privada, alarmes, porteiros armados, cercas elétricas e câmeras analógicas com imagem granulada.

Mas o problema não era só a criminalidade em si. Era a sensação de impunidade, desigualdade, abandono do Estado. Quem podia se proteger, pagava. Quem não podia… era deixado no escuro.


🎙️ Nas Lentes da Malacubaca

Em abril de 2001, Carmen Angélica Esteves foi enviada a São Paulo para cobrir a “nova moda da blindagem”, com sua conhecida ironia ácida:

“Há uma nova tendência nas ruas da elite paulistana: não fazer contato visual e ignorar o mundo por trás do vidro à prova de balas.”

Na matéria, Carmen entrevista:

  • Um empresário que blindou dois carros por medo dos semáforos;

  • Um motoboy que sofreu tentativa de assalto cinco vezes — e disse que “não é o vidro que salva, é Deus”;

  • E um sociólogo que definiu bem: “Blindagem é o modo mais caro de fugir da realidade.”

flexão final

O Brasil de 2001 se blindava de tudo: da dor, da violência, da pobreza que crescia ao redor.
Mas nenhuma blindagem era capaz de conter a rachadura invisível da confiança coletiva.

“Quando o medo vira mercado, a liberdade deixa de ser um direito — e passa a ser uma aposta cara.”


📚 Referências (ABNT)

  1. CALDEIRA, Teresa P. R. do R. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Edusp, 2000.

  2. WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da Violência 2002: os jovens do Brasil. Brasília: UNESCO/INEP, 2002.

  3. FOLHA DE S.PAULO. “Blindagem vira febre em SP”. Folha Online, São Paulo, 28 jul. 2001. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 15 jun. 2025.

22 de junho | Dia do Beijo (versão internacional)


O Dia Internacional do Beijo é celebrado em 22 de junho em diversos países, especialmente no Reino Unido e em partes da Europa. A data visa reconhecer o beijo como uma expressão universal de afeto, carinho, respeito e vínculo humano.

Embora o Brasil adote o 13 de abril como Dia do Beijo, a versão internacional também ganhou espaço em calendários simbólicos e campanhas de conscientização sobre afeto, consentimento e conexão interpessoal.


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😗 O que o beijo representa?

O beijo pode ter diversos significados, a depender do contexto:

Afetivo-romântico (entre casais);

Afetivo-familiar (entre pais e filhos, avós e netos);

Social ou cultural, como cumprimento em várias partes do mundo;

Espiritual ou religioso, em alguns rituais simbólicos.


Em todas essas formas, o gesto representa aproximação, confiança e afeto compartilhado.


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📚 Curiosidades sobre o beijo

Estudos mostram que o beijo ativa mais de 30 músculos faciais e estimula a liberação de oxitocina e dopamina, hormônios ligados ao prazer e à conexão social;

O beijo é retratado na arte desde a Antiguidade e tem presença marcante na literatura, no cinema e na pintura — de Romeu e Julieta a O Beijo, de Gustav Klimt;

Em algumas culturas, o beijo em público é proibido, mostrando que os significados do gesto variam com o tempo e o espaço.



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🧭 Por que falar sobre isso?

O Dia Internacional do Beijo é uma oportunidade para:

Refletir sobre o valor dos gestos simples de afeto;

Reafirmar que todo contato deve ser consensual e respeitoso;

Celebrar o toque humano num mundo cada vez mais digital e acelerado.



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📎 Este conteúdo faz parte da editoria de Datas Culturais dos Cadernos de Marisol, com foco em rituais simbólicos que atravessam gerações e continentes.

Do lado de dentro do silêncio 🔇

Joaninha no fim de tarde (Reprodução/Arquivo pessoal da Mary) Toda vez que abro o rascunho é a mesma história: a folha em branco me encara, ...